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domingo, 8 de dezembro de 2019
PONTO CEGO: INSÓLITAS INSTITUIÇÕES
Insólitas instituições nos reduzem a categoria de primatas.
Confesso que tenho pavor do insólito. Quando era jovem havia até uma certa tolerância. Mas quando você é jovem você acredita em coisas que a vida lhe ensina que não são bem assim. Por exemplo eu me sentia imortal, que a justiça tardava mas não faltava e que com valor do conhecimento e de sua imaginação, todo e qualquer objetivo seria alcançado. As duas primeiras desacreditei e a última as vezes pode ser considerada verdadeira.
Lembro exatamente quando a então poderosa e intocável União Soviética foi extinta com o reflexo da aplicação dos preceitos da Glasnost de Gorbachev. Considerada uma das mais sólidas instituições do século XX, a União Soviética simplesmente desfez-se como leite Glória na água, enquanto no ar estava um senhor chamado Sergei Krikalev. Lançado de uma base no Cazaquistão, a bordo da estação MIR, ele estava em orbita em volta da terra quando tomou conhecimento que seu pais havia acabado de implodir sobre a pressão politica e isto o obrigou a manter-se em órbita até que as coisas viessem a ser resolvidas, lá em baixo. Este período acrescentado de cinco meses, o fez - somando-se as outras missões que havia feito anteriormente - constituir-se no ser humano que mais tempo permaneceu fora de nosso planeta: 803 dias, nove horas e 39 minutos. Um recorde que acredito que ninou~em gostaria de bater.
Não seria uma ação digna de primatas, autoridades manterem um ser humano por mais de cinco meses fora de seu planeta, pelo simples fato de necessitar-se de tempo para se reorganizar um sistema? Recordes normalmente devem ser louvados, mas não acredito que este tenha sido dos mais bem vistos, por aquele que o foi obrigado a bater.
No turfe existem ações de incrível semelhança como a aberração descrita. Ações como a de não se pagar prêmios, adotada por antigas direções de Cidade Jardim. O de deixar comprar em leilões aqueles de comprovada e constante inadimplência. A de se fazer tratamentos veterinários de cortinas de fumaça, em elementos portadores de doenças que não são aceitas em outros mercados, para fins de exportação. A de inscrever lotes sem sua situação resolvida em vendas publicas ou com qualquer tipo de pendência financeira. De vôos diários de sémen congelados, numa atividade que este procedimento é proibido. Mas isto ocorre em nosso mercado. Ou pelo menos ocorria, pois, agora, pouco a pouco está sendo debelada por ação de uma ABCPCC que resolveu moralizar a atividade.
Teóricamente o cara hoje para se candidatar politicamente, tem que ter aquilo que chamam de ficha limpa. Não seria inteligente de nossa parte fazer o mesmo para aceitar alguém como proprietário. Nem que seja um atestado que não se trata de um inadimplente?
Não consigo visualizar um futuro brilhante para nosso turfe sem primeiro moralizar a atividade em todos os seus degraus. Algo está sendo feito, mas precisamos ainda de mais intervenções. E principalmente da ajuda daqueles que acreditam numa moralização da atividade. Mesmo sendo por muitos, considerada uma atividade em processo terminal. Criem-se instâncias onde haveria uma oportunidade de redenção para quem um dia errou. Outrossim, a reincidência e a constância deveriam ser melhor combatidas, para a sanidade do paciente, que talvez não seja terminal, mas que está a um passo da CTI.
Vó Adelina que tinha no radicalismo, uma de suas grandes virtudes, dizia que não adiantava se guardar maças podres ou deixa-las num mesmo cesto com as saudáveis. Seria uma questão de tempo, para todo este cesto corromper-se.