Bom dia
Nem preciso falar que meus olhos se encheram de alegria ao contemplar o pedigree desta potranca adquirida por você, a 744 do catálogo de Keeneland.
Simplesmente maravilhoso.
Reunir uma mãe com aquele tripé mágico que você tanto chama a atenção, advinda e super estruturada na família 3 (dentre aquelas consideradas fórmula 1) com um pai potencializado na mesma família 3, sem dúvida ela recebeu uma herança genética dos afortunados (físico, expressão e caráter), e necessitará apenas do artesão que dará o retoque final nessa obra prima. Vc adquiriu uma potranca potencializada, que costumo dizer de alta combustão.
Para fazer esse tipo de pesca tem que ter os olhos limpos, livre de traves e isso você nos ensina diariamente.
Parabéns
Aproveitando o gancho, um dos ensinamentos que você me deu e que mais carrego principalmente ao observar o comportamento de um elemento em competição é o caráter, “a vontade de vencer”. Na semana passada você fez essa observação no vencedor do GP Ipiranga que demonstrou o mesmo caráter de seu pai, Glória de Campeão e ontem em Cidade Jardim tivemos um clássico para os milheiros e o vencedor demonstrou o mesmo comportamento, não se entregou e venceu um carreira sensacional proporcionando com o seu rival uma reta de chegada de tirar o fôlego, agora veja de onde pode ter vindo todo esse potencial: MANO DE PIEDRA, criação do Beverly Hills é um Manduro, da subfamília 3-d, numa mãe ganhadora de grupo 1, Cristie, da subfamília 3-i, com um avô, o Baronius da subfamília 3-c, ou seja, super-potencializado na família 3. Tem uma linha materna Paula Machado, com uma sequência de avôs que reforça essa super-estrutura Baronius, Karabas e Felicio. É uma obra prima genética. Esse cavalo começou a competir tardiamente na Argentina e hoje aos 7 anos encontrou em Cidade Jardim nas mãos experiente da família Gosik a oportunidade de demonstrar em pista o seu potencial. Temos que ficar sempre atentos, não importa se CJ na atualidade não seja referência de competitividade, mas o bom cavalo sempre existirá e não importa o lugar.
Abs
MARCELO
Marcelo,
Inicialmente agradeço suas gentis citações. O que posso dizer? Vó Adelina diria, quem procura sempre acha. E eu creio que achei. Apenas o que faltou para a frase da nobre senhora estar completa, seria saber exatamente o que procurar. Pois bem, mais uma vez sinto aquela forte sensação que pedigrees tão bem ordenados como este, suscitam - como você com grande propriedade citou - caracter e físico. Ai é torcer para que o lapidador a seguir não trema a sua mão. A minha função é achar o diamante e indicar a meu cliente que o poderá melhor lapidar.
A pessoa que treinou Tonalist é portanto a mais indicada para treinar esta potranca: Christopher Clement. Tonalist era um Tapit com características próprias, muitas delas em função de A. P. Indy e Pleasant Colony. Logo, se Tonalist, que estreia seus primeiros produtos este ano, não disser ao que veio, as chances se tornam menores. Mas algo há de se abrir mão para se ter força financeira para adquirir alguma coisa deste vulto.
Quando fiz esta mesma incursão, anos atrás para o Gonçalo Borges Torrealba a potranca, a escolhida foi Cara Rafaela, que acabou sendo a segunda mais importante 2 anos de sua geração, perdendo o titulo para uma reservada e ganhando de outra igualmente reservada. Logo, que me desculpem as lorpas e o pascácios, adquiri o que de melhor havia a venda. Esta é a minha função. E Quiet American do qual ela era filha dentre os seus de primeira geração, não me deixou na mão.
Eu acredito que esta vontade de vencer está diretamente associada ao valor genético do animal. Tesio assim o pensava e por isto criava pedigrees, que a primeira vista pareciam normais, mais hoje ao "luparmos" em nove gerações, podemos tranquilamente aceitar que eram obras de arte, esculpidas por um incrível artista.
Acredito como você em linhas maternas e sei que algumas como a 14-c, 13-c, 1-x e 9-c emanam maiores simpatias pelo mercado externo. Elas tem o meu interesse também. Todavia, como você acredito que nada na America do Sul tenha sido de tanta significância como a linha 3. Whirlwind, uma das três fundadoras daquilo que considero a alma do turfe argentino - do qual descende Forli - determinou esta dominância.
Outrossim, tudo que pintou no planeta originário da 3, levantou vôo e hoje a 3-l é um dos veios que mais me cativa, justamente por produzir cavalos que demonstram aquela vontade imensa de vencer. Imaginem duplicados em mais de uma instância, como no caso dela?
Fico feliz que você , que é a pessoa que mais leva adiante estes estudos sobre o aporte do "juntamento" de famílias, de mesma origem, tenha sentido neste pedigree segurança e espero que quem viva, irá ver.
Abraços
Renato