quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

PAPO DE BOTEQUIM: SONHOS SONHADOS E POSSIVELMENTE VIVIDOS.

Sejamos honestos, aproveitando-nos deste novo ano que se inicia, e perguntar-mos a nós mesmos, se a cada sucesso que obtemos, não surge a áurea da incerteza, de qual foi a ação que verdadeiramente tornou aquele determinado sonho em realidade. E seguir, qual a vereda a se manter, para que novos sonhos - cada vez maiores - possam ser realizados? Dúvidas, dúvidas e cada vez mais dúvidas. Quanto mais elas se esclarecem, mais ainda aparecem. não seria um dádiva ao ignorante ser dado o direito de ignora-las e do imbecil de rebate-las?

Verdadeiramente não acredito que sejam necessárias se ter a inteligência de um Einstein ou a imaginação fértil de um Da Vinci, para se concluir que o turfe, seja ele nacional ou internacional, é uma atividade onde 20% se baseia em realidades e 80% em probabilidades. Outrossim, não tenho dúvidas também, que 100% desta atividade baseia-se em sonhos e na perspectiva de torna-los realidade que todo turfista nutre em seu intimo.

Vejo dentro das realidades hoje aceitas e não mais discutíveis, que tribos podem se manter em estado de hibernação, mesmo durante longos períodos de inatividade e com longas estadias no Irajá. O que vemos acontecer hoje com Try My Best, é um exemplo indiscutível desta forma de se aceitar esta probabilidade. Ao passo que outras, como a de por exemplo Bahram, deu indícios por intermédio de Monsun, mas feneceu tão logo necessitou do esforço da terceira geração. E existem também, aquelas que parece que foram de forma definitiva como as de The Tetrarch, Teddy, Tourbillon e Hyperion. Não vejo como resgata-las.

Logo, não se trata de nadar ou não contra a correnteza. Trata-se sim de deixar o rio correr na direção que seu destino previu como lógica e tentar assim chegar aos 20% de certezas que determinam a existência do oceano. Algo quase que vocacional. Intuitivo. Obrigatório...

E dentro destes 20% de realidades, estão inseridas as teses que defendo sobre tribos, linhas troncos, estruturas genéticas, validade de imbreeds em chefes de raça e duplicações em matriarcas, além da logicidade que um raciocínio deve ter para se constituir no alicerce de uma base que sustente qualquer tese. 

Tesio, Boussac, o velho Khan e Lord Derby sustentaram a seu tempo, diferentes teorias de como construir algo mais próximo da realidade, por diversas veredas, utilizando-se dos mais diversos profissionais. Do outro lado do Atlântico, Bull Hancock e Edward Taylor, com a importação de Nasrullah e a criação de Northern Dancer, determinaram o surgimento de algo ainda maior do que o imposto até ali por James Keene e William Woodward. Base do turfe norte-americano. 

Enquanto, chefes de raça como Danehill e Sir Tristram na Austrália e Sunday Silence no Japão, acabaram por criar diferentes caminhos para a internacionalização de seus respectivos mercados. E hoje, creio ser licito se afirmar, que todos os citados, de uma forma ou de outra, contribuíram para on desenvolvimento da atividade. 

Desta forma, conclui-se que a força de um determinado animal, bem como a imaginação de um ser humano, podem caracterizar o destino da criação de thoroughbreds, no mundo. O que fez estes homens e animais, sedimentares suas raizes, foi a extrema dominância que eles exerceram sobre seus rivais. Numa atividade que vive de um astro principal, o cavalo, produto de um cruzamento e derivado de um meio. Simples assim. Não existe outra possibilidade, plausível a uma discussão.

Temos apenas que aceitar a realidade, e evoluir dentro daqueles 20% produtos de nosso conhecimento da certeza, arriscando, sempre que for possível, por intermédio nossa imaginação e coragem, nos outros 80% soltos no ar, elevando-os, no máximo, a altura dos sonhos exequíveis de serem sonhados e possivelmente vividos. 

GANHAR COM UM CAVALO BRASILEIRO 
UM KING GEORGE, UM ARCO, 
UM SANTA ANITA HANDICAP OU MESMO
UMA DUBAI WORLD CUP, ERAM APENAS SONHOS
ATE SE SE TORNAREM ALGUNS, EM REALIDADES. 

Como repeti-los?

No turfe, não há teoria alguma que garanta a legitimidade do solo em que você pisa. Porém, no entanto, a experiência lhe demonstra, a existência de um vasto campo de areia movediça, que poderá enterrar suas expectativas, para o todo e sempre, nesta atividade. E ele se chama, achismo. E o erro na utilização de uma tribo, pode ser fatal.