Por que me preocupo tanto como a nossa história?
Teria pergunta mais idiota que esta feita a mim por um navegante que se diz leitor assíduo do que escrevo a anos?
Talvez apenas uma outra, feita por outro naufrago, onde ele me indaga por que da minha frequente relutância em não querer comparar cavalos de corrida de épocas distintas, ou de mesma época que nunca tiveram a oportunidade de se enfrentarem, em uma mesma carreira?
Valha-me Deus. Meu ouvido não é pinico !
Sou antigo, mas não pré-histórico. Sou da era Beatles em seu inicio. Mas o que verdadeiramente me cativou foram as discotecas dos anos 70, no Rio de Janeiro. Privé, Regine´s. Le Bateaux, Jirau, Hippopotamus, onde Donna Summer, Isaac Reis e outros, imperavam. Isto de alguma maneira denigre os meninos de Liverpool? Foi uma época magnifica, mas como tudo na vida, teve o seu fim.
Sou do tempo que o carnaval era lindo, com os bailes do Yate Club. Copacabana Palace, Municipal e Monte Líbano, onde as lança perfumes predominavam. Isto por acaso degrini a aqueles que não tem alegria em curtir esta festa de nossoin calendário de vida? Foi uma época magnifica, mas como tudo na vida, teve o seu fim.
Sou do tempo que o Salgueiro ainda mesmo na Avenida e o Flamengo de Zico no Maracanã, eram garantia de prazer. Isto de alguma forma degrini, a Mangueira do Jamelão ou o Botafogo de Garrincha? Foi uma época magnifica, mas como tudo na vida, teve o seu fim.
Sou do tempo de ouvir pelo radio ou assistir pela televisão mas corridas da Gavea e imaginar como seriam aqueles meus heróis, agora contidos em minha cabeça: Adil, Farwell, Escorial, Emerson. Isto degrini com outros que não tive a oportunidade de acompanhar, mas que foram importantes a outros, como Albatroz, Heliaco e Garbosa Bruleur? Foi uma época magnifica, mas como tudo na vida, decaiu e pelo andar da carruagem, não me surpreenderei se um dia chegar a seu fim.
Como lugares que frequentei como o Antonio´s, o Veloso, a sorveteria Lopes, o cachorro quente do Genial, e tantas outras pequenas coisas, que realmente fizeram diferença em minha formação. E ainda hoje são caras em minha memória. Compararia hoje a Duda Cavalcanti com a deusa do jovem carioca atual?
Seria isto saudosismo? Talvez seja, mas a vida que levei no Rio de Janeiro, nos anos 70 e 80, garanto a vocês, que foi imensamente melhor que aos jovens levam hoje no Rio de Janeiro. Mas o que isto importa para aquele que a vive hoje? PORRA NENHUMA !
Não compreendo como alguém poderia estar preocupado com a possibilidade de Bal as Bali ser melhor que Farwell, ou Itajara em relação a Adil? O que isto engrandecerá nosso turfe? O que quero é que nossos criadores sejam capazes de criar outros os Farwells e Bal a Balis e que treinadores e jockeys possam demonstrar a qualidade destes novos animais. Se Rigoni foi melhor que Ricardinho e Pacho que Juvenal, pouco mem importa.
O importante é que a lembrança dos mesmos seja cultuado, para que gerações futuras venham a saber, a importância que cada um destes tiveram na história e manutenção daquilo que agora se interessam. Creio que isto é o que seja realmente importante. Com certeza aumentará o crédito de nossa criação, perante o mercado internacional.
Um dia em Bagé, tive a oportunidade de converçar por cerca de horas com o Luiz Felipe - atual presidente de nossa Associação - sobre algo que amamos, e vivenciamos, o Flamengo. E da mesma forma que em momento algum, demonstramos a mínima vontade de comparar Leonidas, Zizinho e Zico, não acredito que fazê-lo no turfe - a outra atividade que amamos - tenha alguma importância.
Desculpem, aos que incessantemente me cobram, mas não estou o mínimo preocupado em estabilizar quem possa ser o melhor atleta equino de nossa história, quando clamo por um museu e por um Hall of Fame. Quero apenas preservar nossa história, pois, cada vez mais, as pessoas que teríamos para contribuir se vão e os jovens que entram na atividade, nela penetram sem as mínimas informações que considero necessárias, se houvesse um banco de dados que pudessem consultar.
Seria isto uma utopia?
Nunca será. Penso apenas ser obrigação e não frescura, de quem um dia foi auxiliado por gente como o senhor Atualpa Soares, Roberto Prado Telles, Maggi Giovani, George Blackwell, Alexandro Lilienfield, John Aiscan e outros que contribuíram com o meu conhecimento, por intermédio de seus concelhos e observações. O pouco que sei devo a eles e a outros que me ajudaram contratando-me.
Desta forma tento transmitir por intermédio de um blog onde recebo ajuda de 15 patrocinadores e de alguns contribuidores com textos e uma live com a prestimosa ajuda do Edson, do Marcel do Gil, do Araras, do Figueira do Lago, da APPS, do In Vino, do Raia Leve e da Karol Loureiro, o que absorvi destes que um dia me abriram os olhos para o que sem a ajuda dos mesmos, me seria mais difícil e trabalhoso, de descobrir.
Estou eu errado de assim pensar e agir?