Épocas distintas. Gostos diferentes. Lembro que quando guri os filmes épicos sobre a segunda guerra mundial, eram a coqueluche das décadsa de 50 e 60. A Ponte sobre o Rio Kwai, com William Holden e Alec Guiness, Os Canhões de Navarone com Gregory Peak e Anthony Quinn e Os 12 Condenados com Lee Marvin, Charles Brownson e um time de gente badalada, marcaram época. Os assisti a todos e sai maravilhado do cinema. Pensei até em me tornar um militar...
Foi também o inicio da era de James Bond, com o Satanico Dr. No, encenado por Sean Connery e Ursula Andrews. Uma sequência que atingiu mais de uma duzia de filmes, com o correr das décadas e diferentes personagens encenando o fantástico agente britânico. Nenhum como Connery, mas varios foram testados. Um tempo mágico que ficou na saudade. De heroísmos e bravura. Nos anos 70 teve o inicio a triologia do Poderoso Chefão com Marlon Brando e Alpacino. Marcou outra época, como menos romantismo e mais dramaticidade e a prova que o mundo era outro. Era um movido a poder e interesses. Hoje vivemos a era do Blade Runner, de Harry Porter e do Senho dos Anéis.
O turfe dos anos 50, 60 e 70, espelhou exatamente a mesma sensação com a formação da base que hoje temos em nossos pedigrees. Há de se conhecer esta base, para se entender um pedigree que exige no mínimo cinco gerações. Sei que aqui no Brasil se fala na grande maioria das vezes, quando muito no pai. Todavia, em meu conceito, são pelos menos 64 nomes que regem as caracteristicas de um animal. E todo cavalo tem mãe.
Outrossim, linhas maternas guardam certas caracteristicas que são passadas de filhas para as filhas. E estas caracteristas quando detectadas por um mercado, como ruins, elas são dissipadas dos planteis dos principais haras. Aprendi isto com Paul Mellon, que na época me deu vários exemplos. Os guardo com clareza e a eles somei mais alguns outros, coligidos dos resultados de minhas pesquisas pessoais, que por aquelas coincidências da vida, - que na verdade nada tem de coincidências - vieram muitas delas a aportar no Brasil.
Quando uma égua que foi um expoente em pista, passa a ter filhos e irmãs exportados para centros de menor padrão, é que algo não cheira bem no Reino da Dinamarca. Sheakespeare conhecia bem a situação. Logo, não se iludam por nomes grandiosos, cheios de pompas e circunstâncias, mesmo que eles venham acompanhados de outros tão ou mais venerados, cujos descendentes aqui chegam aos cachos. Algo de muito estranho há de haver no ar. E como onde existe fumaça, sempre haverá fogo, prefiro manter minhas barbas de molho.
Temos que analisar pedigrees como um todo. Não por o elemento ser filho deste com aquela, que em pista maravilharam o publico. Se nada fizeram em carreira e foram alijados dos mercados onde reinaram, é porque você está mais para Nero do que para Julio Cezar. E quando eles aqui pintam em cachos, o medo tem que se tornar ainda maior. Eu diria que transforma-se em pavor! Passa a ser Idi Amim Dada, no duro!
Na época dos Canhões de Navarone, é certo que trouxemos também coisas assim. Outrossim, era outra época, outro turfe e distintos objetivos. O turfe como um todo era regional. No máximo - e com raríssimas exceções - continental. E os argentinos vinham aqui disputar nossas duas provas máximas e faziam de nós, gato e sapato. Durantes anos amargamos derrotas acachapantes. Diria até que depreciativas, para o esforço de criação que faziamos. Hoje o turfe é outro. É mundial. Não somos mais uma ilha isolada. Temos participações honrosas não só em nosso continente, como no hemisfério norte. Acho que evoluímos até uma determinada época, porém de uns tempos para cá, há uma regressão, que nada tem de natural, tanto quantitativa, quanto qualitativa, Alguém teria a coragem de nega-la?
Não podemos achar que Nero aqui vai virar um Julio Cezar, pelo simples fato do ambiente ser mais ameno para disputas. O único caso moderno em que isto veio realmente a acontecer foi recentemente com Spend a Buck. Mas isto explica-se por dois adetalhes que muitos se esquecem. Ou figem esquecer. A transformação que os Buckpassers aqui tem quando na América do Sul aportam - e só na América do Sul isto acontece - e que Spend a Buck era um tremendo cavalo de corrida. Um ganhador do Kentucky derby, considerada aquela, pela imprensa especializada, com uma disputada que teve altíssimo padrão. A verdade é que ele corria mais que as pernas! E foi apoiado por haras de primeira, no Brasil. Nos demais casos, deram aqueles que já haviam dadao em outros mercados; Royal Academy, Northern Afleet, Elusive Quality, Roy e Candy Stripes.
Pergunto: Qual o Danehill, mesmo daqueles que corriam mais do que as pernas, porém fracassado no breeding-shed do hemisfério norte, que arrebentou com a boca do balão no nosso turfe? Tivemos pelos menos três de seus filhos, todos de esfera clássica e dois sublimes em pista. Mas ele não tinham o atrativo que os Buckpassers conseguem achar em nosso continente. Não me façam explicar. No máximo consigo constatar o fato,
È muito dificil se ir contra a natureza das coisas. Só Moisés conseguiu abrir as águas do mar vermelho. E mesmo neste caso há controversias, Vó Adelina sabia muito da vida, mas tinha um futebol de quinta categoria. Não seria a levando para a Bolivia ou para o Equador, que eu a transformaria numa craque. Nem no pais de Maduro, alimentada, poderia ser... Neo é neo, e julio Cesar é Julio Cesar. Pelo menos paa mim...
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