Sei que falo bastante de futebol num blog que é de turfe. Mas as similaridades são gritantes entre os dois esportes. Hoje no futebol brasileiro se perde mais tempo em se discutir os protocolos do VAR do que propriamente o jogo. No turfe existe também o VAR. Aliás sempre existiu, pois uma comissão de carreiras julga não só o photochard, como as peripécias que possam acontecer em um percurso. E as celeumas são as mesmas. Mesmo quando existe o recurso das imagens, todavia é necessário o fator interpretativo.
NÃO FOI JESUS,
QUE FEZ O FLAMENGO
EMPATAR COM O ATLÉTICO DO PARANA
LEVANDO QUATRO GOLS
E MARCANDO APENAS UM.
FOI A FORÇA DAS IMAGENS.
O photochard é como a marcação do impedimento no futebol. Analisa-se uma imagem e não há o que se discutir. É ou não é. Não existe o fator interpretativo. Num futebol onde o impedimento tipo feijoada, onde uma orelha, um pé ou um nariz, pode determinar que um atacante esteja em posição irregular, a coisa não parece ter mais problema. Contudo, numa analise de peripécias de corrida, em um pênalti, ou uma falta grave, entra o fator interpretativo e aí é que a porca torce seu rabo.
Existe muita polêmica na formação de uma comissão de corrida no Brasil. Nos Estados Unidos onde os hipódromos são de propriedade particular, contrata-se profissionais para a gestão do controle do desenrolar das corridas. E mesmo assim, com profissionais remunerados, existem controvérsias. Imaginem, numa comissão composta por sócios, que minutos antes tomaram café ou almoçaram com outros sócios que podem se tornar proprietários de um cavalo que passa a ser a peça central de uma pseudo anormalidade acontecido durante a disputa de uma prova. Está ai a grande polêmica a ser sanada.
Fica complicado. Por mais honestidade que haja, sempre haverá aquela tendência natural de favorecimento. Sou partidário de uma comissão de corrida paga e formada apenas por profissionais. Se fizerem um bom papel, terão seus contratos prorrogados. Se não, trocam-se os profissionais.
Afinal, a comissão de corridas é o espelho de um turfe em que se pode confiar E se joga mais, naquilo que se confia. Roleta viciada, não se eterniza no universo das apostas.
E o qual seria o perfil do profissional? Um ex-jockey? Um ex-treinador? Um turfista? Sinto que um bom presidente com uma competente diretoria, saberia achar as pessoas certas para o lugar correto. Há de se convir que ser CEO de uma grande empresa, é tão difícil como a da presidência de um jockey Club. E poderiam um membro de comissão de corrida, jogar? Eu, particularmente, acho que não. Outrossim, não faria disto um dogma.