Imaginem minha alegria ao utilizar-me pela primeira vez de uma máquina de calcular. Parece piada, mas para quem estava acostumado a se utilizar da régua de calculo, foi como de repente abrir uma porta e dar diretamente no paraíso.
O mundo se renova em suas invenções e funções. Antigamente as fontes mais importantes de pesquisas, eram as bibliotecas e os professores. Hoje, na era do Google, eles já não são tão importantes. Basta se ser dedo e curiosidade. Não se imprimem mais Enciclopédias, nem entre os britânicos e nem se faz mais ligações telefônicas interurbanas com o auxilio de telefonistas. A gente simplesmente Zap.
O mundo mudou. Mas teria sido para melhor?
No turfe continuo tendo minhas dúvidas.
Evidentemente que a substituição daqueles três hits quilométricos da era de Eclipse. transformados em corridas de no máximo 5,000 metros na de St. Simon, no turfe reconhecido como flat, foi um chamado a realidade. Uma adequação ao presente. Mas desde Eclipse, passando por St. Simon e chegando a Frankel, onde o que realmente interessa é o que pode um cavalo de corrida fazer até a milha e meia, que a invencibilidade serviu para demonstrar a superioridade de alguns, sobre muitos.
Hoje poucos são os invictos que se mantém ativos em três temporadas. A criação se tornou mais lucrativa que a pista. Logo porque não explorar os estes seres superiores o mais rápido possível, onde eles podem vir a dar mais lucro, o breeding-shed.
Frankel foi a grande exceção, pois era treinado por um ser humano em estado terminal de vida e de propriedade de outro que além de admirar e respeitar os profissionais que lhe serviam, igualmente decrescia em estado de saúde. Bobby Frankel, a inspiração, Sir Henry Cecil o treinador e Prince Khallid Abdullah se foram, mas o que fizeram para o turfe, ficará gravado para todo o sempre. E estes cientistas, reconhecidos, nos mais diversos setores da vida humana, são na verdade aquela porta que o leva diretamente ao paraíso.
Imaginem, eu, alguém que caminha para s 74, criado na era das cartas e telegramas, ter tomado conhecimento da internet. Em menos de uma vida, uma transformação colossal. Mas o que dizer do turfe, onde as transformações igualmente existem, mais galopantes que os cavalos que a formam?
Sinto muito o desaparecimento paulatino do garanhão primordial respaldado na stamina. Son-in-Law talvez o maior deles, desapareceu ainda na primeira parte do século passado. Assim como St, Simon, décadas depois e agora parece que chegaremos ao fim do eixo Montjeu-Camelot. Uma pena.
Eu acho que nós brasileiros que ainda temos um resquício maior que a Argentina no fator stamina, deveriamos ter investido em um bom Montjeu ou num reluzente Camelot. Nos serviria em pista e nos ajudaria a exportar o cavalo staminado, que na grama estadunidense, encontraria fértil campos para se desenvolver.
Montjeu, ele próprio, produziu a quatro ganhadores do Epsom Derby, a ser conhecer Motivador, Authorised, Pour Moi e Camelot. Um a menos que seu irmão, o todo poderoso Galileo. Authorised esteve muito perto de fazer shuttle no Brasil e Pour Mai - hoje reprodutor para stapplechases - já produziu até derby winner, Wings of Eagle.
O segmento Sadler´s Wells, é o mais pródigo entre os da tribo dominante de Norther Dancer, mas há de se notar, pelo diagrama que se segue, que de 1970 para cá, o pequeno canadense foi responsável por 29 dos 55 Epsom Derbies disputados. Isto lhe impõe o significativo percentual de quase 54%.
Seus mensageiros mais importantes nesta transmissão foram Sadler´s Wells donde vieram a ser gerados 15 ganhadores do Derby, a seguir Nijinky com seis e Danzig com cinco.
Há de ser notado que até aqui foram as linhas de Northern Dancer dotadas de extrema stamina clássica que conseguiram dar o número maior de continuidade ao padrão.