Nesta segunda feira, os trabalhos em Keeneland serão reabertos para suas vendas de Setembro. Para mim, ainda as mais importantes no planeta. De alguns pontos de reflexão, acredito que devam ser tomados.
Infelizmente no turfe, as coisas não são tão simples de serem resolvidas como muitos podem estar pensando. Não basta, nós brasileiros termos a vivida noção que o buraco é mais embaixo, toda vez que um cavalo bem sucedido no Brasil, corre e fracassa redondamente nos Estados Unidos. Temos que se conscientizarmos-nos do porque. Pois ano que vem virão outros e a tendência natural é que o resultado se manterá o mesmo.
O turfe depende da criação de seus artistas - os cavalos - e principalmente da melhoria substancial na maneira de pensar daqueles que o criam - os criadores. E isto, como numa nação, mesmo emergente, é um processo longo e paciênte. São necessárias gerações para que as coisas tomem um rumo e se mantenham neste mesmo rumo, enquanto os mercados consumidores assumem outras direções. Esperar que um carioca, um gaucho ou que um nordestino pensem da mesma forma, já é uma forma muito difícil de se aquilatar o processo de uniformidade, agora imaginem deles um dia o fazerem qual um escandinavo?
Pois é, qualquer movimento, necessita de coesão. E esta coesão não cresce e muda o status de uma empreitada, pela união de minorias - sejam das mais altas ou menores camadas sociais - esta história de o povo unido nunca será vencido, pode até dar certo por um pequeno período de tempo, mas sem organização ela mela. Movimentos que dão certos, como as revoluções russas e norte-americanas, tem que ser levadas a efeito pelas cabeças pensantes e assumidas então pelo um todo. Isto é as maiorias.
Dou um exemplo histórico. Abram o catalogo de numero dois do September Yaaarling Sale de Keeneland, - catalogo este que normalmente já ainda esta bem acima de nossas possibilidades e levantem o pedigree dos 25 primeiros lotes até a sexta geração. Sabem o que irão descobrir? Que não são nem um nem dois, aqueles que não apresentam pelos menos duas duplicações em chefes de raça ou matriarcas. São na realidade os 25. E três com aqueles tripés de imbreeds em Northern Dancer, Mr. Prospector e um terceiro elemento. Quando aumentamos para os 50 primeiros, estes tripés passam a aparecer em seis lotes. E isto com pais, bem acima da qualidade que estamos acostumados a usar no Brasil. deu para entender?
Quem faz isto como eu, este processo há mais de 30 anos, sabe que não era assim. Se tornou assim. Porque o criador norte-americano compreendeu que são os mercados europeus e asiáticos a força de seu desenvolvimento econômico, e que esta era a única forma de mantê-lo cativo.
Quando iniciei a engatinhar neste mercado, nos anos 70, o mercado europeu estava em chamas. Vincent O'Btien tocou ainda mais fogo na fogueira, quando com o respaldo da atual Coolmore, iniciou o processo de adquirir seus potros no continente norte-americano. Começou com Nijinsky, e seguiu em frente com Alleged, The Minstrel, Try My Best e outros. E eles assim o fizeram, pois notaram rapidamente para onde o sol estava se dirigindo. Foram atentos e apenas seguiram os passos dados timidamente por outros, que o fizeram antes com Habitat e Sir Ivor.
Atras dele, vieram Stravros Niarchos, Zenya Yoshida e a familia Maktoun e assim foi estabelecida uma nova realidade, o mercado de Keeneland. Criadores de Kentucky gostaram do ritmo da dança e decidiram a levar avante um processo de reiucorporar estes grandes cavalos levados por aqueles que corriam na Europa, de volta aos breeding-shed nacionais. Investiram fortunas. Não só com os acimas citados quevoltaram, bem como Nureyev, Blushing Groom, Riverman, Lyphard e todos os outros.
A medida surtiu efeito, por uma tempo e o mercado estabilizou-se até que os grandes potentados europeus, se imbuíram na idéia de que talvez fosse melhor e muito mais barato a longo prazo, se privar do dinheiro da venda para reinvestir e manter estes cavalos na Europa, estabelecendo assim uma nova realidade para o mercado praticamente extinto, do que ter que comprar a peso de ouro, os filhos destes cavalos em Keeneland e Fasig-Tipton. E a nova leva de Sadlers Wells, Danehill e companhia se "quedou" no velho mundo e e estabeleceu um novo mercado.
Só que a briga entre os grandes potentados, estabelecida agora em palcos de Tattersall, Goffs, Arqana e outros passou a ser intensa e exigiu que cada vez mais detalhes fossem captados e assumidos por quem desejasse se manter na proa dos acontecimentos. E mesmo a contragosto - no principio - os criadores deste lado do mundo, tiveram que se adaptar a aquilo que o mercado mais competitivo na pista, assim o exigia.
Imaginem uma Claiborne Farm, durante décadas passadas, como o mais importante estabelecimento de cria do hemisfério norte e reconhecida por defender pedigrees abertos, ter os dois únicos elementos constantes nesta amostragem, com pedigrees considerados pelos antigos como fechados. Afinal que não mais tinham a capacidade de atrair novos Nasrullah, Nijinsky, Danzig, Damascus, Hoist the Flag, e assim, ou entravam na na nova dança com uma moderna mentalidade, ou teriam que mudar de atividade. Mesmo eles sentiram que seria mais simples apenas mudar o ritmo da dança do que passar a criar ovelhas ou estabelecer em suas terras, um mercado imobiliário.
Transponhamos isto para o Brasil, que sempre se manteve off-broadway. Digo sem o menor receio de estar filosofando: não será a aparição de um novo Ghadeer ou do milagre de um novo Clackson que criará uma nova ordem. Muita coisa tem que ser adaptada a nosso sistema, para que esta ordem , mesmo em pequena escala, possa ser ser estabelecida. Vou mais longe, somente uma mudança de atitude reverterá este momento agudo de apatia do mercado esterno perante nossa inércia de acompanhar as modificações exigidas pelo novo mercado.. E isto explicarei amanha, se interessados ainda tiverem a curiosidade de escutar.
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