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sábado, 22 de agosto de 2020

ENTREVISTA COM OS RESPONSAVEIS PELO NIJU


Um haras que tenho gosto em visitar todos os anos, é o Niju. Lá vou inspecionar cavalos da forma antiga. No campo. Em seu habitat natural. Quando muito, recolhidos nas mangueiras enquanto recebem suas rações. E como eu fazia na Argentina nos anos 80. Foi exatamente assim que um dia descobri um potro chamado Nindiano. Você tem um período de adaptação, que varia de individuo para individuo, até acostumar seu olho. Depois, se torna simples. Pois cavalo, bom se mostra em seus mínimos detalhes, esteja limpo, ou embarreirado.

Afinal, a grande vantagem deste processo é que você vê o cavalo em seu estado natural. Sem subterfujos. Como ele é, e não da forma como foi preparado para uma venda, onde muitas vezes um haras fás de um gato, uma lebre.

Mas não estou aqui propriamente para falar do Niju e sim ouvir o que seus proprietários tem a dizer, pois sua implantação e ideia de criação sempre me chamaram a atenção. Iniciando com a curiosidade de se saber porque eles resolveram entrar no negócio de cavalos de corrida. Hoje uma ação difícil de ver acontecer, principalmente se levando em consideração o vulto do investimento que tiveram que fazer.

Calle di Rose - Bicampeã do Clássico OSAF


1 - Por que o Haras Nijú escolheu as terras que hora possuem em Bagé?

O Nijú era um haras como uma empresa familiar e amadora. Mesmo assim, criamos bons cavalos em São José do Ouro, vários ganhadores de pencas, inclusive Nativo do Iraxim, ganhador do Turfe Gaúcho, prova de prestigio para quem tem foco na velocidade. Vimos a necessidade de profissionalizar, ou sair do segmento. Resolvemos seguir em frente. Sabíamos que Bagé era a referência, mas não sabíamos medir a diferença em relação a criar em outro lugar. Passamos pelo Haras Evany em Carazinho, e no Haras Santa Tereza do Bom Retiro, em Júlio de Castilhos (antigo Henrique Wairich). Neste momento, trocando ideias com o veterinário Dr Adriano Quadros, passamos a frequentar Bagé, visitar os haras e passamos a ter noção da adaptabilidade do cavalo naquela região. Então fomos sondando possibilidades, e surgiu a oportunidade, adquirimos a área do vitorioso Stud Eternamente Rio, viabilizando o sonho de estar no melhor lugar para se criar cavalos com qualidade. 


2 - Os bons resultados do Eternamente Rio os influenciaram?

Os resultados chamavam atenção, e foram importantes na decisão. Mas na época víamos como um plus para o sucesso do empreendimento. Como somos profissionais na área agrícola em culturas de alto rendimento, temos um bom conhecimento sobre solos, fertilidade, pastagens etc. Isto facilitou uma melhor avaliação do potencial daqueles campos. A área já era espetacular, topografia excelente, levemente ondulada, sem ser acidentada e nem só várzeas. Estrutura praticamente toda pronta, funcionando. O resultado era a certeza de que o sistema era viável para nossos objetivos, e na sequência ficamos com várias reprodutoras e toda a equipe de trabalho do Eternamente Rio.


3 - Escolhida a região e posteriormente adquirida a área, qual passou a ser o passo seguinte?  Acredito que a expansão do quadro de matrizes. Qual teria sido o critério de avaliação para esta expansão? 

Nos últimos anos antes de ir para Bagé, já iniciamos incremento genético em nosso plantel, frequentando e comprando nos leilões do Santa Maria de Araras, Santa Ana do Rio Grande entre outros. Também aprendemos as dificuldades de importar garanhões, com Avanzado, Artax e Benny The Bull, este já tendo seus filhos criados em Bagé.

A transferência para a campanha gaúcha abriu horizontes, nos trouxe aprendizado e amadurecimento. Criamos o objetivo de diversificar mercado. Tínhamos uma base de matrizes para atender a Cancha Reta e os páreos de velocidade e precocidade do Prado, e passamos a investir em pedigrees com stamina para melhor atendermos as maiores distâncias. Assim visamos conquistar o mercado Brasileiro e Uruguaio. Buscamos famílias maternas de bom resultado no Brasil e também no exterior, filhas e netas de cavalos destacados, para fazermos uma base genética que possam originar ramificações de sucesso.
Além do investimento em matrizes, passamos a ser cotistas de diversos garanhões, que compõe o seguinte grupo: Wired Bryan, Vettori, Drosselmeyer, Verrazano, Can The Man, Alpha, Glória de Campeão, Goldikovic, Comandante Dodge, Que Fenômeno, Billion Dollar e a recente perda de nosso plantel, Hat Trick.

