O que apresento a seguir, pode vir a ser considerado sem pé e sem cabeça, ademais ter sido escrito a muitos metros de altura em um avião, Mas vale a pena como exercício de auto reflexão.
Nas atuais vendas de Keeneland e Tattersalls, os Maktouns ainda não se mostram discretos. Nunca o foram antes, porque seriam agora que com Chales Applyby estão colhendo seus melhores frutos? Isto se chama persistência. E talvez tenha sido este o verdadeiro inicio do turning point, que ora se verifica. Aceitar com naturalidade, que dormiram no ponto. Porque não mandaram as filhas boas de Dubawi, para serem cobertas por Deep Impact, já que possuem um esquema forte na terra do sol nascente? Não.
Se as coisas vão bem ou mal em Dubai, não sei. Muito boato, mas pouca convicção. Para mim, o problema deles é gigantismo e organização. Mas muito acredito de falta de imaginação. Não é possível sequer imaginar que seus planteis sejam inferiores aos de HH. Aga Khan, Prince Khalid e a turma de Ballydoyle. Tem que ser um problema apenas de ajuste, creio eu. E quando estas duas medidas são necessárias, a melhor forma de as por em prática é parar de crescer, limpar a casa e dentro de uma nova realidade ótica, tentar dar um rumo a mesma. Diminuir o som de sua próprio i-pod e passar a ouvir o que se fala no mercado. E parece que agora sob novo prisma de ação, as coisas tendem a se assentar.
Só espero que eles não desanimem, pois, se assim o for, nosso mercado internacional ainda não está preparado para sobreviver sem eles. Não seria um exemplo - evidente que mantida as devidas proporções - que o criador brasileiro deveria copiar
Para o criador brasileiro, isto ainda pesa. Mas temos sim, que reconstruir nosso mercado de exportação, estragado por uma série de cavalos que nos Estados Unidos, na África do Sul e mesmo para os Emirados Árabes, foram exportados sem o menor critério. Alheios a coerência. Aqui, no continente norte-americano, vira e mexe tem um cavalo brasileiro inscrito em uma prova de grupo. E os resultados são os mesmos, ou melhor poucos. Chegam, na maioria dos casos descolocados e a distâncias vexatórias, que permitem a atrasar a carreira seguinte. Haverá culpa de alguém? Sim sempre há. Cabe a cada um descobrir.
Volto a afirmar, o que nunca me furtei de afirmar: Keeneland, Churchill e Saratoga - apenas para se citar alguns hipódromos - não são Disneyworld. Vive-se de realidade, não daquilo que imaginamos que possa ser conseguido. E nós, mesmo que em condições genéticas inferiores, ainda somos competitivos. Não no número que poderíamos ser, se melhor estruturados.
Temos que vender o nosso peixe e nos fazer mais confiáveis. Os projetos da RDI-Bonne Chance, são uma prova que as coisas podem vir a funcionar a nosso favor, se bem administradas e feitas com zelo por profissionais de qualidade. Temos que como este grupo, descobrir nossos horizontes. O Red Rafa está tentando ir sutilmente pelo mesmo caminho assim como o Philipson. E qual é este caminho? Levar seu próprio cavalo e dar a chance ele, que muitas vezes lhe é negada, pelo médio e pequeno investidor externo.
Todavia, em contrapartida é animador é ver turbas de brasileiros - os que mais falam - em Keeneland. Andam em grupo. Independentemente o que comprem, pois o gosto a cada um pertence, demonstra que existe, pelo menos, uma vontade de atualização de nossos pedigrees. Se você analisar um pedigree seu e aparecer mais do que 3 BRZs, é porque é hora de repaginar, como diriam os moderninhos. Isto infelizmente não é uma opinião. Isto me parece um fato. Porém, o bom cavalo nacional deve ser respeitado e mantido em nossos pedigrees, mas este pedigree como todos, devem ser repaginados de tempos em tempos pelo vigor vindo de fora de nossas fronteiras.
Caquéticos nos parecem vários que ainda conseguem ganhar provas de grupo em nosso insípido e muitas vezes incolor e inodoro, universo. O que de alguma forma, desvirtua nosso perfil. Mas, infelizmente, não passam do nível nacional, onde alguém tem que ganhar de alguém. O pobre batendo no esfarrapado.
Mas em contra partida existe aquele que difere, tanto em gênero e número e precisamos voltar a trazê-los, com maior frequência aos Estados Unidos, por conta própria e dar a eles as mesmas chances, que um dia foram dadas a Siphon, Sandpit, Gloria de Campeão e companhia. Não é tão caro assim. E este é o ponto a se apoiar.
Se importamos bem ou mal, isto é outro problema. Você pode, embora não deva, fazer o que quiser de seu dinheiro. Não me concernente, acredito que estou – juntamente com os clientes que me apoiam - indo bem. Não vejo com clareza nenhum outro agente brasileiro que tenha tido o privilégio de adquirir as mães de ganhadores do Kentucky Derby, do Preakness (2), do Travers, de Breeders Cup (3), do Derby japonês e de mais de uma centena de provas de grupo em quatro distintos continentes. Sem modéstia este é o curriculum de meus clientes até o presente momento. Mas se minhas teorias ajudam ou não, não cabe a mim afiançar. É uma temática citadina para pessoas gradas, mesmo em trêfegas atmosferas. Depois explico melhor...
Copio Jorge Amado: "haverá sentimento mais onipotente, a dominar o coração dos homens, do que a vaidade"? Me deixo, as vezes, levar pela vaidade destes resultados que para mim são de suma importância, pois, deles se erguem os pilares de minha subsistência no mercado externo.
Vamos abrir nossos olhos. Aceitar a realidade. Temos que acreditar no potencial do cavalo brasileiro, e dos brasileiros em si, na possibilita/lo de os criar em maiores quantidades e em maior frequência. Saia de caso e os vá examinar. Se não se sente apto a decidir, contrate um profissional que possa fazê-lo. Os leilões estão ai na esquina. E mantenha seu dedo em riste, sempre que houver convicção,
E, no mais, como o coelhinho da Duracell, estes resultados still going...still going...