Outrossim, prevê-la, me parece tão ruim ou pior. E esta é a sensação que você tem ao ver um hurricane de proporções máximas se aproximar de onde você vive.
Dorian, chegou nas Bahamas na categoria máxima, cinco, e se manteve estacionado por mais de 24 horas devastando tudo. Você anseia que ele desvie de sua rota, para o norte, mas se possível não o for, que passe o mais rápido possível. E não foi exatamente o que aconteceu.
Ao mesmo que você o vê estacionado a 150m milhas de seu quintal, torce pela mudança de rota e que ele, perca sua fúria e se anule no Atlântico. Desejar que o mesmo faça um touch down em outro ponto de seu continente, é sádico demais.
Vejo no Brasil certos mal cruzamentos terem a mesma capacidade mortífera de um hurricane. E ao invez de 11 dias de espera, são na realidade 11 meses. E depois nasce aquilo que você nunca ansiou. A sensação de perda, passa a ser imensa. Porém, é necessário se repetir.
Um leitor recentemente apresentou um nascido de sua concepção onde duas duplicações em matriarcas. Se vai funcionar? Acredito que sim, Uma das matriarca e na realidade uma grande reprodutora nacional, Court Lady. O cruzamento, em si, é uma verdadeira obra de engenharia genética. Volto a perguntar, se vai funcionar? Provavelmente.
Ay Caramba é um cavalo ignorado. Pouca gente olha para o que este cavalo fez. Tanto no Brasil quanto por aqui. Mas parece que pouco importa para o criador brasileiro, que prefere o fracassado no breeding shed do hemisfério norte ou daquele incapaz de vencer uma prova de graduação máxima por lá, como Ay Caramba sobejamente o fez. Não parece contraditório? Então seria a genética?
Ai eu pergunto, o que há de errado neste pedigree?
Um filho de um leading sire, numa mãe filha de um leading sire e broodmare sire, numa das maiores matriarcas sul-americanas, filha de um leading sire e broodmare sire. Terminando numa importada pelo leading sire e derby winner Crepello.
Volto a perguntar: aonde está o erro? Além dele ter nascido no Brasil?
Como cavalo de corrida ganhou nove carreiras sendo duas delas de graduação máxima, em ambos os hemisférios.
Como reprodutor, mesmo pouquíssimo aproveitado até aqui, já provou ter potencial de transmissão. São quatro ganhadores de grupo, com news de 50 produtos registrados, sendo dois de graduação máxima, e mesmo que os lorpas e os pacácios venham a dizer que três destes produtos eram filhos de reprodutoras consagradas, avento a possibilidade que ele pelo menos não complicou a vida das mesmas. Se há duvidas, uma certeza. Mande uma égua consagrada e ele não a irá atrapalhar. O mesmo infelizmente não pode ser dito da grande maioria dos importados...
Eu acho que ele acrescenta. E não considero isto uma opinião pessoal. Está consubstanciada em fatos notados na pista e no breeding-shed.
Senhores, deixemos de lado a empalia e aquela necessidade de acreditar que o que vem de fora é melhor. Ay Caramba, provou em pista ser melhor do que todos os reprodutores trazidos dos Estados Unidos nestes últimos anos. E geneticamente não creio que tenho muito a perder.
Volto a repetir, desta vez com maior ênfase. Concordo que o maior castigo humano é a morte. Outrossim, prevê-la, me parece tão ruim ou pior. E esta é a sensação que também tenho ao ver um descredito do criador brasileiro para com o cavalo nacional que em minha opinião preenche todas as necessidades de um elemento que pode se estabilizar em um breeding-shed brasileiro.
