CONHEÇO O CYRO FIUZA,
JÁ NÃO É DE HOJE
E SEI DE SUAS PREOCUPAÇÕES
E DA FORMA GLOBAL COMO ENXERGA O TURFE
MANDARAM-ME ESTE SEU COMENTÁRIO,
LEVADO A EFEITO NO FACE BOOK
E AQUI O TRANSCREVO,
SEM EMITIR OPINIÕES A RESPEITO.
Duas áreas já estão reservadas para construções, cujos benefícios financeiros para o Jockey Club e urbanísticos para a cidade ainda não foram esclarecidos
Inaugurado em 25 de janeiro de 1941 e responsável pelo início da urbanização da região de Cidade Jardim/Morumbi, o Hipódromo Paulistano começa a sofrer uma intervenção que trará benefícios ainda não esclarecidos para a cidade e para o próprio clube, mas certamente de bons rendimentos financeiros para construtoras e imobiliárias envolvidas nos projetos.
“Inserido em uma Zona de Ocupação Especial (ZOE), o Jockey Club deve receber, de acordo com a atual Lei de Zoneamento, um Projeto de Intervenção Urbana (PIU) para definição das regras urbanísticas para seu desenvolvimento e transformações”. É o que diz a Prefeitura de São Paulo, ao promover uma consulta pública que está definindo o uso dos espaços do Jockey Club de São Paulo. O projeto foi implantado pela administração pública em 18 de outubro de 2020, estando agora em fase final dos trabalhos.
Questionado durante live do programa Turfe na Cidade, realizada na última segunda-feira, dia 14, o presidente do Jockey Club de São Paulo, Benjamin Steinbruch (presidente da CSN), respondeu, a respeito da consulta pública, sobre o futuro do Hipódromo Paulistano:
“Após estudos, a Prefeitura desistiu da ideia de fazer um parque público no local. Duas áreas serão destinadas a empreendimentos imobiliários. A primeira é o que chamamos de “triangulo” próximo da ponte da Cidade Jardim, perto dos eucaliptos (estacionamento). Ali já foi liberada a construção. A outra área fica no lado oposto, no ‘areião’ das cocheiras, na av. Lineu de Paula Machado, (esquina com av. Eusébio Mattoso). Há ainda uma terceira área, que tem as fachadas tombadas – garagem, ambulatório e antigas instalações da Casa Cor –, que poderão ser mexidas, mas que, por enquanto, não temos projetos para elas.”
Uma vez que as construções já estão em andamento, a diretoria do Jockey Club de São Paulo precisa divulgar para seus sócios, funcionários e frequentadores (das corridas), os tipos de edificações (comerciais, residenciais) e os números dessas transações que envolvem as duas áreas do hipódromo. Uma análise do projeto da Prefeitura aponta que os dois espaços citados pelo presidente do Jockey, classificados no setor de ‘transformação”, abrangem um total de 99.727 mil metros quadrados, ou seja 1/6 da área total do hipódromo, que se aproxima dos 600 mil metros quadrados. Se incluir também o terceiro espaço, ainda sem definição de exploração, essa metragem aumentará bastante.
Lembrando que o metro quadrado de área construída no bairro de Cidade Jardim é um dos mais caros da capital hoje, podendo alcançar os R$ 14 mil ou mais, dependendo do tamanho e do luxo da edificação. Uma construção com vista para o hipódromo, será sem dúvida uma das mais caras e valorizadas da cidade.
O Jockey precisa divulgar também de que forma pretende usar esses recursos: pagamento de salários atrasados, dívidas trabalhistas, tributárias, financeiras e das corridas (premiações de criadores e proprietários); ou no reinvestimento em sua atividade-fim, que é a promoção das corridas de cavalo, sem a qual não há razão de existir do Jockey Club. Se um dia o clube deixar de realizar os páreos, a Prefeitura pode entrar com uma ação de desapropriação do hipódromo.
O Hipódromo Paulistano passou por duas medidas de proteção nos últimos anos. Deveria estar mais resguardado. Em 2010, foi tombado pelo Condephaat, órgão vinculado ao Governo do Estado; em 2013, o Conpresp, vinculado à Prefeitura de São Paulo, fez o mesmo. As duas resoluções ressaltaram, à época, o valor histórico, arquitetônico, cultural e simbólico do local.
Valores esses que, por hora, parecem esquecidos.
CYRO FIUZA