Não creio ser difícil, saber ler um pedigree. Basta para tal ter um par de neurônios, assim como de olhos, um QI acima de símio e ter a capacidade de guardar na memória alguns nomes de relevo. Na verdade, o difícil está em interpretá-lo.
Mesmo tendo-se um mínimo de discernimento de interpretação, fica a cargo da imaginação determinar os parâmetros de qualidade que um pedigree geneticamente pobre possa ter. Como por exemplo o deste fenômeno chamado Thorpedo Anna. Evidente que depois de descoberta a pedra preciosa, se torna mais fácil, imputar qualidade quando antes, ainda no ineditismo, fora impossível de ser detetada. Aquelas mãe e avós incapacitadas de sequer correr e irmãs do nada, sempre tem um determinado parentesco como alguém, mesmo que remoto, que suscita naquele ser imaginativo ser a fonte de classe, que a dita corredora demonstrou ter, sobejamente em pista.
Pois é, no turfe é procurando-se que se acha. E conceitua-se o que se quiser. No meu par"amétrope, cl]asscico ]e o ganhador de grupo.
Pacific Sky, a não corredora mãe da igualmente incapacitada de chegar as pistas, Sataves - esta por sua vez a mãe de Thorpedo Anna - é imbreed em Seattle Slew na razão 3x2, em Northern Dancer 4x4 e Bold Ruler 5x5, originária da linha tronco 2-d. Poderia estar aí o link perdido da qualidade? Pode. É garantido? Não. Então porque se perder tempo com algo impossível de ser provado? Força do hábito.
Justificar a exceção, para mim, é duvidar da regra. Thorpedo Anna é uma exceção e creio que se deva dormir com um barulho destes. Explicar, complica. Simples assim. Comprar-la e anos depois vê-la ganhar o Kentucky Oaks e o Acorn stakes, da forma como ganhou, é digno de palmas. Mas daí tentar justificar o porque isto veio a acontecer, para mim, é puro e simples malabarismo.
Se você adquirir, 300 elementos com pedigrees do quilate do de Thorpedo Anna, com sorte a irá encontrar-la. Foi assim com El Santarem e Riadhis no Brasil. Mas a que custo? Se for conseguido de cara, quase nada. Todavia, se for conseguido apenas no final...
Por isto não canso de repetir, que no turfe, é procurando-se que se acha. Contudo trazendo sempre a mente, a pergunta que não quer se calar. Para que trocar um agradável Papo de Botequim, numa dolorosa discução de porta de hospício?