A contragosto ou não, tenho que aceitar o inevitável fato, que as vezes me excedo quando o assunto é o cavalo de corrida nacional. Seja nas pistas ou no breeding-shed. Desculpem, é mais forte do que eu! Todavia, em minha defesa, tenho a relatar, que depois dos 70, você pode até a ser dar ao luxo de ser inconveniente, pois, a idade lhe dá a plena garantia de você estar acima do bem e do mal.
0 Nilsinho em determinado momento foi claro, nesta live de ontem, do Ninho do Albatroz, ao ressaltar educadamente que de vez em quando falta ao investidor no turfe brasileiro, uma crença maior, no poderio do reprodutor nacional como a de australianos e japoneses, nos seus. E o Edson Alexandre rapidamente complementou, não tão educadamente, que o cavalo que é craque nas pistas brasileiras, inevitavelmente terá muita chance de ganhar provas de grupo nos Estados Unidos. E, como mais velho que sou, exageraria: em qualquer lugar do planeta!
Sim digo e repito. Não devemos nada ao coetâneo do hemisfério norte. Temos uma genética de merda, mas nos comportarmos em pista, de vez em quando, como reis. Ou será que Riboletta, Einstein, Pico Central, Bal a Bali, Leroidesanimaux e Siphon não provaram isto? Lembrei nesta live, que os chilenos trouxeram nestes últimos 12 anos, reprodutores que nunca pudemos sequer sonhar no Brasil.. Cavalos como Scat Daddy, Loking for Lucky, Constituition, Pratical Joke, só para se citar alguns. Quantos ganharam grupos 1 nos Estados Unidos? Juro que não me recordo de nenhum. E o Edson, lembrava com que orgulho nossos hermanos chilenos comentavam, deixando escorrer pelos lábios uma baba bovina, que François Boutin criava em Osorno, nas melhores pastagens do sistema solar. Uma pergunta simples e diret: Qual o grande cavalo espetacular que ele criou entre os puros sangues de carreira? NENHUM !
A força de nossa criação está na cuida. Pastagens, é um condicionante de boa cuida. Evita que o a animal se deteriore. O certo é que sabemos criar cavalos de corrida, pois, temos profissionais hoje jovens, que aprenderam com os mais velhos, mantiveram-se por dentro das m mudanças, evoluíram com elas, e quase todos se tornaram também parte dos sistema, criando para si, seus próprios cavalos.
Não me venham com teorias absurdas. Todos, e eu disse TODOS, nós que vivemos do turfe, dependemos diretamente do trabalho destes profissionais, que fazem chegar as pistas, atletas dotados de fisico, sanidade e uma grande dose de vontade de vencer.
Na referida live estiveram presentes, o Mano Moglia, o Armando Burlamaqui, o Joaquinzinho, o Fernão, o Nilsinho e nós quatro locatários do Ninho. Catálogos e videos foram dissecados, e cada participante exerceu suas preferências pessoais. Falou-se igualmente do LLC, do Estrela Nova, Eternamente Rio, do Haras do Morro, do Clark Leite do Mauricio Portaiolo, e até do Quintelinha, que com sua aparição relâmpago na live, abrilhantou ainda mais, uma mesa redonda que por si só, já era grande.
Defendeu-se o garanhão nacional. Focou-se em Setembro Chove que pela primeira vez teve a chance que merecia e respondeu com uma geração, que considero am melhor sua até aqui. Foi dada a devida atenção ao novato Arrocha que apresenta parelhas que podem vir a dar o que falar.
Se você acredita no produto nacional, não deixe de ver quando estiver com tempo esta live. Compareça aos leilões e faça parte de algum sindicato e no final de semana vá a Gávea, prestigiar nossa festa máxima e jogue.
No mais viva este mundo que merece ser vivido. E a pergunta que não quer ser respondida. Onde está Sancha? Eu disse Sancha, não Janja...