Pois bem, em literatura, as biografias me inebriam e quando a do Garrincha foi para as livrarias, a fui comprar no dia seguinte e na verdade foi a sorte, pois, logo depois, a obra de Rui Castro foi embargada em nome das centenas de filhas do grande craque, espalhadas pelo universo. Eu a tinha - a obra, não as filhas do Garrincha - e a li como um faquir devora um prato de comida depois de 200 dias de preso em uma caixa de vidro, recoberto de cobras. Em dois dias a absorvi.
Outro dia, naquela mesma caixa que achei em meu escritório em Lexington, com coisas antigas, muitas delas trazidas do Brasil, achei um artigo escrito pelo próprio Rui Castro - acho que no final dos anos 70 - com considerações sobre o embargo de sua obra e nela estava contida uma observação, da qual nunca me esqueci, e quando a reli, voltei a mesma sensação.
... a industria do herdeiro está em plena expansão. para pratica-la, o cidadão precisa apenas nascer - claro que de um pai (mãe tio ou avô) ilustre, que um dia, venha a merecer a um biografia...
Qualquer afirmativa, seja ela verdadeira ou não, afeta bastante a sensibilidade do brasileiro. Principalmente em um assunto que mexe com tanta paixão como o turfe, onde os cavalos criados, em muitos casos, são os atletas que seus criadores, não conseguiram ser. Por isto, estabeleci meu blog, para que as publicações que publicam meus artigos, não sofram, com aquilo que eu acredito que deva ser escrito. Se alguém não concordar e se enfurecer que o faça contra aquele que escreveu, nunca sobre aquilo que ele escreveu. Afinal, em uma democracia - mesmo duvidosa em que vivemos - os direitos de opiniões são até que provem ao contrário, inalienáveis.
Para os descrentes, e que acham que a importãncia da estrutura genética, para o aumento de probabilidades de sucesso em pista de um cavalo de corrida é mera invenção, olhem as três tabelas que se seguem e me expliquem por que estes grandes cavalos são grandes avôs maternos, pais de segunda e terceira mães
