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A gente se torna torcedor de algo, graças as influências exercidas em você quando ainda em formação. Foi assim que me tornei Flamengo, influenciado por um tio que me levava ao Maracanã numa época que a maioria dos de minha idade se tornava Botafogo, pois Garrincha, Didi e Newton Santos dominavam o pedaço. E foi também assim que quando cheguei aos Estados Unidos na década de 80, o domínio dos Forty Niners de San Francisco era tão letal, que inebriou-me. Foi avassalador, indiscutível.
Nomes como Joe Montana e Bill Walsh passaram a ter importância em minha vida como Zico e Adilio e isto num esporte que eu só passei a entender realmente as regras depois de muitas assistências. Na década de 80, foram quatro de seus cinco superbowls, conquistados. Isto me marcou. Como Seattle Slew me marcou com a tríplice coroa obtida no final dos anos 70. Dera o primeiro a fazê-lo invicto.
Hoje Seattle Slew, formou sua própria tribo, via seu filho A. P. Indy e agora enriquecida através de seu bisneto Tapit. Que até que possam provar-me ao contrário, é o atual dono do pedaço. O San Francisco Forty Niners, depois de longos e tenebrosos invernos, voltou a colocar a sua cabecinha de volta, e justamente a algumas quadras de minha casa, comparecendo em mais um superbowl. Numa década totalmente dominada pelos New England Patriots de Boston e Tom Brady.
Nós turfístas adquirimos o gosto pela coisa, em tempos distintos. Não como no futebol, ainda no inicio de nossas vidas. O turfe vai entrando pouco a pouco em nós e tomando conta de nossa existência. Sou um dos poucos que fui picado pela mosca azul ainda muito pequeno. Criei meus heróis, mas o tempo me ensinou o valor que deve ser dado a quem realmente merece.
Muito criticado e diria que até menosprezado, Halston, saiu do Brasil, meio apagado. Numa época em que os seus resultados obtidos em Cidade Jardim não vieram a receber, o devido o respeito que mereciam. Foi castrado, trazido a Hong Kong e ontem demonstrou toda a sua qualidade, vencendo e mais uma vez - pelo menos para mim - convencendo.
Até quando vamos nos deixar levar por uma crença ultrapassada e obsoleta que o cavalo de corrida são originários de apenas alguns lugares e só pode serem considerados diferenciados se vencedores neste ou naquele hipódromo.
Senhores a supremacia exercida por Halston, não foi produto de uma geração fraca e sim por ele possuir uma qualidade que imediatamente reconheci, retratei e fui criticado por tal. Os eventos de contaminação ou uso de dopping que lhe custaram uma triplice coroa, hoje parecem ser inúteis de para refutar a posição que ele hoje ocupa. Não vou entrar no assunto, pois, pouco entendo de dopping e muito menos ainda dos efeitos que eles são capazes de causar. O que sei é que Halston corre. E corre muito.
Não posso assegurar de quem ele ganhou. Mas acompanhou os ponteiros, dominou a situação na entrada da reta e resistiu a tudo e a todos, se isto não é a marca do bom cavalo de corrida, não sei qual possa ser.
Uma pergunta: seria o fato de Setembro chove, pai de Halston, de ter ganho na região, um fato relevante?
