Ontem não foi o dia que pedi a Deus, embora o simples fato de estar respirando já seja um plus. Glorioso Quality, por quem nutríamos a esperança de ganhar a triplice coroa uruguaia, se viu impossibilitado de disputar a primeira prova, por sentir um incomodo em um de seus membros. Ossos do oficio. Ajuste Fiscal, assume a liderança da geração, que seria ratificada por Glorioso Quality, caso ele viesse a ganhar a prova do qual era franco favorito.
Uma derrota sentida, foi a de Laurent, efetivamente um cavalo de luxo na pista de areia do hipódromo da Gávea, mas que evidentemente não se adaptou as novas condições impostas em Maronas. Existiria uma explicação?
Quando ainda jovem fui atacado por um existencialismo precoce e tratei de buscar respostas para a origem humana. Fui a teoria das expectes de Charles Darwin, mas não consegui passar das primeiras páginas. O homem veio do macaco, de uma célula mater ou foi esculpido a imagem de Deus? Não tenho convicção, a única coisa que sei, é que somos criaturas de hábitos e os cavalos mais ainda.
Não existe inteligência em um cavalo. Existe sim uma capacidade de adaptação com a repetição de atos. Quando estes atos são modificados, principalmente com a troca de treinadores, podem acentuar sua qualidade, ou simplesmente inibi-la. Assim sendo, a saída de um treinador de ponta, sempre cria dificuldades para que o individuo se adapte a outro, principalmente se houverem condutas dissonantes em relação aos programas de treinamento.
Alimentação, clima, pista e cuida, são fatores que um cavalo de corrida consegue se adaptar com mais facilidade. Outrossim, forma de treinamento, nem todos. E os que mais se sentem afetados são os de maior qualidade locomotora. Para o matungo tanto faz. Para o craque o detalhe pode modificar sua capacidade de exercer sua dominância. E muitas vezes isto é demonstrado no peso e em sua atitude. Talvez seja o que tenha acontecido com Laurent, como já aconteceu com centenas de parelheiros brasileiros nos Estados Unidos.
O Uruguai é uma excelente opção, mas acredito ainda que a melhor forma de conquistar um lugar ao sol, é ir para lá ainda inédito. Giulia, a quem fui associado profissionalmente, já corrida no Brasil, foi para lá e evoluiu. Se tornou égua do ano e foi exportada para os EUA. Acredito eu por dois motivos. Primeiro por que saiu de um excepcional treinador e foi para outro de mesmo nivel. E segundo, pois, o dirt uruguaio possivelmente lhe favoreceu em relação a areia carioca.
Muitas são as formas de justificar um projeto que não deu os frutos esperados. Outrossim, o mais importante me parece, tentar minimizar ao máximo as mudanças de hábitos dos cavalos de corrida, quando estes já estão em treinamento e demonstram superior potencial. E trabalhar com treinadores de mesmo nivel técnico e com a formas similares de treinamento, ajuda.
Glorioso Quality e Laurent, são duas jóias de nossa criação e terão tempo de voltar e demonstrar seus respectivos potenciais, pois, como diria vó Adelina, quem foi um dia rei, nunca irá perder sua majestade.
Blossom, a incontestável líder da geração feminina, igualmente não correu



