sexta-feira, 1 de março de 2019

PONTO CEGO: O CUBO E A BOLA


Sabe a conclusão que eu chego? Que no Brasil, para você sobreviver no mercado do turfe, o melhor posicionamento é se manter encima do muro. Isto agrada a gregos e troianos 

Porque quando você afirma algo, logo a turma do torce contra, afia suas garras. Quando aqui afirmei, depois de sua estreia que Frankel seria um segundo Ribot, o que teve de gente torcendo para ele fracassar, não foi brincadeira. Para a infelicidade de muitos, eles nunca perdeu e o Timeform deu a ele um rate maior do que o de Ribot. Mas para muitos não passou de sorte...

Quando disse aqui que a melhor coisa para Natagora - então líder da geração - seria fugir de Zarkava, como o diabo da cruz, que havia acabado de estrear, muita gente atribuiu ao fato de eu não estar mais trabalhando para o Estrela Energia. E o que aconteceu?




Amigos, se há uma coisa burra, é querer falar bem ou mal de um cavalo de corrida por interesses pessoais. O castigo vem a cavalo! Quem inventou este jargão, sabia exatamente do que estava falando. 

Pois bem, sou Flamengo, mas de maneira alguma afirmei aqui ontem que Vinicius Junior, será grande ou maior do que Neymar por ser Flamengo. Em 2010, clamei pela convocação de Neymar. E ele não foi convocado, A convocação de Vinicius, é agora uma realidade.  Porque tanta certeza? Por dois motivos básicos.Você tem que conhecer do assunto e ter a imaginação de projeta-lo anos a frente. Funcionou com Frankel, com Zarkava e irá funcionar com Vinicius, se não houverem fatalidades no seu caminho.





Este mesmo exercício mental você tem que fazer quando seleciona um potro para correr. Você tem que projeta-lo, no que ele fisicamente poderá se transformar em um ou dois anos. Para isto tem que se ter noção de equilíbrio, pois, se tudo der certo, ele será ampliado, que nem numa fotografia. O potro nasce o que ele vai ser em termos de proporções. Perde-se quando o trabalho não é bem feito. Não dá para arrumar algo que nasceu desarrumado. Evidente que haverão exceções. Outrossim, me recuso a depender de exceções. O potro não pode sair do equilíbrio. Dai eu ter bastante medo daquele que é excessivamente preparado para os leilões. No Brasil, isto é um sintoma que vejo acontecer. Vende-se bem, corre-se mal. E no ano seguinte o processo se repete, pois, temos memória curta e donos de tremenda benevolência. 

Não é uma questão de querer colocar a carroça a frente dos bois. É  sim, ter imaginação e conhecimento de proporções. A bola gira, o cubo não. Ponha os dois numa ladeira e saberá em segundos quem chegará primeiro ao sopé da mesma.