PAPO DE BOTEQUIM. NO ÚLTIMO PULO

Existem coisas que o marcam no turfe. Confesso que em mim a invencibilidade é uma delas, pois aquele que nunca veio a ser batido, realmente me fascina. Logo, a perda de uma, principalmente em cavalos que correm carreiras transcendentais, me ativa por demais o módulo emotivo e em algumas vezes eu chego as lágrimas, como foi o caso de Zenyatta. Eu assisti a carreira em Gulfstream, mas a minha volta não eram poucos aos que igualmente se emocionaram.

Estive presente in loco, nas perdas de invencibilidade de Nijinsky no Arco e Dancing Brave e El Gran Senor em seus respectivos Derbies e garanto a vocês que me esculhambaram com o resto de meu dia. Todas perdidas no último pulo... 

Porém, a confirmação de uma invencibilidade em compensação tem um efeito distinto. Foi assim com Black Caviar em Royal Ascot que acompanhei na televisão, assim como com Zarkava no Arco.

Outrossim, a confirmação que mais me marcou não foi como alguns devem pensar de Flighline ou Frankel. Foi na realidade de Personal Ensign na Breeders Cup Distaff de Churchill Downs, quando ela matou a Kentucky Derby winner, Winner´s Color, no último pulo.

Confesso que o fato dela descender da argentina Dorine, sua avó, contribuiu para meu total interesse sobre ela. Ainda mais que tratava-se de sua décima terceira saída as pistas. Somando-se a isto o fato dela ter se contundido logo após a conquista aos 2 anos do Frizette stakes (G1) - fato que a afastou das pistas por quase um ano - evidentemente que contribuiu em muito sobre o respeito que passei a nutrir pela mesma. Foram a seguir quatro vitórias no último trimestre de seus três anos e sete no ano em que completou quatro anos.

Levada a reprodução, transformou-se naquilo que rotulo de Matriarca e graças a ela e sua filha My Flag, meu sonho de ganhar uma Breeders Cup Juvenile Filly - com Cara Rafaela - foi por água abaixo, também, como sua mãe, conseguida no último pulo ...  E a esculhambação de meu dia, foi ainda maior...