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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

PAPO DE BOTEQUIM: O JANTAR COM A REGINA CASÉ

Pois é, vejam como funcionam os gostos pessoais. Aparentemente tem gente que acha que almoçar com a Ellen Rocche possa ser o supra-sumo da qualidade em vida. Eu preferiria fazê-lo com a Theron Charlise, com todo o respeito que a Ellen Rocche merece, que na verdade nem Rocha é. Mas sou obrigado a concordar que assistir ao Palmeiras, ou qualquer outro jogo do campeonato brasileiro, a noite seja um suplicio, tendo pela tarde o prazer de ter assistido a algum embate pela Champions League. Isto se aplica ao futebol, as artes e ate ao turfe levando-se em conta o que atualmente acontece nos dois hemisférios. Ou será que nos contentaremos eternamente a vivemos num mundo do faz de conta?

Estamos por assistir, se as coisas permanecerem no rumo que estão caminhando, a assistir, um Kentucky Derby e Oaks em Setembro e um Arco em Outubro com concentrações de alto peso. Ou você em sã consciência poderá cravar Tiz the Law, Swiss Skydriver e Enable e não levar em conta as fortes presenças de Art Collector, Gamine e Love e Ghaiyaath?

A qualidade da competência é que move qualquer atividade na direção certa. Quem pensar diferente que se contente com a Ellen Rocche, ou Rocha, como quiserem e eternamente irá venerar criações falsas como a Anita e o Pablo Vitar, por não aquilatar a diferença que existe de qualidade espalhada pelo resto do universo.

Posso estar enganado. Não será a primeira nem a última vez, contudo cavalos como Jolie Olimpica, Halston, Cash do Jaguarete e Royal Chip, são para mim um alento. Aquilo que rotulo de forma constante como a luz no fundo do túnel. Uma visão que as coisas poderiam melhorar se tomássemos nossas decisões no turfe com uma visão mais profissional. Com os pés no chão, sabendo equalizar nosso desejos e limites.

Dashing Court pode ser outra dádiva que recebemos não sei de quem. Mas até quando poderemos sobreviver de parcos pontos de alento como os aqui citados? Até quando vamos arriscar a sorte, acreditando nos milagres?

Amamos o impossível. Uns o matungo filho do chefe de raça, que com uma mudança de hemisfério, mudará sua maneira de ser, assim como outros, que arriscam no grande cavalo em pista, que fracassado foi, mesmo tendo todas as chances possíveis e imaginárias em estabelecimentos bem mais fortes que os nossos, e que chegando aqui transmitirá aquilo que nunca foram capazes de transmitir no hemisfério norte. Senhores, isto, em ambas situações, se chama milagre.

Não vou afirmar que milagres não possam existir, mas confesso que nunca fui testemunha de um em meus quase 70 anos de existência. Como nunca vi um anjo. No turfe, houveram algumas situações, que não considero milagres, pois, a história demonstrou ser possível, como a adaptação ao meio ambiente de descendentes de Buckpassers na América do Sul e de Icecapades no Brasil. Isto para se citar apenas dois exemplos. Mas até quando podemos nos prevalecer disto?

Australia e Japão, quando iniciei meus estudos na década de 70, estavam num patamar bem inferior ao que se encontram no momento. Garanto a vocês que fizeram por merecer. Enquanto nós, caímos de patamar.

Será publicado aqui, ainda esta semana, um testemunho sobre a que contas estamos, no cenário mundial de provas de grupo. Sofremos o perigo de ter algumas de nossas principais provas serem rebaixadas e por mais que sejamos importantes na vitrine do turfe mundial, os Estados Unidos, não contamos com força política suficiente, nem em nosso continente.

Força? Que força? Este por exemplo é um blog, que como todos, necessita de ajuda. Mas quando a peço, a aqueles que deveriam estar interessados na difusão da atividade, para um proveito pessoal futuro próprio, fingem não ouvir. Ou como diria vó Adelina, fazem ouvidos de mercador. Na verdade não acreditamos na força de nossa industria e choramingamos quando as coisas simplesmente não acontecem.  Esta parece ser a nossa forma de agir. Se assim continuarmos, nem o convite para jantar a Regina Casé irá aceitar.