quarta-feira, 26 de agosto de 2020

OPINIÃO DE UM COLABORADOR: AS FILHAS DE WILD EVENT

A turma especialista em investimentos por diversas vezes falam que o mercado em condições normais anda em ciclos, de alta e baixa, conforme oferta e demanda. E investe bem quem compra bem, ou seja, quando o produto está em desvalorização e no futuro voltará a se valorizar. E são nas crises que se fazem as fortunas, agora é fácil falar, mas imagine quem tinha dinheiro em caixa e viu as ações de várias empresas despencarem no final de fevereiro e durante março, e foi corajoso e comprou, agora deve estar “nadando de braçada” e ainda deve lucrar ainda mais se tiver paciência até a volta “normal” da economia. Parece que tudo tem o momento certo, para não se chegar atrasado no movimento “rebanho”, pagar caro e ainda ver o produto se desvalorizar ou comprar o “que sobrar que os outros não quiseram”.

Porque desse bate papo sem pé nem cabeça? Porque há pouco tempo pesquisei e tenho uma boa base de dados sobre o desempenho das filhas de Ghadeer na reprodução, ele foi um fenômeno nacional como reprodutor e na minha opinião, maior ainda como avô materno. E sua “briga” pelo posto de maior reprodutor no Brasil em número de individuais ganhadores de grupo com Wild Event, me atiçou a curiosidade de saber como Wild Event está indo como avô materno.

Acredito ser ainda cedo para se avaliar o desempenho de Wild Event como avô materno, suas gerações nacionais vão da 2003 a 2018, acredito que metade de suas filhas ainda não tem filhos estreados, muitas ainda em campanha e ainda uma geração para estrear. Novamente uma opinião pessoal, já está mais que na hora de “entrar de cabeça” nas filhas de Wild Event como reprodutoras. Ele me lembra muito o desempenho de Ghadeer, não escolhe tribo de reprodutor e algumas delas já tem mais de um filho colocados ou ganhadores de provas de grupo.

Com destaque (número de colocados ou ganhadores de provas de grupo no Brasil) para:

Quanto Carina – 6 indivíduos (Ela é da primeira geração de Wild Event, de 2003)
Tout Est Bien – 4 indivíduos
Ulaya – 3 Indivíduos
Com 2 indivíduos – Vanua Levu, Alma del Rio, Square Dance, Spade, Smile Jenny, Bonitaça, Quiero Plata.

Até o momento são 37 filhas de Wild Event que geraram 54 ganhadores ou colocados em provas de grupo no Brasil (já é melhor que os números de Northern Afleet e mais da metade de Elusive Quality).

A seguir a tabela com os reprodutores com desempenho em provas de grupo com as filhas de Wild Event em solo brasileiro. Lembrando que um indivíduo ganhador de GII e/ou GIII e colocado em prova de GI, será contabilizado na coluna de colocados em GI.

Ganhadores
Colocados
Reprodutor
GI
GII/GIII
GI
GII/GII
Total
Put It Back
3
2
4
6
15
Adriano
2

2
2
6
Public Purse

2

3
5
Agnes Gold

2
2
1
5
Signal Tap


1
2
3
Soldier Of Fortune
1


1
2
Shirocco


1
1
2
Pioneering



2
2
Northern Afleet
1

1

2
Elusive Quality

1
1

2
Cisne Branco

1


1
First American


1

1
Roderic O'Connor



1
1
Out Of Control



1
1
Refuse To Bend



1
1
É do Sul

1


1
Ivoire
1



1
Drosselmeyer



1
1
Good Reward


1

1
Gloria de Campeão


1

1

Notem que Put It Back lidera o ranking, mas a maioria das filhas de Wild Event estão de posse do Haras Santa Maria de Araras, e lá está alojado Put It Back que está se aproveitando bem da situação. Mas as filhas de Wild Event estão se espalhando em vários haras e vários outros reprodutores estão tendo acesso a elas, com o passar dos anos acredito que essa lista de reprodutores deve aumentar muito.

Durante a pesquisa, me chamou a atenção, um brasileiro com conexões no Uruguai que levou várias das filhas de Wild Event para o país vizinho, acredito que deveríamos segura-las em solo nacional, em termos de genética, elas contribuirão muito com a criação brasileira.

Espero que o estudo seja útil, que consiga alertar os criadores brasileiros sobre as filhas de Wild Event e sua importância e que consigam aproveitar o momento antes do preço de aquisição delas “decolar”. Já foi uma ótima demonstração de confiança, os criadores brasileiros não terem vendido as filhas de Wild Event da Geração 2018.

Fica a pergunta aos criadores brasileiros, eu, pequeno e humilde criador, já tenho filha de Wild Event no meu plantel de reprodutoras, e você já tem a sua?

Abraço virtual

Marcel Bacelo