No nosso varonil, com o céu cor de anil, temos uma tendência de achar que as coisas são maiores do que realmente são. Exageremos, com coisas que vão do Beberibe e Capibaribe formando o Atlântico a imaginar o Renato Portalupi com o nome certo para assumir a seleção brasileira numa determinada época.
Sim, se o Renato fica na praia e não vai para o Flamengo, fatalmente estaria hoje treinando a seleção brasileira. O mesmo aconteceu com o Dorival, que se deixou dominar pelos jogadores e agora mais recentemente com o Fernando Diniz, que até três semanas atrás, dirigia a oitava maravilha do mundo. De gênios a idiotas num estalar de dedos.
Está claro que nós brasileiros, vemos as coisas maiores do que elas realmente são, outrossim, existe um carência de talentos que nos levam a isto. Vejo isto nitidamente acontecer, também no no turfe, onde estas blasfêmias são repetidas a cada minuto. Este é máquina máxima. Aquele é decididamente o craque e outras "coisitas mas", havendo na grande maioria das vezes, uma simples vitória.
Infelizmente não penso assim, seja no futebol, seja no turfe e até na politica. Dou muito valor a minha opinião, e só decido por enveredar em um caminho, quando me sinto absolutamente seguro em fazê-lo. Vejamos o caso das linhas em extinção e aqueles que que se conseguiram manter, mas por que vertentes?
Anos atrás afirmei que embora Danzig-Danehill fosse o carro chefe de Northern Dancer - e ainda o é - tinha aq impressão que com o tempo Green Desert exerceria a mesma força que Danehill. Pouco a pouco, as coisas vão se desenhando neste sentido.
Se analisarmos os resultados das provas de grupo, levando em consideração estes primeiros cinco meses de temporada no mundo, Danehill conta com 98 individuais ganhadores de grupo, 16 dos quais de graduação máxima. Enquanto do lado de Green Desert o que se vê, são 52 individuais ganhadores de grupo, dos quais 12 o fizeram em provas de graduação máxima.
O fato de Danehill contar com dois hemisférios trabalhando para ele e ser da mesma linha materna de Northern Dancer e Halo, ajuda. Green Desert só foi descoberto pela Australia em tempos recentes, graças a atuação de um seu filho, Invicible Spirit. Em alguns anos, acredito que as coisas se tornem mais parelhas.
Apenas a titulo de ilustração, na Europa, Galileo e sua extirpe é responsável por 53 individuais ganhadores de grupo este ano sendo oito dos mesmos em grado máximo. Há de se notar que tanto Galileo, quando seus filhos, não apresentaram até aqui um grande rendimento, na Australia, Japão, Estados Unidos e mesmo na América do Sul. Cito o fato, apenas a titulo de uma comparação entre rendimentos
Sea the Stars - via Cape Cross - na Europa. Kingman e I am Invencible - via Invincible Spirit - o primeiro na Europa e o segundo na Australia, são os decendentes de Green Desert que demonstram um maior potencial a perpetuação de sua raça.
Enquanto isto Proasir, via Danehill Dancer, Exceed and Excel, Fastnet Rock e Redoute´s Choice - este com uma maior penetração por seu filho Snitzel e mais recentemente pelo filho deste Russian Revolution -parecem ser as grandes válvulas de escape de Danehill. Mas até aqui nenhum com vigor suficiente para se sustentar no hemisfério norte.
Logo, é licito se imaginar que esta diferença numérica significativa ainda em termos de ganhadores de grupo, entre Danehill e Green Desert, há de diminuir consideravelmente, coisa que já é facilmente notada ao comparar o número de ambas as tribos, em termos de ganhadores de grupo 1. São aspectos qualitativos e quantitativo. E quando no caso do primeiro existe uma gradual tendência a se igualarem, os quantitativos passam a ser uma mera questão de tempo.
É desta forma, que as analises de continuidades das tribos, tem que ser levadas a efeito. Não há achismo ou palpites. Existe sim convicção de como os números vem se desenvolvendo nas duas últimas décadas. Simples assim.