Simultaneamente, adquirimos mais áreas, e o que inicialmente eram 215 ha passaram a ser 300 ha, sem contar arrendamentos de áreas feitos em momentos de necessidades pontuais. Potencializando a capacidade de uso do campo, passamos a praticar amostragem georreferenciada dos piquetes, estratificamos as amostragens mais detalhadas de 0-20 cm de profundidade no solo, e alguns pontos esporádicos de 20-40 cm. Isso propiciou gerar mapas de agricultura de precisão, e passamos a fazer as correções da fertilidade do solo conforme as necessidades de cada piquete.


A divisa entre os municípios de Bagé e Aceguá é o Rio Negro, e seu vale possui áreas muito férteis e com campo nativo de alta qualidade nutricional. A grande diversidade de espécies vegetais faz este um dos diferenciais desta micro região na criação de cavalos de corrida. Além do que, ainda incrementamos espécies para o melhoramento do campo nativo, que complementam o fornecimento de nutrientes para o melhor desenvolvimento de toda a cadeia envolvida na criação do cavalo Puro Sangue Inglês.


4. Definido os objetivos, escolhida a área, montado o plantel inicial, quais foram os passos seguintes na forma de comercializar seu produto. Quais foram os mercados alvo?

O Nijú é um haras essencialmente vendedor, mas um dos objetivos é viabilizar a criação, o que não é tão simples, tendo em vista o alto custo e o risco da atividade. Assim, toda a geração está disponível no mercado, e cada indivíduo é avaliado por nós, e os que regularmente o mercado não faz a mesma avaliação, defendem nossa farda verde com costuras e ferraduras brancas.
A forma com que buscamos trabalhar a comercialização de nossos produtos, é baseada no perfil do indivíduo, histórico da mãe, irmãos, família e reprodutor. Assim, direcionamos para o Leilão Sprint Sales em Carazinho tipos de velocidade. Produtos com maior apelo no Uruguai e na areia participam do Leilão Internacional em Porto Alegre, e aqueles que demonstram maior afinidade pela grama, normalmente mostram suas qualidades no Tattersall do Jockey Club Brasileiro no Rio de Janeiro. 


5. Qual seria o objetivo maior do haras. As pencas ou o Prado? E como separar estes mercados.

O objetivo maior do haras é criar cavalos que alimentem nossa Paixão, que nos façam torcer com Emoção, e permitam vibrar com a Vitória! Por isso nosso slogan resume: Paixão, Emoção e Vitória! São o que fazem a engrenagem do turfe se manter em movimento. Adquirimos reprodutores e éguas pensando em cada cruzamento que possa resultar no próximo campeão. Criamos cada produto cumprindo todas as necessidades na expectativa de que se torne um craque. Nossa equipe de 15 profissionais se dedicam diariamente aos cuidados e detalhes do manejo de cada indivíduo do Haras, para que isso possa ser o diferencial que trará a vitória.
O Turfe é um só, pencas e prado são duas modalidades de corrida de cavalo, cada uma com suas particularidades. A melhor integração destas modalidades seria benéfica para o turfe nacional, poderia fazer parte do planejamento de campanha de animais velozes e precoces, e posteriormente seguiriam campanha nos hipódromos, podendo ainda voltar as distancias mais curtas. Essa divisão não pode existir, nos passa despercebido mas hoje, alguns levantamentos apontam cerca de 20% do plantel brasileiro destinado para as pencas, o que poderia ser utilizado como diferencial do PSI brasileiro, provavelmente fazendo a mais rigorosa pressão de seleção de velocidade da raça Thoroughbred a nível de mundo. Muitos animais filhos de ganhadoras de pencas,  ganham na cancha reta e também nos hipódromos, alguns nos surpreendendo inclusive no aumento de distância. Um dos fatores mais sugestivos para encaminhar um produto para o mercado das pencas, além do pedigree, é o tipo físico, embora não haja exatamente uma regra. Veja, em uma conversa com o treinador Luiz Esteves, sobre a reprodutora Qualibet, comentava que ela era muito ligeira em treinamento, sugestionando que poderia ter participado de pencas. Em sua performance constam 2 vitórias em 1.100 m areia e 8º lugar no Major Suckow (G1 em 1.000 G). Na reprodução gerou ao ganhador do GP Brasil (G1 em 2.400 G), Dídimo e também a ganhadora do OSAF (G1 em 2.000 G) La Vie em Rose. Outro caso interessante, é Calle Di Rose (Artax e Queue D’une Rose), iniciou na Cancha Reta, ganhou penca em 450 metros, subiu para o Rio de Janeiro, e ganhou 2 Clássicos em 1.400 G e 2 Provas Especiais em 2.000 G. Resumindo, não podemos separar os mercados, e sim buscar integrá-los. 

