PAPO DE BOTEQUIM. SAI ROYAL ASCOT, ENTRA HIPÓDROMO DA GAVEA.

Não deixa de ser um choque psicológico, mas tanto o Major Suckow como o Roberto e Nelson Seabra, este ano, tinham seus atrativos. E ainda mais, ambas a minha total atenção. 

Respirei fundo, tomei bastante água e me imbui do espírito "gaviano". E aqui entre nós, valeu a pena. A começar do páreo para as dois anos. Esta Ethereum, que se mantém invicta agora em sua terceira aparição, realmente sobra na turma. Largou mal, veio no bridão sem ser acionada e na hora que o Aparecido decidiu que era hora de ir, foi. E deixou suas adversárias perdidas na poeira.

Qualquer duvida em relação a ela ser a líder de sua geração, aconselho, internamento imediato em uma UTI. Até que surja algo novo no horizonte, ela simplesmente continuará a dominar a situação, como suas adversárias fizessem parte apenas da paisagem.

Me perguntaram antes do páreo quem poderia bater a Orla de Ipanema no Roberto e Nelson Seabra (G2)? E voltei a responder, o que venho respondendo a partir de sua segunda carreira: ela mesmo ! Ela é daqueles elementos que parecem ser de outro planeta. Não corre, desliza. Mas seu gênio é duvidoso. Outrossim, nada como um dia após o outro, pois o amadurecimento é o melhor remédio para casos como estes. Aconteceu comigo, logo poderia acontecer com ela.

Qual foi então a razão da derrota nos metros derradeiros, com uma carreira que parecia ganha? Rennes correu mais. Simples assim. Lembram como a filha do Salto perdeu ano passado esta mesma prova para Kenlova? E em quem se transformou Kenlova. 

O Gil fez tudo certo. Deu uma direção principesca. Mas o Aparecido fez melhor: majestosa. Teria sido então o boné negro?

Se eu troco Orla de Ipanema por Rennes? Não, mais ontem ela foi a melhor.

Durante toda a semana fui alertado que o Major Suckow era uma carreira sem um real dono. Pelo menos meia dúzia de pretendentes se achavam donos da situação. Se houvesse um jogo de arremates, recordes teriam sido batidos. blá-blá-blá ! Ouvi, absorvi, mas não acreditei.

Eu tinha minhas dúvidas, pois o Mandrake que havia ganho esta prova, em 2023, parecia ter evoluído. E juro que não conseguia visualizar ontem, algo do mesmo patamar de Oriana do Iguassú, evidentemente entre os que militam no prado. Na equipe do H e R a certeza era ainda maior. Absoluta. Cristalina. Límpida. Acreditavam mais nele, que nas outras inscrições. Era a crava.

Mas como velocidade, nunca foi minha força, o descendente de nossa - minha e do Antônio Carlos Assumpção - Cat´s Night, me parecia a melhor opção. E havia o apelo romântico para com Roda Gigante...

E ninguém é Mandrake por acaso. Não havendo outra Oriana, eu não me assustei, embora deixar-se encaixotar como o Gil deixou, e teve que parar e tirar por fora, perdendo terreno e tempo, somando isto a excepcional atropelada do Legender tornou algo fácil em um final perigoso. Mas 12 metros e a vaca teria certamente ido para o brejo.