Sempre acreditei que nascer é uma possibilidade. Que viver sempre será um risco. Mas que envelhecer em que pese as dores e os esquecimentos, é um privilégio. E se você for um dos poucos privilegiados, que faça jus a esta dádiva divina, trate de deixar um legado, para as gerações seguintes.
Mas se houver mais esquecimentos que lembranças?
Eu acho que esquecimento não representa perda total e embora uma vez tenha ficado perplexo com a pergunta de Sigmund Freud, de para onde iriam os pensamentos quando eram esquecidos, nunca sequer imaginei tratar-se de uma perda total. Apenas acho que este passageiro fujão descansa em algum lugar ermo e de difícil acesso em sua mente, mas que um dia vitima de uma situação voltará a tona, nem que seja em forma de um trauma.
Pobre é aquele que com Alzheimer, tende a ter apagado os pensamentos de sua memória, e passa a desconhecer até aquilo que mais amou. Porque estou falando isto? Porque recentemente cruzei com um amigo de longa data, que não me reconheceu e cujo acompanhante justificou por estar ele sofrendo de Alzheimer. Escrevo tudo que me possa vir a mente, ávido que nada me faça esquecer um momento sequer de minha vida. Aos que não concordem, minhas mais sinceras desculpas, mas prefiro não saber onde deixei o controle remoto da televisão, do que de algo, que foi importante em um momento qualquer de minha existência.
Um bom dia para todos e mais tarde curta um pouco de Man O´War.