Quem nunca esteve associado a um diferenciado, acho qualquer muito bom cavalo, o pico das galáxias, esquecendo-se que todos no final tem que se enfrentar em um funil, onde passam apenas os diferenciados. Arazi chegou a ser cantado em odes e versos - não por mim - quando de sua brilhante apresentação na Juvenille. No mesmo hipódromo, Monarchos apresentou-se, anos depois, de forma similar a Arazi e ganhou o Kentucky Derby, num dos melhores tempos estabelecidos para esta importante prova. Seria ele um diferenciado?
Para mim, nenhum deles sentou no trono, logo nunca sentiram o poder da realeza, e nunca perderão sua majestade, pelo simples fato de nunca a terem.
Secretariat, Spectacular Bid e Seattle Slew, sim. O primeiro perdeu cinco carreiras, o segundo quatro e o terceiro três, mas voltaram a ser o que nunca deixaram de ser: diferenciados ! E o ser a nível internacional, mesmo apenas em um pais, difere suas ações.
Acho tremendamente evasivo se enaltecer cavalos, quando a gente sabe para se chegar a um estágio de Frankel, Ribot, Flightline e Sea-Bird, há de se ralar muito e mesmo assim ainda ter um mínimo de sorte. Não vou cansar minhas cordas vocais em tentar convencer a quem quer que seja. Primeiro por não ser a minha função. E segundo que poucos são aqueles que querem ser convencidos.
Fui associado a apenas um diferenciado, que perdeu 17 corridas. E ninguém, volto a repetir NINGUÉM, conseguiu vencer o Pellegrini, dois Latinos, o Brasil e o São Paulo, em pistas de grama e areia, contra os mais velhos e os mais novos e tudo isto em distâncias distintas. Logo, para ser considerado um diferenciado, não é necessário ser invicto como Itajara, basta ser excepcional como Bal a Bali ou Pico Central, que diga-se de passagem perderam, respectivamente 11, 7 e 19 carreiras.
O diferenciado exerce seu poder, não de forma constante. Mas quando o faz, sente-se nitidamente seu destaque. Como detecta-lo? Você pode sentir pela mecânica empreendida cedo, o que ele poderá vir a ser. Outrossim, existem outros, - em muito menor número - de mecânicas até duvidosas, que o conseguem também. Normalmente os consideramos cavalos de grande coração.
Não tenho culpa em afirmar coisas, para alguns considerados de chutes homéricos, que depois se cristalizam em realidades, como Frankel, Flightline, Zarkava, Sea the Stars, Camelot, e outros que atingiram o mais alto patamar de classicismo internacional.