Bom dia. Com certeza eu não sou "ninguém" no turfe, mas é esta visão errada que nossos criadores tem, não há planejamento na criação, aí fica dificil de se achar o mapa do tesouro. Não vejo visão em se criar pedigrees futuro, tipo ter uma Buckpasser e cruza-la com um pastor Mr. Prospector e Northern Dancer objetivando deste cruzamento ao sair uma fêmea cruza-la com outro reprodutor que tenha o trio. Ou trazer Hat Trick com objetivo de cobrir as boas fêmeas de Agnes Gold, resumindo planejamento. Me espanta essa visão de grandes criadores brasileiros, o senhor tem razão, nossa atividade é Hobby, é status... Em parte da criação Europeia você vê lógica na formação de pedigrees, e essa constatação não é de hoje, vejo isso em pedigrees do início de 1900. O que o senhor martela com razão em duplicações ocorre a muito tempo, depois de pegar essa lógica, é imaginar quais serão as novas duplicações que darão certo, a de Sadlers Wells chegou para ficar, a de Urban Sea em poucos anos vai chegar...
Marcel
Marcel,
Inicialmente quero deixar claro a você que qualquer ser que respire seja equino ou humano, e que pertence ao mercado brasileiro de cavalos de corrida, é alguém. Não importa o saldo bancário, pois, na hora do vamos a ver o cavalo barato pode ganhar do que custou caro. Esta é a beleza do turfe.
E concordo com você, pois, a única coisa que o turfe moderno de primeiro mundo exige é lógica. Ela é responsável por 95% dos resultados em provas de grupo. Existem também aqueles 5% ilógicos, mas você também tem o direito de se sentir com chances de ganhar a megasena, sozinho. Afinal, um pode vir a ganhar.
Eu acho que vivemos na criação brasileira o mesmo que vivemos no campeonato brasileiro. O medo de perder. Senhores já dizia Vanderley Luxemburgo que o medo de perder tira a vontade de ganhar. Hoje, o gol qualificado faz o time da casa achar mais importante não levar um gol do que fazer um. Isto não é uma anomalia? No turfe, existe este mesmo medo de pagar o mico. Voôs altos não são tentados para não se pagar um mico. Ninguém quer debravar uma vereda ainda não explorada. E não é apenas por falta de opção ou conhecimento, é simplesmente por medo.
Minha função é testar as veredas, tanto as testadas como as ainda não. Uma pergunta que me faço a toda hora. O que fez Clackson ser o fenomeno que foi em pista e no breeding-shed? Seria I Say? Seria o fato de sua mãe ser uma Pharas em mãe Coaraze? O imbreed em Pharos? A linha materna? Não sei.
O que sei é que ele foi um fenômeno, e o está sendo como avô materno e pai de segunda mãe. Ele é um must dentro de um pedigree brasileiro. E o fato de não ser um sire of sires, mesmo produzindo machos de primeira linha, não tira dele o brilho. Afinal, qual o reprodutor brasileiro que o foi?
O importante é que ele foi uma vereda que provou ser importante mesmo não sendo explorada na plenitude que deveria ter sido. Enalteço, o Armando Carneiro que teve o peito de encarar Clackson e dar a ele a chance inicial. E depois o Weber que o manteve em atividade. E creio que Clackson, foi o que foi independentemente de estruturas genéticas. Ele se impôs.
A lógica exige que você seja no minimo lógico e todo nós sabemos que o simples fato de se investir no turfe brasileiro como ele hoje se apresenta, é um atestado de estado mental ilógico.
Abraços
Renato
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