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sábado, 19 de outubro de 2019
PAPO DE BOTEQUIM: TEMOS QUE RECRIAR NOSSO TURFE
Quando a simplicidade era somada ao talento, as coisas no futebol brasileiro fluíam de uma forma mais eficiente. Teria sido diferente no turfe?
Vendo estas duas fotos, não seria a hora de se dar um basta, ao que está acontecendo em nosso futebol e turfe? E porque não iniciando este processo com um sonoro e direto eu não aguento mais isto!
Eu vivi estas duas épocas e não será saudosismo algum, achar que era uma era melhor. Pois ela era!
Um dos maiores gênios de futebol brasileiro, foi Sen dúvida alguma o Tostão. Quem o viu jogar sabe disto. Fisicamente pequeno, dai o apelido, e como Sócrates com uma formação intelectual diferenciada dos demais, Tostão fez uma Copa do Mundo, ao lado do Pele, esplendida, quando a grande maioria da mídia especializada, acreditava que estes dois não poderiam jogar juntos. Não só jogaram como esnobaram.
E sabem porque? Vontade de vencer.
Hoje o Flamengo de Jorge Jesus, demonstra aquilo que no turfe mais acredito. A vontade de vencer. Para seu time, não importa apenas ter a posse de bola, mas saber o que fazer com ela quando a assume. Isto é que vejo em cavalos que tem a vontade de vencer. Mas como levantado por Jesus, o Jorge, não basta ter vontade. Tem que se dar o passo seguinte. E ai entra o trabalho tanto do treinador, quanto o do jóquei.
Na Folha de São Paulo, Tostão é a única coisa que presta atualmente. Sua coluna é direta, sem firulas e critica a coisas que todos acham mas não tem coragem de dizer. Os seus não aguento mais, são constantes e cada dia mais diretos. Parecidos com os meus. Não que me queira comparar a ele, pois, seria muita presunção de minha parte. Mas as repulsas são as mesmas. Repulsa de quem já viveu o melhor e não o vislumbra mais...
Futebol não é escola de samba, onde a cadência determina a evolução da mesma na avenida. Futebol é surpresa. Aquela mesma surpresa, que Tostão causou aos ingleses, quando girou na Copa de 70 para o lado que os italianos não esperavam e serviu a Pelé que deu aquele faz que o gol é teu, de Carlos Alberto, que sepultou de forma definitiva, com a idéia que a Europa era a catedral futebolística mundial. Vi este mesmo Tostão, um ano depois no Maracanã, na "revanche" com os ingleses, com quase 200,000 pessoas. arrancar do treinador britânico o comentário: até sentado eles são capazes de fazer o gol.
Perdemos esta capacidade nata que tínhamos de decidir jogos, usando o elemento surpresa. Passamos a ser aquele futebol cadenciado de passar o pé encima da bola e pensar ai o que fazer com a mesma. Quem acompanhou como eu o turfe brasileiro dos anos 70 e 80, tem saudades. Seus sucessos posteriores nos Estados Unidos, na década seguinte, não aguenta mais o que é visto nos dias atuais. Estamos nos arrastando dentro e fora da pista.
Da mesma forma que o futebol brasileiro, que segundo o Tostão, deve ser recriado, eu acredito que o turfe brasileiro igualmente tem que ser recriado, não só dentro, como fora das pistas. E novamente dou como exemplo o Flamengo. O clube primeiro se organizou fora de estádio. Depois se acertou dentro do mesmo. E assim ele conseguiu derrubar uma série de dogmas, que surgiram no futebol brasileiro moderno, depois de nosso apogeu. Inclusive que time grande tem que ter estádio.
Resumindo, o Flamengo mudou de patamar. O turfe brasileiro tem que mudar também!
Em 84 tivemos um lampejo de reavivamento no futebol brasileiro. Estes lampejos acontecem também no turfe brasileiro. Mas nunca ficaram tão espaçados, como estão atualmente se encontra. Dificilmente somos capazes de numa mesma geração gerar a dois elementos de exceção. Um Much better x Sandpit, Revless x Off the Way, ou um Falcon Jet x Flying Finn.
Cada um tem o direito alienánel de escolher quem seriam em sua opinião, os melhores 15 produtos brasileiros. Em sendo assim, eu apresento a minha lista de Emerald Hill a Bal a Bali. Notem, que é o maior espaçamento que vivemos o de Einstein a Bal a Bali. Oito gerações. Eu considero isto inadmissível, para não dizer lamentável.
Emerald Hill (1974)
3 anos
Duplex (1977)
1 ano
Revless (1978)
Off the Way (1978)
2 anos
Immensity (1980)
3 nos
Itajara (1983)
3 anos
Falcon Jet (1986)
3 anos
Much Better (1989)
Sandpit (1989)
2 anos
Siphon (1991)
4 anos
Riboletta (1995)
4 anos
Pico Central (1999)
Hard Buck (1999)
3 anos
Einstein (2002)
8 anos
Bal a Bali (2010)
Evidente que se trata de uma opinião meramente pessoal. Assim como o Tostão tem o direito de ter a sua. Eu tenho direito a minha. E pela primeira vez o hiato foi de 8 anos. Em 8 anos pode-se destruir um pais. Lula que o diga. E notem que Einstein, não correu em solo brasileiro. Se ele for retirado desta lista, o hiato passa a ser de 11 anos. O que em outras palavras quer dizer, que há 11 anos, ficamos privados de ter um herói que nos imbuísse de ir torcer nas pistas. Sendo este último herói, Pico Central.
Temos que recriar não só nosso futebol, quanto o nosso turfe. Trazer de volta o publico aos hipódromos. Tornarmo-nos novamente noticia. E para que isto venha a acontecer, temos que produzir, como produzimos, heróis em pista. E heróis são em parte, produtos de uma genética melhor. Ou estarei escorregando na maionese.