Tenho muitas dúvidas sobre um pais que se utilize de cartórios. Já disse isto aqui e repito. Outrossim, temo ainda mais uma prefeitura que igualmente não tem habite-se, e exige o fechamento de um centro de treinamento e um bando de assinaturas de responsabilidades em um sambódromo, pela mesma razão. Não estar habilitada a funcionar? O famoso habite-se. Então exige o que não tem?
Somos um pais diferente. Temos três pesos e três medidas. E o importante não é a fiscalização, é a punição. A eleição do bode expiatório. E no mínimo quatro carimbos são necessários para que algo funcione e naturalmente alguém apadrinhado possa ganhar dinheiro. Não seria isto fantástico?
Não dá para medir fatalidades e nós no Brasil as temos todos os dias, de todos os tamanhos e cores. E vejam, que tenho total concordância com todo aquele que defende a tese que um erro não justifica outro. Mas no Brasil de Brumadinho e Mariana, de afogamentos em chuvas, de museus que pegam fogo e que elegem torneiros mecânicos para a presidência e o substituem com uma senhora completamente despreparada para fazer até um cafezinho, tudo passa a ser viável.
Quem acompanha este blog, deve ter noticiado que pistas são melhoradas nos Estados Unidos, assim como há um aumento constante das dotações. Isto é um turfe que quer se manter na crista da onda. Também toma conhecimento do que anda vindo para a Argentina e o Chile, em termos de shuttles. Isto são criações que tentam se manter update. Se d'ao ao respeito. E nós? Nosso turfe está sem habite-se? Falta tinta nos carimbos? Que mantém uma taxa de importação de matéria prima na casa dos quase 40%? Que lança nos leiloes pouco organizados, cavalos em forma de uma prestação - 15 vezes - e mesmo assim incorre na inadimplência?
Que eu saiba, somos a única na;ção turística queimpedida de lançar o preço que o cavalo e sim o valor de 1/15 e assim cada lance multiplica por 15 o que realmente lançou. Não é deveras imaginativo? Deveríamos lançar o preço final do cavalo e depois se o comprador desejar, financia-lo e, um banco ou com o próprio criador.
Somos o samba do crioulo doido, como diria o Stanislaw, o Ponte Preta. O pais das incoerências, onde Pablo Vittar é visto como a mulher mais sexy e que ainda mantém correntes politicas que defendem a democracia bolivariana da Venezuela e a comunista de Cuba. Que país é este?
Temos que tirar o habite-se do turfe brasileiro, para não sermos interditados pela total falta de coerência. Porque tem mais turfista desistindo do que abraçando a atividade? Temos que nos fortalecer em nossa Associação, pois, esta é a única chance. Precisamos nos unir em sindicatos. Necessitamos uma pedra única, uma só triplice coroa e hipódromos trabalhando em um sentido comum. Não tentando um denegrir a imagem do outro.
Mas não com meia dúzia de gatos pingados associando-se a mesma, como seria possível? Temos que todos fazer parte dela. E o mínimo para se começar a pensar a tirar o habite-se.