A maturidade não é um processo programado. E sim adquirido, depois de anos de vivência e experiências de vida. Você passa a se sentir maduro, quando não guardar rancor daqueles que o ferem, mas os mantém eternamente na memória. Quando aquilata que quanto mais angaria conhecimentos, mais necessita saber. E em relação a atividade que milita, que repaginar é a única chance de se manter apta sua capacidade de produção.
O turfe, mais do que muitas atividades, exige uma repaginação quase que diária. O que lhe parecia apenas honesto, de uma hora para outra, passa a ser extraordinário. Ou quem sabe horripilante, que nem café requentado de dois dias.
São provas de grupo sendo disputadas todos os dias, nos mais diferentes países. Nas mais diversas distâncias e pistas. Pistas estas sujeitas as condições atmosféricas, com as quais você não tem controle algum. E ainda existem os profissionais, que podem cometer erros, pois, são humanos que nem você e os protagonistas principais, os cavalos, que são seres irracionais. Enfim, muitas variantes mutáveis. Contudo, a última variante é que menos me assusta.
Outro dia falei de Justify. No inicio do ano ele era contestado. Hoje, entra no rol dos garanhões mais badalados do planeta. Por sua vez, Gun Runner que teve um primeiro ano extraordinário, passou por um segundo mais do que discreto, este ano parece voltar a todo vapor. Como explicar esta oscilação? E o que dizer do estupendo dois últimos anos do já calejado Curlin, principalmente no setor feminino?
Porque isto pode acontecer com cavalos e dificilmente acontece com profissionais? Leroy Jolley absoluto nos anos 70, não consegue encher metade de um barn. Lukas, detentor de todos os recordes, não mais tem quatro a cinco barns. Limita-se a um. O recém desaparecido John Veitch, depois que deixou a Calumet, terminou os seus dias com comissário de corridas em Kentucky. Onde estão Patrick Byrne, Nick Zito e Neil Drysdale? E os exemplos são muitos.
Eu diria que faltou-lhes repaginação, sem a qual o amadurecimento profissional se torna apodrecimento.
Mesmo no Brasil, vemos acontecer com profissionais, que há um tempo dominar a situação, hoje estarem reduzidos a um número pequeno de cavalos e ainda menor de vitórias. O Edson Alexandre sempre defende a tese que "sem ovos, não se fazem omeletes". Aceito a tese, mas não a acho completa, pois, tem muito treinador que ainda recebe um número suficiente de ovos, e não conseguem mais transforma-los em omeletes...
Não acredito também tratar-se de um problema de formação. Tomem como exemplo a escola Lukas. Dela apenas Todd Pletcher, evoluiu. Dallas Stewart e Kiaran McLaughin, tiveram seus breves momentos. E os demais nunca colocaram suas cabeças para fora.
Porque escrevo isto? Simplesmente para lembrar a meus navegantes, que se nutrir de informações, é de suma importância para seu desenvolvimento no mundo do turfe. Cada detalhe tem a sua importância. E ademais, antes saboreando um bom café pela manha, ler este blog, é mais prazeiroso que ver as atrocidades do mundo pela manha, na televisão.