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sábado, 28 de junho de 2014

PAPO DE BOTEQUIM: A ARTE DE MERECER O EPITETO

Creio ainda ser para muitos, uma suprema concessão chamar de arte, a criação de cavalos de corrida. Como na pintura, desde que Picasso começou deformar tudo a sua volta, que o modernismo passou a ditar a moda vigente. O realismo passou a ser brega, sem imaginação. E a partir dai, instituíu-se a ditadura do grotesco.  Quanto mais zarolha a mulher, mais expressiva ela passou a ser. Quanto mais deformado um relógio, mas real ele se tornou aos olhos do mundo. Salvador Dali talvez tenha sido, entre os de bom gosto, o que mais faturou nesta nova norma de conduta, entre os chamados artistas do pincel.

Imaginem, médicos, engenheiros, calculistas modernizando suas profissões com a adoção do grotesco como a nova norma de conduta em suas profissões. Portas que não se abrem. Janelas que a nada descortinam. Amputações em função de um novo conceito de estética. Seria a galopante desvalorização da arte em si, por que qualquer coisa inerente a salvar ou construir, para mim também se trata de arte.

Na criação de cavalos de corrida, esta ditadura passou a ser a do Tattersall. O cavalo passou a valer, não pela qualidade de engenharia genética de seu pedigree e sim pela união de cavalos que foram excepcionais em pista, e que por isto tinham um valor comercial, acima de qualquer suspeita. E imputo aos Estados Unidos a maior culpa por esta ridicula conduta

DA MESMA FORMA QUE
O FUNGO ATACA DE FORA PARA DENTRO
E A BACTERIA
DE DENTRO PARA FORA
QUE A LEI MATEMÁTICA QUE PREGAVA
QUE A ORDEM DOS FATORES
NUNCA ALTEROU O PRODUTO
FICOU NA BERLINDA

O fato de juntar dois pedigrees e transforma-lo em um, tentando com isto produzir um elemento fisicamente atlético, dotado de expressão, harmonia e potencial locomotor, para mim é arte. Arte esta dominada por Lord Derby, Marcel Boussac, Federico Tesio, Paul Mellon,  os Phipps, HH Aga Khan, Prince Khalid Abdullah e alguns outros, que se destacam ou se destacaram nesta atividade, não por um o outro elemento que criaram, mas pelo contexto de suas respectivas obras. Obras que não tem uma universidade. Ela é nata, como a tela de um artista. O pintor sabe captar o momento e transporta-lo visualmente para outros. O criador de cavalos de corrida, sabe como erigir uma atleta, como um arquiteto em associação com um engenheiro, esmeram-se em uma grande construção. Eles não captam o momento como os grandes artistas da pintura, mas sabem distinguir os elementos que realmente trazem força a um pedigree. E ordená-los de uma forma, que a expressão desta força se faça presente.

Volto a ressaltar que não se trata de um exercício ao precisionismo. E sim, simplesmente de tratar os elementos intervenientes em questão - reprodutor e reprodutora - como peças preciosas que realmente o são. Sei que quando assim trato a atividade em que militamos que os rosnados da inveja, entre aqueles menos dotados de imaginação, se fazem presentes e os latidos não custarão a ser ouvidos e ecoados no universo da ignorância. Quem sabe até mordidas a la Suarez, possam se suceder. Mas como meu sistema auditivo não é um pinico, respondo com a criatividade apresentada por alguns e absorvo as criticas daqueles que não julgam nuas tecnicalidades e sim as intenções de se chegar as mesmas com finesse e distinção estrutural.

A genialidade não está propriamente no ato de se conseguir e sim de merecer o epiteto. Como num gol contra ou em um gol de placa. Ambos tem o mesmo valor númerico, mas não justificam a qualidade de quem os marcou. Logo, se adquirir uma égua com fins reprodutivos, pelo simples fato de um dia ela ter achado um grupo dois, sem maiores consequências, é um ato nulo, com muitas chances de não o levar a lugar algum, assim como trazer uma filha de determinado chefe de raça, sem uma estrutura genética que a apoie e uma linha materna consagrada, na qual este chefe de raça possa se apoiar, me parece uma temeridade. E uma temeridade normalmente cara. É o que chamo da industria do Tattersall.

