Já disse aqui dezenas de vezes... talvez centenas. Opinião é como nariz. Cada um tem que ter o seu, em diferentes cores, formatos e tamanhos. Mas sem eles, fica difícil de se respirar. O mesmo acontece com a opinião. Sem elas, o ser passa a ser nulo e destituído de qualquer objetivo. Segue a tropa e obedece ao que lhe é imposto.
Logo, nunca foi, nem nunca serei contrário a quem tenha opinião. Mesmo que a mesma venha a ser diametralmente oposta a minha. Mas me sinto no direito de rebater a aqueles que considero donas de um despropósito vil.
Em nosso mercado há gente que não acredita em famílias, tribos, da dominância que algumas demonstram ter sobre as outras, em seu grau de transmissibilidade, na força dos imbreeds e de certas estruturas genéticas. Afinal tem gente que ate atribui sucesso a sorte, Logo, gosto para tudo. Os resultados obtidos em pista, diferenciam estas distintas opiniões. E quanto maior for a altura do sarrafo, mais diferenciada esta opiniões se tornam.
Não é pela altura de nosso sarrafo ser baixa, que não deveríamos absorver os resultados de outros centros de maior desenvolvimento. Se somos ainda um pais de que alguém tem que ganhar, nossa atitude não pode ser de resignação e sim de revolta. Temos obrigação, para as gerações que nos substituirá de entregar um turfe melhor do que recebemos. E cada dia isto está se tornando mais difícil. Desculpem, mas isto é a mais pura verdade.
Herdei um turfe moldado a classicismo europeu e vejo que estamos deixando um legado de poucos brilhantismo norte-americano. Reconheço muito ceticismo de alguns, para com aqueles que ganham. E cito o Araras como exemplo. Vejam as campanhas em pista de Wild Event e Put it Back. Não foram extraordinárias, mais diria que estiveram bem acima da média. Está certo que nem de perto tiveram o brilho das de Royal Academy e Elusive Quality. Outrossim, ainda assim, bem acima do que recentemente temos trazido para aqui.
Não vou me prender a fatos, pois, para mim eles são tão claros que é impossível alguém deixar de aquilata-los. Quero que apenas as pessoas tenham um mínimo de boa vontade de aceita-los e estuda-los. Se depois os seguirão, isto é outro problema.
O quadro das dominâncias hoje é irrefutável ao olhar do turfe de primeiro mundo. Principalmente no hemisfério de maior competitividade, o do norte. Logo, para que então remar contra a maré? Porque continuar a nos perder em atuações individuais e definitivamente cairmos na real, que aquele velho ditado em que a união faz a força, existe a milênios, por uma simples razão: funciona.
Grupos de Bagé e Paraná, estão se unindo. Se estão trazendo o que realmente vale a pena ou não, passa a ser outro problema. Atentem para o quadro que se segue e tem como base aqueles reprodutores que nesta temporada obtiveram o mais número de ganhadores de grupo no hemisfério norte. E pensem na possibilidade de tentarmos outras vias tipo Sea the Stars, Camelot, Shamardal, Dubawi, que nos garantam, mais stamina na pista onde nossas duvidas são dirimidas: a de grama.
Filhos destes, com média campanha em solo europeu poderiam tranquilamente substituir os Waldmeister (foto de abertura) e os Coarazes (foto que se segue) da vida.
Cada dia estamos deixando de lado aquilo que nos mais caracterizou: a stamina. E num pais onde alguém tem que ganhar, num confronto entre iguais, até o reprodutor que em pista de dirt demonstrou uma capacidade moderada de vencer da milha as distâncias médias, é capaz de luzir. Mas seria este o nosso objetivo? Não estaríamos abdicando de nosso antigo perfil staminado?