INVASOR
Penso que Invasor, tenha sido com Forli, um dos maiores cavalos já criados na América do Sul. Como seu predecessor saiu invicto e triplice coroado do continente, e no seu caso perdeu apenas um carreira, em Dubai, mais pelo problema de uma total ausência de aclimatação, do que propriamente por ser inferior a Discreet Cat. Mas perdeu. Depois, nos Estados Unidos, não mais.
Ao todo foram 12 corridas, 11 vitórias, mais de US$7.000.000 em prêmios e o reconhecimento como cavalo do ano em dois hemisférios. Existiria algum outro, com estas credenciais?
Levado a reprodução, fracassou no hemisfério norte, produzindo a apenas um ganhador de grupo, Ausus. Tanto foi emblemática a sua fraca participação que a seguir repatriado ao Uruguai, onde havia exercido a sua campanha, passou a fazer monta no haras Cuatro Piedras, sem causar grande alvoroço.
Em sua primeira geração tenho um ganhador de grupo catalogado. e agora me aparece um segundo na sua geração de 2017 e com um detalhe que considero fundamental. Uma duplicação na matriarca Society Column, e ainda conta com o não dispersivo fato de ser neto de Country Baby, uma descendente direta de Pretty Polly.
filhos de Invasor em treinamento
Abro um parênteses, para comentar que além de Country Baby em 1994, no Brasil apenas Daffy Girl (2016), Coray (2001), Country Baby (1994), Elamiur (1970), Corageuse (19559, Joiosa (1954) e Fontaine (1945), ganharam o Derby Carioca, após a guerra. Fecho parênteses ciente da importância do fato.
Society Column, uma 13-c, é uma descendente direta de Myrtlewood, matriarca de suma importância já que delas igualmente descendem Seattle Slew, Mr. Prospector e Siberian Express - este hoje famoso por ser o bisavô de Uncle Mo. No Brasil sua importância como matriarca foi grande, pois além de ser mãe de Present the Colors, garanhão de sucesso no Santa Maria de araras, criou uma importante família, através de So Beauty igualmente neste mesmo estabelecimento de cria.
Tudo está sendo feito no Uruguai para resgatar a credibilidade de Invasor - em termos reprodutivos. Éguas selecionadas a ele são dirigidas, seus filhos treinados em um centro de treinamento. Logo, ajudar com insumos, sempre irá trazer sorte e consequentemente, resultados.
Seria este o ponto de força, que impulsionou a Mourinho ser o que é? Pois bem, haverão sempre aqueles que culparão a sorte ou darão maior vazão ao acaso e isto me faz lembrar um texto para mim remetido pelo colaborador Marcel Bacelo, que acho que cai perfeitamente nesta situação.
Mas antes uma pergunta: seria apenas uma coincidência a concentração de 10 segmentos da 13-c, nas seis primeiras gerações de Mourinho?
Volta e meia quando converso com turfistas, a palavra sorte vem a tona. Para mim é claro seu modo de pensar, sorte é o aleatório, roleta russa e por aí vai. Acredito que o Turfe não tem certeza absoluta, mas também não é aleatório. O senhor busca caminhar pelas probabilidades e tenta sempre se manter no lado das maiores probabilidades, para isso pesquisa e observa. Esse é o primeiro passo a se entender antes de uma conversa com o senhor.
Entendido que o turfe são probabilidades, segue a conversa. Esse fim de semana, cheguei próximo de uma égua campeã de pencas, pedi para tirar ela para caminhar, consegui ver nela o mesmo andar que observei nos padocks dos últimos Major Suckow na Gávea... Até brinquei que estava calibrando o olho, quando o proprietário dela olhou para mim e falou "esquece Marcel, potro é sorte..."
O senhor acredita que é compreendido?
E na verdade tenho dúvidas que seja...