Confesso que fica um pouco complicado para mim, contextualizar o que realmente acontece em Cidade Jardim. Moro fora do Brasil há de se convir que sempre tive maior afinidade pela Gávea. E este sentido há igualmente de se notar que as disputas no hipódromo carioca, de uns tempos para cá, me parecem mais fidedignas.
Contudo, acredito piamente que o bom cavalo pode vir de qualquer lugar. Ele não escolhe seu chão. E a maior prova disto foi o recente aparecimento de Cash do Jaguarete e Halston. O primeiro provou minha tese, com ainda maior fulgor, pois veio ao Rio de Janeiro e ganhou um grupo 1, desbancando uma dupla por mim selecionada. Grand Cru, o segundo colocado naquela ocasião, aparentemente no ocaso de sua muito boa campanha, transferido para Cidade Jardim, continua vencendo , agora sob nova direção, em grande estilo.
Mas há de se ter um pouco de cuidado hoje, pois, o form de Cidade Jardim, não me parece tão fidedigno, como já o foi outrora. Todavia, recentemente, o colaborados Marcelo Augusto, me alertou para um ganhador, filho do reprodutor Jeune-Turc, no último sábado da sabatina do hipódromo paulista, prova que também havia assistido e me chamado a atenção.
Outrossim, para ambos o que ficou mais nítido, foi o descaso como este ganhador dos Grande Prêmios Brasil e São Paulo, foi tratado reprodutivamente. Eu diria, e falo com conhecimento de cauda, que não é fácil se ganhar estas duas provas. Puxando pela memória recordo de Much Better, Grimaldi, Quari Bravo, Dono da Raia e não acredito que além de Jeune-Turc hajam outros mais neste período moderno. Confesso tratar-se de um seleto grupo de animais. Qual deles teve pelo menos, um justo aproveitamento reprodutivo? Creio que nenhum.
Logo, o que aconteceu e ainda acontece com Jeune-Turc é uma anomalia presente em nossa criação. O culto ao matungo importado, em detrimento ao grande cavalo nacional. E eu não compreendo porque. Se tivéssemos um mercado de venda pujante, eu até entenderia. mas vendemos mal, com raras exceções, logo que diferença faria? Creio que as chances com cavalos que provaram na pista terem sido de exceção, seria maior. Pelo menos dentro de um raciocínio lógico. Mesmo tendo que levar em consideração a genética. Pode-se abrir uma área de discussão, de alguns dos citados serem filhos de reprodutores que não vingaram em nossa criação. Mas este evidentemente não me parece o caso de Know Heights, que considero um dos mais importantes reprodutores que aqui aportaram. Estaria eu exagerando?
Atentem para seus números. Foram 36 individuais ganhadores de grupo , sendo 12 de graduação máxima, para um total de 549 produtos registrados e um percentual de aproveitamento clássico a meu ver excepcional, 6.55%. Sei que figuras do pântano, dificilmente aceitarão os números, mesmo quando estes provam a iniquidade de suas opiniões, mas diria se tratarem de algo sólido dentro de uma realidade nacional, em que reprodutores que não tenham uma base fisica de apoio, como Ghadeer, Roi Normand, Wild Event e Put Back - que encontram-se a sua frente por número de individuais ganhadores de grupo produzidos - tiveram. Só o nacional Clackson, obteve maior número, com no mesmo patamar de apoio. Mas Clackson é fenômeno E como Clackso, ele se especializou em cavalos altamente staminados.
Assim sendo um filho seu, ganhador de nossas duas provas mais importantes e ainda por cima, filho de Know Heights e neto da Champion Northern Brick com uma mãe cuja estrutura genética. formada por Machiavellian, Northern Dancer e Prince John, me parece acima de qualquer suspeita. Qual seria então um critério lúcido de seleção? Qual seria o seu real defeito? Evidentemente por ser nacional.
Cansei de tentar dar a luz a quem não parece querer enxergar. E se houvesse um plausível motivo, pelo menos comercial, eu até entenderia. Mas o que sinto é um resulta compulsiva e desnecessária para com aquilo que parece lógico. E quanto a isto, jã dizia vó Adelina, o melhor é se afastar. para não sofrer uma mordida na carótida.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!