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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

PAPO DE BOTEQUIM: TUDO NA VIDA TEM UM TEMPO DE MATURAÇÃO

Neusely

Tudo na vida tem seu tempo certo. Um tempo de maturação. Um bebe, por exemplo, necessita de nove meses para nascer sadio. Um cavalo de corrida, no mínimo 11. Acelerar o processo, seja ele qual for, cria problemas e causa desilusões. Assim sendo, tem que se dar tempo ao tempo e deixar que a lei natural das coisas tome suas decisões.

Famílias maternas não se consolidam de uma hora para outra. Elas necessitam de tempo e um inicio. Em algum ponto, algo extraordinário acontece, e a partir dali as filhas e netas deste "acontecimento extraordinário", passam a constantemente produzir elementos diferenciados, e um veio producente se forma. Cimo um árvore, que necessitam de muito tempo para por-se de pé e estender suas raízes. Outrossim, são necessárias décadas para a consolidação das mesmas, mesmo depois de sólidas de pé. E é necessário um vento descomunal, para derruba-las. Na criação de cavalos de corridas, este vento colossal é o eletricista.

O eletricista - termo que pela primeira vez ouvi do agente Ayrton Soares - é aquela cavalo que na reprodução demonstra ser capaz de estancar um crescimento natural, e priva-o de se manter vivo dali para frente. E nós, na criação brasileira, infelizmente somos capazes de colecionar um número excessivo deles, de todos os tamanhos, cores e formatos. E acusamos a situação financeira de nossa atividade como a principal razão. Eu não aceito este fato, como não aceito que uma vacina, destinada a estancar uma pandemia, possa ser criada e testada em questão de meses.

Logo, este antídoto, na criação de cavalos de corrida, tem que ser montado em torno de reprodutores nacionais capazes de estabelecer uma linha nacional com vida própria. Como s correntes estabelecidas, na Australia, no Japão e até na África do Sul. Na Argentina, no meio do século passado, estabeleceram.se veios nacionals de suma importância e eu arrisco a afirmar que foi seu período áureo. O cavalo argentino dominou o nosso continente e abriu o mercado africano e norte-americano.

Foi um processo longo, mas que teve êxito. Outrossim, um haras, o La Quebrada, com a introdução de elementos advindos dos Estados Unidos, mudou de maneira drástica o perfil do cavalo argentino e assim pouco a pouco os outros grandes haras, seguiram seu exemplo, e foram abolindo as linhas tipicamente nacionais, pela importação de cavalos com menor campanha, advindos do hemisfério norte. E a queda da produção argentina, pelo menos para mim, tornou-se evidente.

Não tenho dúvidas que a mãe de Redattore, Political Intrigue, foi uma das cinco melhores e´guas que consegui trazer para o Brasil. Tratava-se de uma Deputy Minister, em mãe Buckpasser, com terceira mãe Swaps, na mais sólida família materna estabelecida pelo clã dos Phipps, o de La Troienne, via Glamour-Intriguing.

Para quem possa se interessar existe uma vasta literatura comprobatória de ser La Troienne - uma criação Boussac - a mais importante matriarca do turfe moderno-americano. Não existe neste caso, espaço para contestações. Ai você consegue trazer uma raridade estas para o seio de nossa criação, graus ao esforço da familia Fragoso Pires, e ela se torna capaz de gerar a um cavalo do fisico e da capacidade locomotora de Redattore, e simplesmente deixa este veio esvair-se por não haver em nós nenhuma confiança no reprodutor nacional, me parece o inicio de um processo de deterioração, que certamente irá terminar no pântano.

Entra as outras grandes éguas que julguei ter trazido, existe uma por Hoist the Flag, em mãe Damascus, no mais vanguardista veio materno da atualidade, o 13-c, que gerou a três ganhadores de grupo, sendo um deles, recordista da mais importante carreira do turfe paulista e que foi ignorado na reprodução. Falo de Miss Fritchie e seu filho Tallon. E gastaria espaço e seu tempo, enumerando tantas outras que tiveram o mesmo destino: o total descaso.

Tivemos três reprodutores no Brasil, que se saíram bem, advindos de La Troienne. Foram eles, Public Purse com 36 individuais ganhadores de grupo, Redattore com 25 e Midnight Tiger com 21. Da mesma forma que tivemos quatro da linha 13-c que se saíram bem, Nedawi com 29, Present the Colors com 24, Elusive Quality com 17 e Roy com 14. Será que nenhum filho deles mereceu, merece ou um dia merecerá nosso respeito? Um de redatora recebeu...


Al Arab

Quantos criadores se dignaram a mandar éguas para Al Arab, um filho de Redattore? Acredito que nenhum. E o seu criador e proprietário, o Figueira do Lago, não deve ter se arrependido de ter mandado algumas, pois, El Arab tem 34 produtos registrados em idade de corrida, dos quais 25 correrem (73,5%), 18 ganharam (52,9%) e três tiveram assedio a provas clássicas (8,8%). A vitória de Neusely, no GP. Roger Guedon (Gr.2) sobre uma parelha do Araras de devolução de capital, custou-lhe provavelmente a continuação de sua campanha. Mas a coragem que demonstrou, mesmo com a interferência sofrida em duas oportunidades, é digna de nota.

Neusely descende da mesma linha materna e Little Baby Bear - uma das melhores potrancas que adquiri nem Keeneland - de Leroidesanimaux, um dos maiores cavalos de corrida já criados no Brasil e por que não citar Giants Causeway, um chefe de rap que dispensa maiores comentários. Logo, antecedentes não lhe faltam.

Vou abrir um parênteses, e assim não perco o hábito. Tive o ensejo de acompanhar Al Arab, pelo simples fato de quando pela primeira vez visitei a convite da Biba e do Alvaro, ao antigo Figueira do Lago, ainda em Campinas, ele, o Al Arab, ter me impressionado como potro. Fazia parte de uma geração, se não me engano, de pelo menos 25 animais, e minha reação foi dizer aos Magalhães que ali estava um cavalo de corrida que poderia ser de exceção. E foi o único que recebeu de mim este comentário. Quem duvidar, que pergunte a Biba e ao Alvaro. Pois bem, um dia sondei ao Mário Campos - meu adversário em muitos leilões - o que achava de Al Arab e o Mário que não era de perder-se em comentários, me disse, ser um cavalo de extrema qualidade que convivia com problemas. Não me especificou quais seriam estes problemas e eu também não me interessei em saber. Todavia, sei que ele trouxe uma das maiores, se não a maior, alegrias a Biba e ao Alvaro, quando triunfou em Dubai. E quiz o destino que fosse eu a lhes transmitir por telefone o resultado da carreira. Quem duvidar, pergunte. Fecho este parênteses.


Al Arab

Neusely, Neusely... será que seu exemplo poderá motivar outros a seguir o mesmo caminho?

Até quando nos manteremos nesses processo de auto-destruição, arriscando nosso futuro em fracassados reprodutor pelo que representaram em pista ou no breeding-shed?

Tudo na vida tem seu tempo certo. Um tempo de maturação. O nosso em relação ao reprodutor nacional está se extinguindo. E parece que um dia apodrecerá...