Você tem o bônus quase que divino, de poder morar num pais sem políticos trombadinhas e numa região de sol, é querer muito não ter o ônus de tendo uma oceano magnifico a sua frente de receber a visita - mesmo que inoportuna - de um furacão, na minha opinião é querer demais.
A ansiedade da chegada de um, como Dorian, que está as nossas portas, cria uma atividade incomum na população que possa ser atingida. As primeiras coisas a desaparecer são a gasolina, á agua, sacos de areia, as vagas em hotéis fora de sua rota e as pilhas de lanternas. As pessoas entram em filas ainda na madrugada, para não ficarem privadas de tais itens e possibilidades Ao contrário do Brasil, os bueiros são imediatamente checados, os barcos recolhidos, os vidros reforçados, as rotas de evacuação conhecidas e as noticias sobre a chegada exaustivamente anunciadas na televisão, acompanhadas atentamente. Onde o desgraçado vai fazer seu touch down, passa a ser a preocupação!
E qual o resultado de toda esta organização? Ao contrario do Rio de Janeiro, onde com as chuvas as pessoas morrem soterradas e em S'ão Paulo onde naufragam se na rua estão, aqui as mortes são contidas nos dedos, mesmo sendo um furacão um intempérie climática de muito maior periculosidade que as torrenciais chuvas tropicais.
Não morava por aqui, quando Andrew arrasou com Miami. Já morava quando no ultimo dia Katrina se desviou da costa Este da Florida e foi infernizar a vida de New Orleans. Outrossim, este é o ônus pelo bônus de aqui poder viver.
Trazer o que realmente pode vir fazer uma diferença na criação brasileira é um ônus, para um bônus que nem sempre funciona com a mudança de um hemisfério.Você trás um Elusive Quality, um Royal Academy, um Northern Afleet, você será sempre lembrado pelo legado que fica de resquício. Você trás um Holy Roman Emperor e um Rock of Gibraltar, num investimento não tão alto, mas igualmente diferenciado para os padrões nacionais, igualmente será lembrado, mas por outras razões.
Nestes últimos anos tanto Elusaive Quality, quanto Royal Academy e Northern Jove deixaram - por onde passaram - seus legados na criação do hemisfério norte, nos dois quadrante dos pedigrees clássicos modernos. Certamente numa muito menor escala no Brasil, pois, somos a terra da novidade. O recém importado é a última Coca-Cola do deserto.
Não me sinto no direito de dizer que a vinda de um Holy Roman Emperor e um Rock of Gibraltar, vão trazer similar legados, dos antes citados. Todavia, desconfio...As vezes penso, que mesmo não sendo as linhas do momento, outros reprodutores de linhas não tão comerciais, mas de real qualidade em pista e ainda inéditos possam trazer mais chances de sucesso, do que os testados e fracassados reprodutivamente, num mercado de éguas de melhor padrão genético que o nosso mesmo que tenham sido Champions em pista. Sulamani para mim, constituiu-se numa tremenda exceção, mas terá ele impacto em nossa criação em gerações futuras?
Locris era considerado a seu tempo um elemento quase de primeira linha na França. Ganhou seis e se colocou em 13 outras ocasiões, nas 26 carreiras que veio a ser apresentado. Logo além de participativo, demonstrou uma vontade de competir e uma consistência física para tal. Ganhou o Jean Prat e colocou-se em importantes embates como o Moulin de Longchamp, Champion Stakes, o Ganay e o d'Ispaham em duas oportunidades.
Num tempo em que as cartas de monta dos reprodutores eram memores, o processo dos sindicatos era ínfimo e o transporte de animais era ainda mais complicado, um cavalo como Locris, mesmo assim foi capaz de gerar 22 individuais ganhadores de grupo. E dentre eles, nove de graduação máxima.Foi leading sire e broddmare sire e capaz de gerar éguas que na reprodução montaram suas próprias extirpes,
Mas para aqueles que pensam que isto pode parecer pouco. pergunto, quantos garanhões em serviço no Brasil, foram capazes de gerar três dos melhores cavalos de nossa história moderna? Ou será que estarei escorregando na maionese ao me referir a Boticão de Ouro, Court Lady e Emerald Hill.
Como o primeiro acidentou-se tragicamente em ainda em pista, só as duas fêmeas foram capazes de dar continuidade da presença de Locris em alguns pedigrees clássicos. E olha o que estas e Griffe de Paris, arrumaram: Mas hoje, nos limitaremos a Court Lady
Court Lady (Gr.1)
.....Molengão (Gr.1)
.....New Rochelle (Gr.3)
.....Ohnegunha (Gr.3p)
.....Onefortheroad (Gr.1)
..........Ay Caramba (Gr.1)
..........Bye Eye Caroline
...............Hi Hi Caroline
....................No No Caroline (Gr.2p)
...............I Say you Stay (Gr.2p)
..........Cherie Gigi
...............Kalik Light (Gr.2p)
...............Nostalgie (Gr.1)
...............Play Time (Gr.3)
..........Eissoai (Gr.1)
..........Flymetothemoon (Gr.1)
..........Justthewayouare (Gr.3p)
..........Valley Road
...............Fourty Carrotts
....................Mud Pie (Gr.1p)
....................Numba Juan (Gr.2p)
....................Orange Box (Gr.1p)
.....Route Sixty Six
..........Double Trouble (Gr.1-USA)
.....Runforthedge (Gr.1-ARG)
Não seria válido uma maior interação entre Flymetothemoon, Molengão e Ayu Caramba, entre si, ora como reprodutor, ora como avô materno e pais de segunda mãe? Não seria altamente válido o bônus de duplicações em Court Lady. Uma líder de geração, que provou no breeding-shed a força de sua genética?
Em minha opinião, o "ônus" de abdicar de algo fashionable, como Locris, mesmo em sua época, trouxe o "bônus" com sua participação como reprodutor, avô materno e depois o legado que ele deixou para gerações futuras. E isto não vale a pena?
Continuamos manhã, com a invicta no Brasil Emerald Hill, uma das melhores éguas que tive o privilégio de ver correr.
