PAPO DE BOTEQUIM: A ESTAGNAÇÃO DE IDÉIAS

Recentemente alguém me escreveu e não sei se querendo elogiar ou ironizar, iniciou uma fase,  dizendo que eu que em turfe no Brasil sabia mais do que todos... Agradeço, mas não mereço. Não sei tudo, mas quando não sei, não somente digo como tento aprender. Aprendo todos os dias e não seria agora que deixaia de aprender, Poucas assuntos me eximo de discutir, por exemplo me sinto incapacitado a discutir sobre a inteligência de Dilma Roussef e o sexo dos anjos, pelo simples fato da primeira não a tê-la e no segundo caso por nem sequer saber se ao menos eles existem, e se existem se são dotados de sexo ou não. Como também sou um zero a esquerda em fisia nuclear e na tal da genética.

Todavia, o básico . mesmo em se tratando de genética - arrisco-me a acreditar que dou as minhas caneladas. Todos nós, humanos ou equinos estamos sujeitos a uma loteria genética, que detemina as habilidades e vocações distintas, enfim que seja capaz de nos diferenciar com seres próprios que somos. Ninguém é igual a ninguém. Mesmo os gêmeos se diferem em determinados pontos. Irmãos nem se diga, Mas existem afinidades que unem certos individuos e isto criam padrões de comportamento.

Eu sou apenas um estudioso de afinidades, que quanto mais constantes, mais me chamam a atenção, pois, criam os tais parâmetros de conduta, entre aqueles que as possuem. E para mim, que milito nesta atividade a algumas décadas, o principal padrão de conduta é a vontade que um cavalo de corrida demonstra ter para quanto a vitória. A diferença entre os clássicos e os brilhantes, é simplesmente a assiduidade de consegui-las. Porisso, para uma analista, é importante de se comparar a forma e de quem, a vitória foi conseguida. Quem seria Alydar se não houvesse Affirmed? Ou Easy Goer na ausência de um Sunday Silence?

Um elemento pode exalar classe independentemente da qualidade de seus adversáios. Frankel, independia da turma. Ribot também, assim como para Garrincha no futebol, todos eram Joãos. Mas por exemplo se Zenyatta houvesse enfrentado Rachel Alexandra, muitas dúvidas poderiam ser dirimidas, embora em momento algum a perdedora - fosse quem fosse - deixaria de ser para mim, uma diferenciada.

Perder não desfaz um animal.  Em muitos casos o enobrece. Nijinsky perdeu suas duas últimas carreiras e em momento algum sua qualidade foi discutida.  Será que Zenyatta perdeu seu credito ao ser batida por Blame? Alguém deixaria de achar Much Better menor, por sua última atuação? No Brasil exigimos coisas que não me parecem racionais. Há gente que chega ao cumulo de torcer contra o craque. Vi isto acontecer com Bal a Bali. Para no final dizer, eu não disse que nele não era tão bom assim? O problema era que ele era!

Confesso que não consigo atinar qual a vantagem de ações como estas. Quando decidimos correr Hard Buck no King George, uma leva de pessoas deu risada e torceu contra. Quando ele chegou na segunda colocação, passaram a tratar o feito como produto da sorte. Voltem lá com um cavalo brasileio filho de um corredor de dirt e repitam o feito. A verdade, é que havia uma torcida despudorada para que pagassemos mico. Também acharam que levar Einstein inédito para os Estados Unidos era um contrasenso. Uma insanidade mental. Quando ele aprontou o que aprontou, esqueceram-se que talvez o fato dele ter ido verdinho, poderia ser uma das razões do sucesso. Resumindo, somos um turfe povoado de gente com imaginação, zero! Com condescendência, nenhuma! Mas com uma lingua bem maior que a boca...

Se você tem noção do tamanho do tunel em que vai se meter e seleciona aquilo que pode enfrentar o mesmo, basta se cercar de profissionais capacitados e esperar por um pouquinho de sorte., que logo, logo, a luz do outro lado será alcançada.

Senhores, desculpem, ou penso anos à frente ou nosso turfe vive uma constante estagnação de idéias. Penso que esta estagnação nos está levando para onde não deveríamos ir, pois o que diariamente penso, está sendo usado hoje, em outras partes do mundo.