Nunca é tarde para se recapitular...
Em 15 de Julho, ainda este ano fiz questão de chamar a devida atenção de meus navegantes da estréia, - por assim dizer esperada, mas nem por isto menos exuberante - de uma potranca chamada Zarigana. E meu regozijo foi certamente demonstrado, colocando-a nas alturas.
Pois bem, ontem ela voltou as pistas, pela segunda vez, e um amigo em comum, me chamou a atenção para o site de apostas que dava a opção de marcá-la como favorita, e você podia apostar por quantos corpos ele poderia vir a vencer. E eu o aconselhei de marcar por seis corpos. E ele exasperou-se: "Renato, pelo que você escreveu a respeito dela quando de sua estréia em Chantilly, ela agora em Longchamp deve voltar a pista e ganhar por 10 a 12. Mudaste de idéia" ?
Embora em momento algum teci o que poderia ser a sua segunda carreira, mostrei a ele, que primeiro tratavam-se de dois hipódromos diferentes, duas distâncias diferentes e duas turmas distintas. Uma de pretendentes a ganhadores de um grupo 3 e outra de pretendentes a sair do perdedor. E para mim, por si só seis corpos já era outra corrida. E que conhecendo a forma como na turma de Aga Khan se comporta, correriam já pensando na terceira carreira que viria a ser ainda este ano.
Moral da história ela venceu por sete corpos, da terceira colocada, mas apenas três da segunda. Errei, ela fez apenas ½ segundo melhor e não 1 segundo como previa. Mas o fez com seu jockey vindo a meio de raia e nada pedindo dela. Ao natural.
Vou relembrar a aqueles de menor memória o que escrevi naquele dia 15: .." eu morava em Chantilly quando assisti Zarkava correr pela primeira vez e arrepiei-me. O Stefan tinha a aparente líder da geração, e eu lhe telefonei avisando que tínhamos companhia. E era por demais nefasta. Foi ai que ele iniciou a sua ida vitoriosa ao One Thousand Guineas, já que Zarkava decidira pela Poule d´Essai das Pouliches. O resto da história creio que todos já tem pleno conhecimento.
Pois bem a mesma sensação senti com a estreia em Chantilly de Zarigana, uma filha de Siyouni na ganhadora de duas - e terceira no Prix Vermeille - Zarkamiya, esta produto do cruzamento dos invictos champions Frankel e Zarkava..."
A sensação, a que me referira na época, era por demais simples; trata-se de algo talvez tão assombroso como sua vó. Para ser mais objetivo teria que desenhar ao expressar-me: "...resumindo, Zarigana pinta ser algo fora da curva, pois, não foi apenas eu que senti a cacetada. Parece que a imprensa especializada, também assim encarou a situação. Vou pedir para o Marcel colocar hoje na live o video desta estréia, mesmo sabendo de antemão que os mais novos possam não sentir o que senti. Paciência".
Queridos navegantes, ela poderia ter ganho por seis ou mais, se Michael Barzalona assim o quisesse. E o que isto iria mudar? Vejam o video e me digam.