Sou de uma época jurássica. De uma época em que quando você queria se expressar não havia espaço disponível. A única chance era a Carta ao Leitor, que na grande maioria das vezes, nem publicada era e pouquíssimas vezes sequer respondida. O empoderamento nosso, como consumidores da mídia, surgiu com o evento das redes sociais. Foi enorme. Colossal. Passamos a ter opinião. E o mais importante. Ela se tornou publica e os idiotas que apareceram de todos os lados, como erva daninha, se tornaram mais fortes do que nunca. Com eles vieram as fakes news e as conclusões ilógicas.
A opinião de quem quer que seja sempre terá a sua importância. Nem que seja para você reconhece-lo com um perfeito idiota. Porém, o idiota, na sua grande maioria das vezes, é aquele que vai aumentando gradativamente seu senso de imbecilidade, se não for imediatamente confrontado por alguém que tenha noção de equilíbrio. Ele, o idiota, funciona normalmente na turba, na grande maioria das vezes, levada por ela.
Sempre lembro da revolução que criou o instinto ante-monárquico no mundo: a francesa. Teve um inicio com um idiota artista desempregado, que bêbado saiu entoando pelas ruas um hino de guerra, que acabou virou hino nacional, e em minutos era seguido por uma turba que minutos depois, derrubaria a Bastille.
Este é o problema de dar voz a um idiota.
Não acompanho outras páginas eletrônicas, que falam sobre o turfe brasileiro, por estrita falta de tempo. Outrossim, sei das importância que as mesmas tem. Todas para terem muitos seguidores, são obrigados a abrir o espaço para pessoas darem suas opiniões. É válido? Claro que sim. O problema, é que sempre os idiotas irão acabar por dominar a questão, pois, a necessidade que eles tem de expressar suas amarguras é maior do que a de ouvir algo que lhe seja realmente produtivo.
Outro dia, um elemento imbreed em Arch na razão 3x2 ganhou uma prova de grupo no hemisfério norte. Publiquei o fato, achando algo importante e imediatamente despertei a atenção de um idiota que lembrou que neste mesmo pedigree havia um imbreed 5x5 em Northern Dancer. E que para ele. era mais importante que o imbreed ao qual havia me referido. Que seja. Que ele daqui para frente compre todos os elementos imbreed em Northern Dancer na razão 5x5. E que Deus lhe dê muito dinheiro para fazê-lo, pois são atualmente mais de 80% da irmandade equina.
Eu selecionei e comprei Gloria de Campeão, ainda no haras, que além de ter um fisico primoroso, tinha uma mãe Clackson já consagrada no breeding-shed e um Rasmussen Factor em uma matriarca. E não foi que na temporada seguinte a vitória do mesmo na Dubai Cup, que seu pai Impression, foi um dos reprodutores que mais veio a cobrir? Questão de opinião. Mas que depois, Impression não produziu nada sequer parecido, é um fato a ser levado em consideração.
Tenho meu pequeno publico, onde alguns seguem este blog, achando que podem enriquecer seus conhecimentos. Outros para apenas se manter informados. Contudo acredito que a grande maioria apenas esperando por uma escorregadela, para poder exercer o seu direito de criticar.
Eu acredito que um imbreed como este num cavalo de grande categoria - tanto em pista como no breeding-shed como Arch - e ainda mais numa razão considerada fechada, 2x3, tem que ser visto com respeito. Já imaginaram a dificuldade de elabora-lo?
A abertura das midias, trouxe a baila exatamente o maior temor que Nelson Rodrigues tinha: a ascensão dos idiotas.
Seria válido proibi-los? De maneira alguma. Porém, evita-os, talvez. Contudo há de ser levar em conta os danos que os idiotas brasileiros podem trazer, não só elegendo os postes do Lula da vida, como os atrasos que proporcionam ao turfe brasileiro.
