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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

ENTREVISTA COM ANGEL CORDERO - QUARTA E ÚLTIMA PARTE

Continuação.

RG - Sim ela (Keeneland) foi o primeiro sintético inventado no mundo, depois vieram dezenas de outros.

AC - Pois é não sabia, mas pode ser esta a razão. O que sinto é que ela preserva os cavalos. Na California, não tenho a mesma impressão. As achei duras demais. E parece que alguns hipódromos de lá não estão satisfeitas com a mudança. Foram obrigados a fazê-lo, mas a coisa não anda funcionando da forma que deveria funcionar. Em uma o dreno está falho em outras dura demais. Mas como tudo que é novo, é necessário se dar tempo e avaliar os resultados. Não posso dizer que ela será a solução de preservação dos cavalos. O que sei é que muitos dois anos já chegam aos hipódromos avariados. Vou dizer outra coisa. O problema da falta de consistência que ora vivemos, para mim é uma combinação de excesso de trabalho quando ainda jovens e a constante mudança de pistas. Cada pista, mesmo as de dirt, tem  sua própria característica. Elas mudam de hipódromo para hipódromo. Isto muda o equilíbrio do animal quando em pleno exercício de seu treinamento. Até a mudança constante de jóqueis influência. Nos anos 60, os cavalos corriam em um número mais restrito de hipódromos e a grande maioria dos grandes proprietários tinham seus contratados. 

RG - Poucas mudanças em uma criatura de hábitos.

AC - Exatamente. Sempre haverão treinadores que conseguem manter a rotina de um cavalo de corrida e outros não. Sempre haverão cavalos capazes de suplantar todas as dificuldades e outros não. Como tudo na vida. Logo, não é o sintético que vai solucionar este problema. Temos sim, que manter a tradição de nossas pistas de dirt. As que tiverem uma excelente manutenção, deverão ser mais exploradas. Deveríamos criar o sintético como uma terceira opção. Não simplesmente abolir o dirt. Por exemplo em Belmont, que tem uma excelente pista de grama. Quando chovesse passariam a carreira para o sintético. Isto afetaria menos o resultado da carreira do que passando-a para o dirt, pois, já notei que 80% dos cavalos de grama correm bem no sintético.

RG - Existe uma grande controvérsia a respeito da utilização do chicote. Uns acha até que deve ser abolido. Você que sabia usar deste artefato como ninguém, o que acha de tudo isto?

AC - Pode funcionar de ambas as maneiras. Para as pessoas que amam os animais, lhe parece lógico que ele seja abolido. Para os amantes do esporte ele é necessário. Eu acho como jóckey, que certas regras podem ser introduzidas. O peso do chicote, diminuído. Não creio que o cavalo sinta dor, ao receber o chicote. Ele sente uma espécie de quentura. Coisa momentânea. Nunca se esquecendo que o chicote é um elemento disciplinador. Quando você está com um dois anos, o chicote é a única forma de criar respeito e concentração em seu comandado. É como uma criança. Você não precisa espancá-lo para lhe ensinar algo. Mas você não pode muitas vezes se valer apenas das palavras. No caso das corridas, existem muito cavalos que não se concentram se não forem acionados com o chicote. Outros amansam. E como manter, em muitas vezes um cavalo em linha reta sem o uso do chicote? Como alerta-lo que é hora de mudar de mão para chegar a nova marcha? Sem o chicote, não vejo como fazê-lo. O importante é que nunca vi um cavalo quebrar, por causa de um chicote. Se ele for utilizado como elemento de alerta e disciplinador, o acho necessário.

RG - A limitação do número de vezes que possam ser usados, como é feito na Europa, seria a solução.

AC - Talvez. Mas como toda regra existirão exceções. E quando estas surgirem, como serão resolvidas? Uma coisa o publico tem que ter consciência. O cavalo que está no hipódromo tem um grande tratamento. Eu gostaria de ser tratado como muitos deles. E o são porque eles nos trazem prazer. Ninguém gosta de ver animal nenhum ser espancado. Nós jóqueis, muito menos. Mas sempre é bom lembrar que estes, que aqui estão, têm melhores condições de vida, do que aqueles abandonados em paddocks de pequenas fazendas, ou sendo obrigados a um trabalho de força.

