Ontem jogou-se no Pacaembu, uma partida válida pela Libertadoes da América. Um jogo, que 30% da renda estava bloqueada para pagamento do Santos de um divida muito antiga que tem, com um empresário. Não poderiamos fazer isto em relação ao prêmios. em nosso turfe? Você deve na praça e passa a ter um percentual de seus prêmios para o pagamento de credores, que o acionarem na ABCPCC. Mas se você ganhar a sua carreira em Cidade Jardim? Bem, ai realmente complica a lógica da questão.
Tudo no turfe brasileiro é complicado. Mesmo que seja para simplesmente moraliza-lo. E começa no simples fato de muita gente mal tem dinheiro para comprar sardinha, mas acredita que poderá arrotar salmão. E quem sabe um dia ter uma fratulência de caviar. O que vó Adelina definia como dar um passo maior que as pernas.
Num mercado que o simples fato de participar da roda do turfe para uns representa uma ascenção social e para outros a cristalização de um atleticismo que lhe foi impossível demonstrar quando jovem, o fake soa como real, para quem quer só ouvir aquilo que interessa.
Muita gente no turfe, dá um passo maior que suas pernas, e quando a coisa não funciona, simplesmente não paga. E isto se torna a roda viva da inadimplência e a faz dona da situação. Aceitam-se atrasos e devedores não são acionados como deveriam ser. Aliás, quanto mais piracotécnico, mas impressionate é a atuação do ator. Ele bafeja, e as pessoas acham que estão a frente do novo Pavarotti, principalmente em nosso meio, que muitas pessoas se alimentam de migalhas.
DESCULPE, AOS QUE ASSIM NÃO PENSAM,
MAS EXISTE NO TURFE BRASILEIRO
UMA SÉRIA DISCONEXÃO DA REALIDADE.
Eu prefiro me valer das realidades. E dentro daquilo que considero como realidades, os números tem uma posição de destaque. Mesmo sabendo que nem sempe eles representam uma quadro limpido de certas situações, mas na maioria das vezes, se coloca muito perto disto.
Onde a inadimplência reina, há uma natural queda de mercado. E isto vem acontecendo com o nosso, não é de hoje. O José Carlos Fragoso Pires, Junior comenta abaixo sobre os dados liberados por nosso Stud Book.
Volto a repetir: onde a inadimplência reina, há uma natural
queda de mercado. Esta foi a razão da queda progressiva
Se temos hoje uma oferta bem reduzida, mas mesmo assim a
demanda não a completa,isto me faz perguntar, de que
adiantaria produzirmos 6,000 cavalos?
queda de mercado. Esta foi a razão da queda progressiva
Se temos hoje uma oferta bem reduzida, mas mesmo assim a
demanda não a completa,isto me faz perguntar, de que
adiantaria produzirmos 6,000 cavalos?
Quem os compraria? Os uruguaios?
É triste, entretanto uma realidade que temos que aceitar. Enquanto
não tivermos um movimento de apostas que possa garantir vida útil a
longo prazo, nenhum crescimento de nossa criação, será capaz de
gerar crescimento em nossa atividade.
Produção Brasileira caiu cerca de 12 %.
Estamos atualizando a série histórica de "Os Números da Criação Brasileira" período 1970-2017, já que o Stud Book Brasileiro acaba de liberar os dados referentes a 2017, assim como a recontagem de 2016. Esses números estão sujeitos a ajustes (variação positiva) de até 4%, aproximadamente.
Os números mostram que:
- no item "Nº de éguas", o número (2.239) voltou a cair; queda de cerca de 3,70 %.
- o do "Nº de Garanhões", (163), teve acréscimo de cerca de 0,98 %.
- o "Nº de Produtos" nascidos também voltou a cair (1.734), queda de cerca de 12,51 %.
- e o Nº de Criadores" (298) se apresentou estável em relação ao ano anterior.
Infelizmente, a crise na Criação Brasileira ainda persiste e é motivo de grande preocupação.
Obviamente, várias análises poderão ser feitas com esses dados, mas deixo para o leitor a tarefa de fazê-las.
A fonte, claro, é o Stud Book Brasileiro.
Saudações turfísticas,
José Carlos Fragoso Pires Júnior