Evidentemente que de vez em quando um Galileo e um Austrália, provam que do bom com o bom, pode mesmo nascer o melhor. Mas em que proporções? A que custo? E quantos anos serã necessários?

Mas tudo o que foi exposto acima termina nas mãos de um jóquei, que pode transformar em cinzas, o sonho do criador. Todo o projeto que se inicia na seleção dos elementos intervinientes, até a abertura do starting-gate, passando por um número não pequeno de profissionais, passa a partir deste ponto, a estar na mãos de apenas um profissional. Mas vamos onde quero chegar.

Poucos dois anos este ano me chamaram tanta atenção como Good Luck Chuck. Ele demonstrou, em sua estréia, uma classe facilmente detectável e como é dotado de um pedigree, que considero uma perfeita obra de engenharia genética, achei que sua segunda carreira selaria de forma definitiva, o que dele pensava. Acho que a segunda carreira na vida de um jovem atleta ser um grupo 1 em distância acima dos 1,200 metros, um passo muito largo. Mas de alguma forma ele deve ter impressionado, não apenas a mim. Ai ele corre, e fracassa.

Fracassa? Vou ser sincero. Não sou o último biscoito do pacote, nem mesmo a única Coca Cola do deserto, mas meus quase 50 anos de militância no setor, me asseguram, que se existe uma coisa que sei fazer, é ver corridas de cavalos. Talvez mais até que cavalos de corrida. E a corrida deste potro deve ser vista como pelo menos estranha. Largou mal e depois, foi levado a todo o tipo de problema. E um projeto que ainda acredito ser sublime, entrou momentaneamente em compasso de espera.

O que me assusta, é que uma má experiência num inexperiente potro com excesso de espírito, pode deixar irreparáveis sequelas. Não tenho dúvidas de quem o montou é um excelente jóquei, principalmente com potros e possivelmente não estava no melhor de seus dias. Ou quem sabe naquela carreira cometeu erros, que normalmente não cometeria. Aliás, ninguém defende mais os jóqueis brasileiros que eu. Sempre achei que eles tinham qualidades, embora, em contrapartida nenhuma qualidade de trabalho a eles fossem ofertadas. E o que os jóqueis brasileiros andam demonstrando fora de nossas fronteiras, apenas corrobora a minha tese. Em condições melhores, eles não devem absolutamente nada aos profissionais do exterior. Mas a direção dada a Good Luck Chuk, tem que ser vista, como pelo menos desastrosa. Acredito que o próprio Farwell não ganharia a prova que leva seu nome, se houvesse recebido a direção que o filho de Refuse to Bend recebeu.

Não quero de maneira alguma desmerecer a vitória de Il Doge. Ademais um cavalo nesta idade invicto em quatro apresentações, deve e tem por direito de ser considerado o lider de sua geração. Ainda mais, que pelas duas últimas carreiras que assisti, ele parece estar usando o limite mínimo de sua capacidade. Ganha com reservas. Se houver bastante gasolina no tanque, como é sugerido, vai ser um osso duro de roer. Mas eu diria que a corrida de Good Luck Chick não valeu.

Sei também que Good Luck Chick pode ser aquele meteoro que o inebria, que o impacta, mas que dificilmente volta a cena. Todavia, como já disse, minha bagagem nesta seára, me faz crer que normalmente vejo estrelas e não as confundo com meteoros. No próximo fim de semana, tirarei outra prova, de uma carreira que me pareceu por demais estranha, no fim de semana do Grande Prêmio Brasil. Mas quem sabe isto não seja assunto para semana que vem?