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sexta-feira, 27 de junho de 2014
PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: HOJE NÃO DÁ MADALENA. ESTOU PREGADO.
Imaginem Jesus Cristo crucificado dizendo para uma Maria Madalena que não aparece na charge: "Hoje não dá Madalena. Estou pregado". Esta foi uma das grandes tiradas do caricaturista Jaguar. Imagem direta, mensagem única, sem a necessidade de um diálogo, ou um maior número de desenhos explicativas. Nunca a esqueci. A tenho gravada em minha mente.
Penso ser a importância de qualquer mensagem, sua excelência informativa. A legibilidade de seu miolo. A consistência de seu teor. Não frases ocas e desnecessárias. Pois, isto é o que penso de pedigrees. Quando você tem que explicar, já fedeu. O pedigree é um mapa. Você pode até não o entender de inicio, mas de cara sente a sua importância. Sua magnitude. Sua possível resistência através dos tempos.
Quando você têm às suas mãos um catálogo de vendas de Tattersalls, confesso que esta, é a sensação que sente, pois, a grande maioria dos pedigrees ali contidos, possuem consistência, em se tratando de classicismo. Evidentemente se você estiver mais ligado em grama e distâncias a partir da milha. E você pode ainda se dar ao luxo de escolher entre as linhas maternas consagradas - aquelas 18 de que não abro mão e que nunca me deixaram na mão - éguas que contribuirão no pedigree de seus filhos, com pelo menos 13 chefes de raça dos 15 garanhões que constituem a estrutura de seu pedigree, até a quarta geração. E cujos chefes de raça de suas tribos, estão em sua primeira ou segunda geração em linha alta.
Éguas que propiciarão, inevitáveis duplicações, quando reprodutores modernos ao Brasil forem trazidos. E será então ai, que nos teremos o turning point, que precisamos para voltar a ter um nome fora de nossas fronteiras continentais.
Quando ontem aqui mesmo me reportei a importância na seleção de éguas que tenham mães, segunda mães e terceiras mães filhas daqueles que demonstram importância na produção de ganhadores de grupo, quis apenas alertar, que os nomes são basicamente frequentes. O que se modificam são os mesmos em pedigrees distintos. Você tem uma Storm Cat, quando sua mãe é uma Gone West, sua segunda mãe uma Northern Dancer e irmã materna de Miswaki. Você tem uma Galileo, quando sua mãe um Machiavellian, sua segunda mãe uma Irish River e ela descende de uma dos melhores ramos da família 8-f. É desta forma que você tem proveito de um pedigree verdadeiro, não somente via seu pai. O que o torna capenga.
É um trabalho de garimpo. Muita paciência, muita atenção, e você depois de analisar 200 elementos de uma tarde de venda, chega a uma dúzia de nomes que preenchem estas variáveis e que teoricamente tem muitas chances de serem viáveis em termos financeiros, mas que certamente poderão implantar uma revolução em nosso sistema critério.
Mas necessitam ser pedigrees como a charge do Jaguar. Simples e diretos ao ponto. Daqueles que não deixam um ponto sequer a descoberto. Que não lhe deixam ter uma dúbia qualquer. Como dizem os amantes do baseball por aqui, que preencham todas as bases.
