Quem sabe curtir a vida e aproveita cada minuto dela, aceitando o que a mesma proporciona, tem perfeita consciência como ela passa rápido. Logo, é muito fácil para aqueles que tem poder em tomar decisões, não se preocupar como estas decisões irão afetar a outros, anos depois de sua morte. Qualquer semelhança com o que acontece com a atual administração do varonil com o céu cor de anil, não é mera coincidência.
Sei que suas lembranças do que se viveu gira em torno de suas realizações e para aqueles que tem filhos, nos fatos marcantes da existência dos mesmos. Não tive filhos, logo, marco meus pontos com os cavalos, que acabaram se tornando os meus filhos. Onde quero chagar? Explico.
Um ponto que me marcou muito, foi ver Secretariat vencer o Belmont Stakes pela humilhante diferença de 31 corpos. Talvez tenha sido a carreira do século. Outros podem divergir. Paciência. Outrossim, sei que foi em 1973, pois, foi exatamente dali que cheguei a conclusão que as vitórias de Sir Ivor em 1968, Nijinsky, Mill Reef e Roberto, de 1970 a 1972 no Derby de Epsom, não eram na realidade obras do acaso. Faziam parte de um processo evolutivo da atividade que como um girassol, dirige-se na direção de nossa estrela maior.
A estrela maior de nossa atividade, é certamente a vitória. Seja ela conseguida onde for. E o Belmont stakes, por ser uma carreira disputada numa distância que não é a que a genética norte-americana possa suportar com frequência e pela primeira vez por um três anos, evidencia certas características próprias. Para mim houveram momentos marcantes a começar pelo já comentado, seguido até aqui por verdadeiras batalhas campais travadas entre Affirmed e Alydar, Eady goer e Sunday Silence e outras vitórias acachapantes, como a de quase 15 corpos de um filho de Secretariat, Risen Star, treinado por seu próprio dono.
Secretariat, Easy Goer, A. P. Indy e Risen Star, foram aqueles que o fizeram no melhor tempo, embora pouca gente venha a saber que outros grandes cavalos ganharam o Belmont por extraordinárias distâncias. Count Fleet em 43 por 25 corpos e Man O´War em 1920, por 20.
Muitos caracterizam esta carreira por ser uma lapide a aqueles que tentam ser tríplices coroados. Vinte e três, é o número destes que deixaram de o ser, sendo oito deles terminado em segundo. Pensive (1944), Tim Tam (1958), Forward Pass (1968), Majestic Prince (1969), Sunday Silence (1989), Silver Charm (1997), Real Quiet (1998), e Smarty Jones (2004). Cinco terminaram em terceiro: Northern Dancer (1964), Spectacular Bid (1979), Pleasant Colony (1981), Charismatic (1999), e Funny Cide (2003). Quatro em quarto: Kauai King (1966), Canonero II (1971), Alysheba (1987), e California Chrome (2014). Mas os que realmente fracassaram redondamente foram Carry Back (1961) que não passou de uma sétima colocação, War Emblem (2002) que terminou em oitavo e Big Brown (2008) que ridiculamente não terminou o percurso, graças a idiota percepção de seu jóckey.
Finalmente três Derby/Preakness winners não correram o Belmont: Burgoo King (1932), Bold Venture (1936) and I'll Have Another (2012), muitos afirmam para não ser pego no dopping.
Hoje vivemos uma situação inusitada de medicações estarem sendo "descobertas" e cavalos sendo ou desclassificados, ou retirados antes da carreira, com as mais diferentes justificativas. Seria um sinal dos tempos? Talvez. O que sei, e repito: é muito fácil para aqueles que tem poder em tomar decisões, não se preocupar como estas decisões irão afetar a outros, anos depois. E hoje, acredito que os laboratórios tenham mais força até que as próprias comissões de corrida.
Seria o caso do Belmont que foi disputado ontem, e que tinha como dois favoritos, elementos treinados, por alguém proeminente, mas que agora passa a ser suspeito de implementar varias medicações indevidas?
Em nossa live, foi lev cantada a possibilidade do teste de campeões, como é chamado o Belmont Stakes, vir a ser vencido, por alguém fresh, que vinha tendo os melhores trabalhos onde demonstrava evolução e que conhecesse bem a pista e o nome de ZArcangelo foi sugerido pelo Bruno Alexandre. E não deu outra. O filho de AZrrogate ganhou com segurança, garantido por seu prematuro desaparecido paio, seu sexto individual ganhador de grupo, e o quinto no âmbito máximo. O que me faz pensar pela qualidade das provas ganhas aos três anos, ser ele melhor ate que seu maior adversário em pista, Gun Runner.
Arcangelo, custou a bagatela de US$35,000 quando yearling e foi criado por um grupo chileno, o Don Alberto e treinado por uma mulher, que assim passa para a história, como a primeira a conseguir fazê-lo no Belmont stakes. Jena Antonucci.
O Peter Pan stakes, foi a meu ver um alerta não tão bem captada pela turba de apostadores, que preferiu dar o favoritismo a Forte, que na verdadeiramente fez um muito boa carreiras, atropelando decisivamente nos metros derradeiros, juntamente com seu companheiro de barn, Tapit Trice. Chegaram em segundo e terceiro.
Vocês notaram que o Kentucky Derby e o Belmont stakes, foram ambos vendidos pelo mesmo jockey, Javier Castellano? E enquanto o primeiro tinha como proprietários venezuelanos, o segundo veio a ser criado por chilenos? Estariam esta ordem de valores, parte de uma nova ordem turfística?
E o que dizer do criatório brasileiro Bonne Chance, ter criado o vencedor do Woody Stevens stakes (G1), Arabian Lion, uma semana depois de um outro seu pupilo King of Steel, ter vendido caro sua derrota para Auguste Rodin no Derby de Epsom? E que tal, a segunda colocação a pequena distância do brasileiro Filo de Arianna no Poker Stakes (G3)? Seriam todas estas "coincidências" realmente tão somente coincidências?
É um caso a se pensar, vocês não acham?
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