Sou do tempo que a milha do Moulin de Longchamp era disputada no fim de semana do Arco e era uma das grandes atrações. Pois, saibam que desde aquela época havia uma verdade que nunca devia ser desafiada, justamente a que dizia pace make the race. Principalmente quando um bom cavalo treinado por um já vencedor desta carreira em sete oportunidades, livra meia dúzia de corpos na frente, sem luta.
Mas nosso querido Sylvestre de Souza embarcou nesta canoa furada, que seria uma questão de tempo, fazer o tordilho Charyn alcançar Tribalist, na hora que lhe mais conviesse e dançou direitinho. Com certeza uma escorregada no quiabo.
O grande favorito veio forte, mas não deu tempo. Senhores é duro se perder um grupo 1 desta forma, estando sentado no melhor cavalo na carreira, todavia, quando se arrisca da forma que Sylvestre arriscou, o preço a ser pago é caro demais.
Tribalist tem um pedigree bem balanceado. Seu pai o meio fundo de alta classe fará é filho do flyer Pivotal, numa mãe pelo suta Nathaniel, que com seu pai Galileo, é dotado de estamina e capacidade de resistir a fadiga, numa linha morena transmissora de tremenda velocidade, já que Terlingua, é sua quarta mãe.
Todavia, minha atenção maior em Longchamp estava direcionada em outra direção. mais precisamente nos 2,000 metros do Prix du Prince d´Orange (G3), onde teria a quarta aparição o invicto Ombudsman. Que para variar manteve sua invencibilidade e firmou-se, de forma significativa , como um cavalo a manter-se no meu radar.
Trata-se de um filho do temperamental Night of Thunder (Dubawi) numa filha pelo milheiro Dansili (Danehill), portador de um tripé Magico - imbreeds de Northern Dancer, Mr. Prospector e Sadler´s Wells - e descendente direto da ganhadora do Moulin, do Pretty Polly e segunda colocada no Oaks, All at Sea, sua quarta mãe. Em outras palavras, algo a não ser jogado fora. Irá ao Arco? Pode ser, seguindo o exemplo do ganhador do ano passado, Ace Impact.
Um leitor atento me fez uma pergunta por demais pertinente: se eu não temia pela falta de estamina na estrutura genética da mãe de Kalpana? Porque pertinente? Ora uma égua baseada numa estrutura formada pelos milheiros Dansili, Zafonic, Habitat, na mesma linha materna do sprinter Oasis Dream, a reconhecida transmissora de velocidade linha tronco, 1-p é para colocar dúvida na cabeça de qualquer um. Mas existe um fato que não podemos nos opor: a realidade dos fatos.
Depois que atingiu a distância de 2,000m Kalpana não mais perdeu. E quanto maior está sendo a distância, mas fácil ela ganha. Seria o fator, Stage Door Johnny, pai de sua quarta mãe - um emérito transmissor de estamina - o responsável por esta aparente melhoria de Kalpana na distância?
O que importa, é você analista não fechar nenhuma das possibilidades, encarar todas as situações como possíveis, pois, só assim terá as condições mínimas de manter-se feliz dentro de si.
E falando em felicidade, confesso ser por demais prazeiroso ver quatro provas de grupos serem ganhas em Cidade Jardim, e você de alguma forma se sentir parte de seus resultados. Explico-me.
Q´Landa do Iguassu tem como quinta mãe um filha de Coaraze, chamada Braunea, que comprei do haras Eva, para a montagem inicial do plantel do haras Truc.
Bateu Levou, uma Danzatore que adquiri para o TNT, é a terceira mãe de Best Style, assim como Caro´s Image selecionada por mim para o Verde Vale o é de Outra Vista. 100% de acerto. E podia ter sido simplesmente perfeito se não me deixasse ser o lance perdedor de Londrina, uma 13-c que é a terceira mãe de Opazo. Como se vê, acreditar em linhas tronco sempre terá suas vantagens.