RG - E o que você acha dos cavalos não serem pesados nos hipódromos daqui.

AC - Acho estranho, por que nós somos pesados para controle do peso, antes de subirmos em um cavalo. Os cavalos igualmente deveriam ser, para melhor se aquilatar em que estado se encontram. O que perderam ou ganharam de uma corrida para outra.  se estão em perfeitas condições. Hoje isto é feito por olhos. Não é uma coisa exata. A balança ajudaria mais. Mas sempre foi assim e acho que aqui nunca há de mudar.

RG - Sei que você é uma pessoa muito emotiva...

AC - Quem lhe contou isto?

RG - John...

Ele franziu o senho e então complementei;

-  Velasquez. John Velazquez...

Angel soltou uma tremenda gargalhada e me fez um sinal para continuar com a pergunta

RG - ... em sendo assim, me conte uma das vitórias que mais lhe arrepiou.

AC - Foi certamente com Dr. Patches, quando este bateu a Seattle Slew, na Meadowlands Cup de 1978. Passamos a milha em 1’36”20. Eu entrei na reta na ponta, por fora dele. Ele a um corpo atrás. Mantinha-se junto aos paus. Não o via, mas sabia que ele ali estava. Sua presença era difícil de se passar a desapercebido. Não queria arriscar um centésimo de segundo sequer contra ele. Permaneci, concentrado. Mais do que isto focado. E ganhamos. 2’01”30 - ele deu uma parada, como para se lembrar com mais exatidão do momento que descrevia e complementou - Tinha plena consciência que se um dia Seattle Slew poderia ser batido aquele era o dia. Ele vinha de parado, nos dava 14 pounds e Dr. Patches estava correndo o fino. Mas depois de cruzado o disco e já descansado pensei quanta sorte tivemos, pois, o Slew era uma cavalo como poucos.

RG - Seattle Slew foi o melhor cavalo que teve o ensejo de montar?

AC - Não há dúvidas que foi e quando perdeu aquela Jockey Club Gold Cup, foi como alguma parte de meu corpo eu igualmente tivesse perdido. O publico em Belmont vaiou o vencedor.

RG - Velazquez está certo, você é um cara emotivo. Eu estava presente em Belmont, e aquela derrota me trouxe as lágrimas.

AC - A mim também. John é um bom menino. um grande jóquei e acima de tudo um excelente ser humano. Vocês sabe disto e como ele foi grande no seu Da Hoss. Era sua primeira Breeders. Profissionalmente ele está preenchendo as lacunas que não preenchi.

RG - Angel, não quero tomar mais o seu tempo. Durante quatro décadas você dominou o cenário novayorkino. Trouxe fans para este esporte e encantou a todos com aquelas suas desmontadas, que hoje são em parte imitadas por um colega seu, Dettori. Três últimas perguntas. Quem foi depois de Seattle Slew o melhor cavalo a quem esteve associado? Qual o seu maior momento? E o seu pior?

AC - Quando o assunto é turfe e de alguma forma fazer algo em prol dele, para mim não existe limite de tempo. Mas respondendo a sua pergunta, no turfe, os dois piores foram: o desta derrota de Slew e de minha barração em Iron Ruler. O melhor, foram muitos. Não saberia como dimensioná-los. Quando a outro que não Seattle Slew, eu penso que seu filho Slew O’Gold. Ele era espetacular.

Não tive coragem de lhe perguntar, mas quando ele disse no turfe, creio que fora do mesmo. O seu pior momento deve ter sido, quando da perda de sua esposa em 2001.

RG - Você não têm como dimensionar seu, melhor momento. Mas eu tenho. E este sem dúvida alguma foi um deles. Obrigado Angel.

AC - O prazer foi todo meu. Nunca pensei que pudesse responder a perguntas que normalmente fogem a minha alçada. Espero apenas que tenha o feito bem. E obrigado !