Discussões entre pessoas cultas, podem gerar opiniões distintas, mas nunca conflitos, e sim formas diferentes de pensar e quem sabe até, novas idéias surjam daí.
Logo, quando alguém é acusado de sonhar alto, relevo, pois já sonhei e continuo sonhando bem alto para os mais rasos de espirito. Ou alguém acha que imaginar cavalos brasileiros correndo o Arco, o King George, o Santa Anita Handicap e a Dubai World Cup e tendo êxito em quase todas, não seria a principio um sonho alto e por muitos vistos como inalcançável?
Pois é, fala-se em correr a Merlborne Cup com nosso melhor fundista, o Derby winner paulista, Planetário. Para quem está ora sediado na California e pronto para fazer seis anos hípicos, não seria uma tarefa de translado tão complicada assim e muito menos uma aventura desmiolada. Portanto, Let´s go Bananas !
O que há contra? Talvez o fato de mudança brusca de hemisfério, sem tempo suficiente para uma readaptação. Outrossim, sinto que a ida do norte para o sul, tenha uma janela maior de aproveitamento. O fato de existir voos diretos de Los Angeles a Melbourne facilitam a coisa se um transito de animais for viável. Assim sendo, porque não tentar?
Isto influirá em muito no currículo de Planetário? Certamente que sim, não apenas monetariamente em caso de sucesso, como de satisfação pessoal. E em termos reprodutivos? Acredito que não, pois, quem se importa com o ganhador do St. Leger - distância do San Juan Capristano - ou em 3,200 metros - distância de várias Cups britânicas? NINGUÉM.
Outrossim, nós brasileiros deveriamos nos importar, já que Henri le Balafre ganhou o Royal-Oak (3,100m), Nedawi o St. Leger (2,800m) e Waldmeister por sua vez saiu-se bem nos 4,000m do Prix du Cadran e penso que todos foram indiscutíveis sucessos em nossa criação. Contudo, pergunto, qual o criador brasileiro que irá adquirir uma cota de Planetário, mesmo que ele venha a ganhar a Melbourne Cup? Pouquíssimos, acredito eu.
No cenário atual reprodutivo, ser um elemento de fundo cria em torno de si, um natural downgrade na atratividade reprodutiva. Fo....-se ! Elementos ganhadores do St. Leger e das Cups, são castrados ou vão direto para a produção de steplechases. Como também tenho como certo que esta deserção natural do criador brasileiro de forma alguma irá fazer diferença na vida da família Steinbruch. Logo, porque não tentar?
Nunca fui patrocinado por ninguém desta importante família, mas isto não me faz um voraz opositor da mesma. Tento assumir a discussão, imaginado almejar novos horizontes ainda não alcançados. Da troca de opiniões, nascem as novas idéias.
Temos que perder este nosso complexo de vira-latas. Temos que enfrentar o mundo lá fora, acreditando no valor do cavalo brasileiro, a despeito de sua genética limitada. O que Hard Buck, Einstein, Pico Central, Siphon e Glória de Campeão fizeram, vencendo as principais carreiras do cenário mundial, não tem preço. E além de nunca ser apagado, poderá tranquilamente ser repetido.
Não me tirem por otimista, pois nunca o fui. Todavia tenho a capacidade de assumir a realidade das coisas e saber exatamente aquilatar a força inimiga.
Portanto Rafael, Let´s go bananas ! Vamos antes dos cangurus, mostrar do que é feito, aqueles que acreditam no que fazem.