6.  O haras é muito jovem, mas pergunto Quais os cavalos que criaram que a seu ver atingiram seus objetivos iniciais?

O primeiro objetivo passa a ser criar bons cavalos, que tragam a emoção de vitórias importantes a seus proprietários e todos que formam a equipe. Assim sendo, agradecemos à todos que confiaram em nosso trabalho e nossa criação, pois além de nossos produtos, prestávamos serviço aos pensionistas, como Stud Vaccaro, Stud Eternamente Rio, Haras Dilema, Stud Dafama, Coudelaria Esmeralda, Stud Capitão e Coudelaria Família Monteiro.

Animais que cumpriram o propósito alimentar nossa paixão, trazendo a emoção da vitória, seja nas pencas e/ou no prado, podem ser exemplificados por:

Geração 2012: Calle Di Rose (bicampeã do Clássico OSAF, ganhadora de pencas), Corta Vento (ganhadora de pencas), Carta Marcada (ganhadora de pencas), Diesmal (recriado no Haras Nijú, Ganhador GP Bento Gonçalves G1), Good Heart (recriado no Haras Nijú, ganhador do GP Sprint Sales – Carazinho) e Olympic Firewall (Clássico).

Geração 2013: Dona Bonbon (ganhadora da Penca do Arroz), Explicación (recriada no Haras Nijú, Champion 2yo Cristal, Tríplice Coroada Juvenil) e Don Arlindo (11 vitórias, quarto G1), 

Geração 2014: Epaepaepa (ganhadora de G3), Estrelita Mia (ganhadora clássica UY), Eco Supremo (ganhador de penca), Essential Lord (ganhador de 2 provas G3), Efetivo Bull (ganhador de G3, segundo em G1), Essência Comanche (ganhadora de pencas), Escudo Y Balla (melhor potro da Cancha Reta 2017, ganhador de pencas), Jadir (criado para Stud Eternamente Rio, líder de geração, G1 e G3) e Quiron (criado para Stud Eternamente Rio, ganhador de G3).

Geração 2015: Feiticeira Kowboy (GP Turfe Gaúcho, ganhadora Clássica e recordista em Maroñas UY), Flora Gambôa (Clássica no UY, 2 segundos em G1), Flor do Pampa (ganhadora de penca), Falcão Shanghai (Clássico), Fast Big Blue (ganhador de penca), Noruz (Clássico), Finite (ganhadora de penca), Fandangueiro (ganhador de penca),  Fogo Supremo (Clássico), Forte Cheyenne (Clássico, segundo G2, quarto em G1), Ferro e Fogo (Clássico), Lamartine (criado para o Stud Eternamente Rio , líder de geração, ganhador de 2 G1) e Leviatan (criado para o Stud Eternamente Rio, ganhador de G3, segundo em G2, quinto GP Brasil G1).

Geração 2016: Gata y Flor (Clássica, segundo G3), Glorioso Quality (Clássico UY), Gold Heart (Clássica), Garrucha Lerap (colocação em G1), Grappa D’Itália (ganhadora de pencas), Guajuvira (Clássica, colocada em G2 UY), Mais Que Bonita (criada para o Stud Eternamente Rio, líder de geração, ganhadora de 2 G1, 2 G2, 1 G3, 2 segundos em G1) e Nice Lady (recriada no Haras Nijú, ganhadora de G2, clássica).

A geração 2017, que acaba de virar 3 anos, ficou prejudicada pela falta de corridas aos 2 anos, mas já podemos destacar Honra Real (ganhadora clássica UY), Hanna Bryan, Hecho Com Amor, e Origem de Campeã, estes frequentando esfera clássica no Rio.

Assim ficamos na torcida por bons resultados, com a certeza de que cada vez serão melhores, pois não podemos estagnar, seguimos sempre na busca de melhorar, com seleção genética, técnicas, manejo, trabalho, e dedicação.

Agradecemos à nossa equipe do Haras Nijú, sob direção do Dr Roberto Quintanilha, bem como à Dra Emanuele Kugeratski e Dr Felipe Lagreca, e à todos os colaboradores que se dedicam diariamente à criação de nossos potros e de pensionistas, a quem agradecemos a confiança. 

Nossas equipes de treinamento, comandadas por Luis Esteves (Rio de Janeiro), Nilton e Hilton Pires (Porto Alegre), Antônio Penno (Carazinho) e Juliano Viana Pacheco (Uruguai), nosso muito obrigado por permitirem nossos produtos expressar seu potencial de rendimento. 

Algo a mais a dizer? 

Agradecemos aos apaixonados por cavalo de corrida e corridas de cavalos, profissionais do turfe, proprietários e suas equipes, que confiam em nossa criação, adquirindo nossos pupilos e dando condições para que sempre busquem a emoção da vitória.

À Renato Gameiro, parabenizamos por todas as suas contribuições com o Turfe Nacional, levantamento e exposição de dados, histórias do Turfe Mundial, que movimentam O Ninho do Albatroz! Muito Obrigado pela oportunidade de conversarmos e poder mostrar um pouco do Haras Nijú!