sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

PONTO CEGO:O ÔNUS E O BÔNUS

Já disse isto enumeras vezes e cada vez me sento mais certo ao repetir. Escrever é mergulhar num buraco escuro, onde você não sabe quem lê e nem tem noção das conclusões que seus leitores terão a respeito. Mas isto é parte do jogo. O que chamo do ônus e do bônus. Escrever me dá prazer, e isto consequentemente me  custa um preço.

O Marcelo Augusto da Silva, colaborador deste blog, me apresentou uma pergunta de um amigo seu que faz todo o sentido do mundo. Se 5%, me parece um percentual divisor de águas, nono tocante a produção de individuais ganhadores de grupo no Brasil, qual seria o percentual em relação as reprodutoras. A pergunta é altamente válida, apenas que não sei a resposta.

Uma reprodutora produz um número restrito de produtos e ainda por cima existe a diferença de patamar entre os haras brasileiros. Do melhor ao pior há um canyon. Nos reprodutores, o alto número de filhos que produzem, fazem a amostragem diluir-se, e por isto existe uma percepção mais fidedigna da situação. No caso das reprodutoras, o número delas que produziram mais de um individual ganhador de grupo, é absurdo, em relação aos principais centros de criação do hemisfério norte. Tenho os números e posso lhes garantir. O que apenas corrobora que a qualidade dos haras e a nobreza os pedigrees, fazem uma tremenda diferença na criação brasileira.

Outro dia escrevi do que seria proveitoso usar um macho consistente filho de Quanto Carina, daqui a alguns anos com netas da mesma. A idéia lhes parece maluca? Não creio, pois, é apenas uma formula de trabalho que os australianos estão fazendo e com isto conseguindo com a Quanto Carina de lá, Eight Carat, resultados bem acima da média. Acredito que eles vão indo muito bem obrigado, aliás, como veio a ser ressaltado na nota.

Mas quando digo Quanta Carina, no Brasil, o faço por ser ela a única reprodutora até o presente momento, a ter gerado a cinco individuais ganhadores de grupo em solo brasileiro.Outrossim, poderia estar dizendo outras como Arumba, Risota, Griffe de Paris e Donnegale, que mesmo com apenas três demonstraram imensa qualidade na arte de produzir classicismo. Aliás, como me referi anteriormente, no Brasil, ao contrário dos centros mais desenvolvidos, não é difícil uma reprodutora gerar mais de um elemento diferenciado. Com dois, já foram centenas nestes primeiros 44 anos de história. e com três, que nos centros desenvolvidos são poucas a conseguir fazê-lo?

Pasmem, 52! 

Sim e quem duvidar que verifique a produção da lista que apresento abaixo e tenham certeza se há um erro ele pode ser por omissão, de alguma que me tenha passado desapercebido.

Arbulus, Arumba, Asola, By me Love, Charm Us., Court Lady, 
Das Dance, Donnegale, Fay Love, Eternitã, Fit to Fly, Flexora,
Gold Moon, Griffe de Paris, Hail Cat, Heavenly Dancer, Hula Hoop, Imperatriz Vivi, In The Sand, Just Lucky, Juturna, L'Escapade, La Belle Celina, Lady Tell You, Lady Thong, Lei, Lereia, Lizzy Girl, Lychee, Ma Belle, Malindi, Miss Fritchie, On Your Own, One for the Road, Oscilação, Plus Vite, Queen Cell, Rondesir, Scold, Sea World, Skyle, So Beautiful, Story, Sweet Biscuit, Sweet Alliance, Sweet Honey, Teresa, Universal Rara, Vale Mas, Valetza, Verbalista, Witchery e Zarzamora.

E vocês acham muito? Com quatro individuais ganhadores de grupo, temos hoje no Brasil, nove, já que Quanta Carina a décima, passou a contar desde o ano passado com cinco.

Exarque, Gás Mask, Hospitaleira, Just Perfect, Laura Ricci,  Ocasião, Salineta,  Sociedad e Uff-Uff.

Não creio que existam nem nos Estados Unidos, quanto mais no trinômio europeu  Irlanda, Inglaterra e França, para o período de provas de grupo, 52 éguas capazes de gerar a três individuais ganhadores de grupo em cada pais.  E quanto nove, com quatro, também tenho as minhas dúvidas.

Logo, temos uma abundância de produtoras de mais de dois individuais ganhadores de grupo. isto as classificaria, digo todas, como éguas de exceção? E se assim o for, como então estabelecer um percentual? Eu juro que não me considero capacitado a dar um veredito. Quem se sentir capacitado, por favor me avise, que terei o máximo prazer de publicar.