François Dupré
O segundo ponto que citei, é o fato de você nunca se deixar tomar pela prepotência. ganhar coisas importantes não lhe garantem de maneira alguma, que você ganhará no futuro outras coisas importantes. Assim, você tem que estar aberto ao conhecimento e ficar ciente que sempre haverá alguém aprendendo e justamente é este alguém que tranquilamente pode ultrapassa-lo, quando você mesmo esperar. repito, não é porque você ganhou com produtos selecionados por vocês importantes carreiras no mundo, que esta ventura estará sempre a seu lado. Things change. Diriam os norte-americanos. Você tem que estar updated. saber a cada dia o que está acontecendo no mundo. Moro em um quarto e sala em Hallandale Beach, mas sou habitante de um planeta. Logo tenho que me preocupar com o que acontece no planeta. pois da mesma forma que o bom cavalo pode vir de qualquer lugar, também acredito que um ensinamento possa vir de onde você menos espera. E, somando a todas a estas dificuldades, torcer ainda para que o cavalo certo possa passar pela sua frente e que você tenha a capacidade de nota-lo e seu cliente acredite no que você está fazendo.
Abro um parênteses. Sem querer fazer qualquer tipo de comparação, vibrei com o que o Figueira do Lago consegui esta finda temporada. Vocês já mediram o grau de dificuldade que é bater o Haras Santa Maria de Araras numa estatística de criadores? Pois, este movimento nada teve com a sorte como exemplifiquei semanas atrás. Foi confiança do desafio e a resiliência na luta, quase que inglória, que fez as coisas acontecerem. Não creio que esta sinfonia possa se considerar acabada. Ela escreveu apenas um capitulo. Outros virão. Contudo, o que me chama a atenção é o poder do desafio, em um turfe que hão de convir, não o incentiva a basicamente nada, ter um objetivo maior, para mim é um must. Uma meta, acreditada como inatingível. Principalmente para alguns, que como eu conhecem a dificuldade da mesma. Fecho parênteses.
Onde quero chegar? O trabalho de quem seleciona é uma eterna sinfonia inacabada, seja você Paul Mellon ou o Zé da Couves. E ainda como disse, você terá que ter a consciência que quando sair de suas mãos aquilo que selecionou, ainda ele irá ser lapidado pelas mãos de outros profissionais. Contudo, o mais importante de tudo é você manter sua capacidade de decidir, intacta. Não dá para se levar pela indecisão. A inércia o corroerá e levará a sua confiança para o brejo. Dai eu ter o direito de pensar que a estrutura do pedigree da mãe possa ser o elemento a diferenciar o joio do trigo. Não há 100% de garantia, mas pelo menos 75%.
Uma vez perguntaram a William Woodward (foto acima) - leia-se Belair Stud - se ele se achava certo em criar cavalos para correr dos dois lados do oceano, ao que ele respondeu com a confiança de sempre. Eu tenho os meus métodos, outros tem os seus. Faço de suas palavras as minhas. É a pista, e somente a pista, que decidirá qual sinfonia terá o melhor requinte. Mas qualquer que seja o resultado, ela só será grande se for inacabada...
Quem sabe um dia este artigo terá a sua quarta parte,