A VOZ DO POVO É A VOZ DE DEUS: SOU UM EXAGERADO

O Palmeiras vinha de uma invencibilidade de mais de 30 jogos, perde dois, empata dois sendo um com o Vasco - que para muitos não passa de outra derrota - e estando ainda  na liderança do campeonato brasileiro, e imediatamente a torcida o chama de time de pipoqueiro. Não seria isto um exagero? Muito maior do que querer colocar a carne na grelha?


No final dos anos 50, eu ainda usava calças curtas e ingressava no Colégio Santo Inácio e tomei conhecimento de um treinador de futebol do São Paulo, húngaro chamado Bela Guttmann. E me lembro também  que ouvia de meus tios o poder indíscutivel que a Hungria exercia no futebol e que havia sido provado ao mundo na Copa de 1954, injustamente perdida para a Alemanha até agora em condições nebulosas. Os húngaros eram os melhores do mundo, segundo nós brasileiros, menos para o Nelson Rodrigues, que defendia o jogador brasileiro e considerava os húngaros uns pernas de pau. Não estariam ambos os lados exagerados?

Tornei-me torcedor do Flamengo, aos 5 anos de idade, quando ganhei de meu tio Mario uma camisa do Flamengo, comemorativa ao tri-canpeonato estadual recém conquistado, e dirigido por uma paraguaio, conhecido como o Feiticeiro da Gávea, chamado Freitas Solich. Pois Solich, dispensou Amarildo, cedendo-o ao Botafogo, por flagra-lo fumando um cigarro. Não teria sido um exagero liberar o processo que nos ajudaria a dar nossa segunda Copa?

Pois bem são exageros como estes que matam qualquer atividade. Contudo não creio achar exagero de qualificar Enable como o melhor elemento nestes últimos três anos, na milha e meia em terreno gramático. Ganhou os dois Arcos e King Georges que disputou. E não é que quando chiei sobre os rates a até aludidos pela Longines, teve um leitor que disse que eu estava exagerando?

Meu caro Luiz Carlos, nós brasileiros somos um exagerados. Logo, eu teria até o direito de ser. Mas vamos e venhamos, não creio ser este o caso. A maneira como são ranqueados os cavalos - principalmente no Brasil - me parece ridícula. Não existe uma formula matemática que defina a qualidade de um animal. Se isto fosse possível, meu melhor professor de matemática, Jacques Chambriart, venceria até do senhor Julio Bozano. Mas para você que acredita que exagerei, veja os detalhes abaixo e sinta real diferença dela, por exemplo para um cavalo que em Ascor é considerado um osso duríssimo de roer

Não foi computada a carreira num décimo primeiro hipódromo, por ter sido disputada no dirt. E ela assim mesmo ganhou.  E novamente para você que parece respeitar números, aqui apresento uns que realmente dizem alguma coisa.

Ela correu mis de dois metros que Crystal Ocean e assim mesmo, foi meio segundo a mais que o mesmo. Logo se larga por dentro, e não atrapalham a vir cerca da cerca, teria gajo por meio corpo.

Se você acha que depois de analisar estes fatos continuo a ser em sua opinião um exagerado, boa sorte em suas futuras decisões, pois necessitará muito delas.