PONTO CEGO: APANHA, RESISTE E NÃO GANHA

Tenho um pouco de implicância com aquele analista que evita assuntos polêmicos. Aquele que se esconde com um verniz de polimento e quer estar de bem com quem quer que seja. Deus ou o Diabo. Confesso que não aprecio polêmicas, mas longe de mim fugir de uma delas, para preservar uma amizade ou um relacionamento comercial. Outrossim, as vezes falo o que penso, e as vezes sou obrigado a ouvir o que não queria.

Disse uma vez por aqui, que acho que comecei a separar o joio do trigo ao ser desafiado por um experiente e bem sucedido agente, que me pediu para enumerar a qualidade que via num determinado animal e deixasse de lado a descrição de defeitos. Pois, na opinião dele, defeitos todos os tinham.

Outro dia escrevi isto aqui, e levei uma bordoada de alguém que em sua opinião, um cavalo adquirido com defeitos evidentes, representa uma falta de honestidade daquele que o selecionou. Eu penso que até seria, se aquele que o seleciona, não avisasse ao investidor.

Durante minha vida profissional, confesso que selecionei elementos com visíveis defeitos, mas sempre avisei ao interessado quais eles eram e porque eu achava valido o risco. E estou falando de defeitos estes que até a madre Tereza de Calcutá, vetaria. 

Mas depois do desafio lançado mim por George Blackwell, passei a olhar cavalos com noutros olhos e notei as qualidades de equilíbrio de elementos de aprumos nada recomendáveis, como Lyphard, Riverman, Mr. Prospector, Danzig e tantos outros, que enumeras vezes visitei quando morava em Lexington, fazia a diferença. Tomei conhecimento que nem todos são Secretariat ou Royal Academy- Mas que mesmo havendo um possível ônus, haverá também um possível bônus, pois, não existe coisa pior que um cinco anos sem vitória, que nem quebrar, quebra. Apanha, resiste e não ganha.

Cavalos não são eternos e quando você de antemão clarifica profissionalmente qual o seu defeito, com maiores cuidados, fica minimizada as chances dele mancar daquele problema.