Desculpem a constância da encheção de saco, ao voltar a bater, sempre que possível numa mesma tecla, todavia não consigo aquilatar que seja falta de assunto ou mesmo corporativismo, o fato de criadores como o Linneo de Paula Machado, Antônio Quintella e Jaime Castro Barbosa, em suas lives, deixarem claro que as poucas éguas de sua propriedade estão sendo destinadas para o garanhão nacional. Seria isto uma apologia ao nada! Duvido...
Seria corporativismo um empreendimento de cria da magnitude do Santa Maria de Araras, destinar 80% de seu rebanho sitiado na Argentina, para um elemento de sua criação brasileira?
Logo não sou eu que o digo. São criadores brasileiros que assim o fazem. Estariam eles errados? Creio que não.
Mas surpreende-me a fraca adesão de filhos de nacionais, na recente disputa do Turfe Gaucho. Estariam eles, por ventura, desprovidos, de uma transmissibilidade de velocidade, como exemplares importados como Tiger Heart, Wyred Brian, Kentucky, Can the Man, Courtier, Emcee, Hat Trick e Sum of the Parts? Simplesmente, não consigo crer.
Entre os nacionais, Billion Dollar parece ser o que reúne maior confiança em nosso mercado das retas. Na verdade este filho de Put it Back, de criação do Araras, e que em campanha veio a vencer três de seus quatro compromissos, com um treinador mais afeito a provas que exijam stamina, era um cavalo soberbo na curta.
Aliás cabe aqui a nota que os filhos de Put it Back, estão sendo mais acreditados reprodtuvamente que os de Wild Event, seu companheiro de breeding-shed. Não tenho o menor resquício de dúvidas que Billion Dollar, Piper´s Paradise, English Major e Garbo Talks, para se citar apenas quatro, felizmente estão tendo suas chances. Evidentemente que em distintos patamares. Mas isto não ajuiza que este descendente de Man O´War possa ter mais chances de continuidade futura que Wild Event e Agnes Gold?
São detalhes que deveriam ser discutidos. Não creio que Danehill na Australia e Sunday Silence no Japão, tenham sido eternizados, por pura obra e acaso do Espírito Santo. Criadores locais deram em muito a sua inestimável contribuição, exalando, inicialmente, confiança nos descendentes dos mesmos e mandando éguas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. E estes, confirmaram as esperanças neles depositadas.
Daniel Boone na Argentina, talvez tenha sido a aventura mais arriscada e por que não dizer a mais bem sucedida de um reprodutor brasileiro, fora de nossas fronteiras. Quando em sã consciência, poder-se-ia sequer imaginar, um brasileirinho de sucesso no breeding-shed argentino. Wild Event e Put it Back, por lá passaram e não conseguiram permanecer.
Aonde quero chegar? Que quando há um mínimo de genética e uma enorme explosão locomotora em pista, em se tratando do cavalo nacional, se ele tiver fisico, vale a pena a exploração do mesmo para fins reprodutivos. Não creio tratar-se de uma dedução apenas lógica. É a mais producente.
Por isto tiro meu chapéu para o Julio, para o Linneuzinho, para o Quintella, para o Jaiminho, para o Anderson, para o H e R, para o Barreta, para o Palmerini, para os responsáveis pelo haras Alves Teixeira e outros que não descriminam o reprodutor nacional. Eles merecem o agradecimento de uma criação que mesmo em momentos dos mais difíceis foi capaz de até aqui sobreviver. E que um dia, saiba Deus, crie um linha tipicamente nacional.