PARA MAIORES DE 18 ANOS : OU ELA OU EU?

Não havia mais alternativa. Edith fora taxativa. Na verdade, não havia sequer mais espaço, na vida dela para dividi-lo com Giselle.

• Ou ela ou eu!

Bradara Edith, cheia de ódio no coração e rancor em sua expressão.

Ricardão que já tivera um relacionamento anterior atribulado com Lurdinha, do qual de emérito comedor saiu da parada como corno, perante toda a sua vizinhança no Leblon, sentiu que não haveria mais volta. Ele teria que decidir. Não podia mais adiar. Ainda mais que Giselle estava gravida… 

A vida de Ricardão, de uma hora para outra se transformou num caos. Perdera o apartamento. Mudara-se para Vila Isabel, onde ninou~em o conhecia para erigir uma nova vida. Longe de tudo e de todos.Voltou até a trabalhar e com o tempo juntou-se com Edith, que entre outras coisas era jornalista e acima de tudo petista ardorosa. Uma verdadeira viuva do Lula, que achava a Dilma uma injustiçada e o Dirceu um herói. 

Mas afinal o que ele poderia achar de melhor, devastado que estava com toda a situação anteriormente vivida? O que achara de tão atrativo em Edith, que era baixa, usava óculos, cultivava um sovaco e chulé? Mas pelo menos era Flamengo, frequentava os ensaios do Salgueiro e não era chegada a dar para toda a vizinhança, como Lurdinha. No mais, iam a pé tanto para os jogos no Maracanã quanto os ensaios da escola, pois até o carro aqueles vaca da Lurdinha tinha levado na partilha. Partilha? O advogadozinho que a comia, levara na verdade tudo! 

A solidão dos primeiros dias o levara a Giselle e naquela vila  de oito casas em que passou a viver todos amavam Giselle e odiavam Edith. Assim como seus amigos. Na verdade poucos foram os que sobraram…

Ricardão entendia a situação de Edith. Mas se a Giselle fosse pelo menos a Bundchen, ou do Amaral, seria até compreensível. Mas uma boxer, que nem suas orelhas teve operadas, lhe parecia exagerado…

Ele não tinha dúvidas que tivesse que escolher, optaria por Giselle, afinal era ela que sempre o recebia na volta do trabalho e o cobria de lambidas, enquanto Edith o esperava com uma torrente de problemas todos ocasionados, segundo ela, pelo Bolsonaro, e sempre arguia que não tivera tempo para fazer o jantar e teriam que comer na rua. Enquanto Giselle estava imediatamente pronta para o que desse e viesse, Edith precisava de pelo menos uma hora para fazer o que fosse.

Está certo que Ricardão não tinha sexo com Giselle, todavia o sexo que fazia com Edith já de a muito vinha a desejar. Tudo incomodava a ela. Aqui não, vai com cuidado que tá doendo. Como é que é, vai ou não vai? Esta cachorra não para de resmungar. Vamos logo que o jornal Nacional começa em cinco minutos… Enfim sempre um comentário, baixa-tesão.

Por sua vez, Giselle não tinha maus hábitos. Não se apossava do controle remoto. Não escolhia a música que deveria ser ouvida ou o programa a ser assistido. Não se trancava no único banheiro da casa. Não usava o Credicard. Não fumava. Nunca se apossara do carro, e nem o fizera vender a motocicleta. E para culminar, não ficava até tarde da noite discutindo política no bar do Zelão e pendurava a conta para ele pagar no dia seguinte. E além disto, Giselle não se importava que Ricardão usasse também o telefone.

Enfim, Edith e Giselle, eram realmente personalidades diametralmente opostas. E no exato momento conflitantes. Ambas tinham apenas algo em comum: roncavam.

Feito o rápido reconhecimento da situação, Ricardão respirou fundo, tomou coragem e olhando fixamente nos olhos de sua companheira, deu o veredicto final. 

- Fico com ela, 

E apontou para Giselle, que para piorar ainda mais a situação veio até ele fazendo festa com seu coloco de ratinho...

Continua amanhã.